19/06/2010

A SEXUALIDADE É PARA OS ROMÂNTICOS

Tudo que, até agora, falamos, se não for experimentado pelo ESPÍRITO DO ROMANTISMO, vai cansar. Se desgastar. Enjoar. E morrer. É o romantismo que energiza todo o processo sexual entre marido e mulher. É o que dá alma, o que esquenta a vida conjugal.
No Novo Dicionário Aurélio, sexualidade é definida como o “conjunto dos fenômenos da vida sexual”.
Ambiente de sexualidade - O AMBIENTE DE SEXUALIDADE capaz de impregnar toda a vida de toda a casa e todos que nela moram é aquele, onde o relacionamento entre as pessoas leva à aprendizagem dos componentes da vida sexual, sem traumas. Sem doenças. Onde se vive a espontaneidade de expressão de toques e palavras carregadas de carícias. Onde os erros são acertados no amor. Onde as virtudes e os valores são estimulados e reforçados. Onde as pessoas são ativas no compartilhamento. Onde, a cada dia, um vento novo entra pela janela adentro.
Depois do que tanto falamos, que fique claro o seguinte: É necessário e importante ver a relação sexual entre casais dentro de um horizonte maior do relacionamento em uma casa.
Os vários aspectos físicos, morais, religiosos da relação sexual são de competência de especialistas. Não sendo especialistas, nós nos arriscamos a palpitar sobre isso. O desempenho e satisfação da relação sexual entre duas pessoas não está na força, na saúde e na capacidade dos órgãos genitais e no forte poder de sedução. Os animais também se relacionam sexualmente. E alguns têm uns bons “chifres”...
Mas o prazer construtivo de uma relação sexual entre duas pessoas está na saúde. Na capacidade das pessoas se relacionarem sem medo. Sem preconceitos. Como pessoas emocionalmente saudáveis. Na liberdade, sem apelações e sem culpa. Toda a casa é uma casa de relacionamentos construtivos e enriquecedores.
Quando Aurélio traduz sexualidade como “conjunto dos fenômenos da vida sexual” facilita o que queremos dizer. A sexualidade envolve todas as manifestações sadias do corpo, da alma, e do espírito. A sexualidade é fruto de um clima, de uma ambiência familiar, onde se dão contínuas trocas de pele com pele De sensibilidades físicas. De extravasamento de emoções e sentimentos. Os sentimentos não são reprisados!
Tudo na mulher e no homem – corpo, emoções, sentimentos, imaginação - quando se propõem a estarem e a serem juntos, se torna cúmplice no seu relacionamento sexual. Até os órgãos genitais se tornam livres – sem culpa e sem maldições – para a sua função, dentro do relacionamento saudável de alma e espírito.
Nesta visão de uma casa toda saudável – não só o quarto – é que se pode ver o sexo no casamento como:

• MOMENTO DE DESFRUTE – “o marido pague à mulher o que lhe é devido, e da mesma sorte a mulher ao marido” - 1 Coríntios 7:3.
• MOMENTO CRIATIVO – “frutificai e multiplicai-vos” - Gênesis 1:28.
• MOMENTO DE COMUNICAÇÃO pelo toque, pelo beijo e pela palavra – “Conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz” - Gênesis 4:1.
• MOMENTO DE PRAZER CONJUGAL - “Use bem essa bênção que você recebeu, a capacidade sexual. Aproveite o prazer que ele pode lhe dar através do amor de sua esposa. Ela deve ser sempre para você a mulher mais bela e encantadora! Os abraços e carinhos de sua esposa devem ser o seu prazer, a sua satisfação total” - Provérbios 5:18-19 – A Bíblia Viva. Atenção! Quem fala isto é o Espírito Santo de Deus!...
• UMA EXPERIENCIA DE DAR – na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na vitória e no fracasso. Paulo, ao falar do casamento, em 1 Coríntios 7:1-5, deixa claro que a relação sexual traz o recado da doação.

Sexualidade é romance – Quando arriscamos ou somos chamados a fazer uma autópsia de casamentos, quase sempre encontramos o mesmo padrão. O casal começa apaixonado. Isso os leva a se aproximarem e eles se casam. Durante o namoro, noivado e os primeiros anos de casamento, eles têm bastante intimidade física e um tanto de intimidade emocional. Eles são movidos pelo combustível dessa grande explosão inicial de hormônios e química, por quatro a dez anos. Depois começam as dificuldades. O combustível parece acabar.
O que quisemos passar hoje foi a mensagem de que é possível “voltar ao primeiro amor”, com criatividade. Com aproximação. Sem culpa. Sem medo. Sem vergonha. Tudo o que Deus fez é bom. se é bom para Deus, é bom para nós. E queremos, agora, apresentar mais um ingrediente capaz de impulsionar o seu casamento para frente. Muita coisa pode ter acontecido em sua vida que tentou roubar, matar e destruir sua vida conjugal, seu casamento. mas você sabe que pode descobrir caminhos de vida e de vida abundante para sua vida conjugal. Pois bem, o caminho é o ROMANCE .
Penso que todos se lembram daquela antiga série de televisão “Casal Vinte”. Talvez tenha sido o programa mais romântico da história da televisão. As estrelas eram Robert Wagner e Stefanie Powers, formando um casal rico, lindo, casado e que solucionava crimes em seu tempo livre. Em tudo que eles viviam nos filmes, uma coisa chamava a atenção: era a qualidade do seu relacionamento. Ao menos na televisão, eram duas pessoas profundamente apaixonadas. Incrivelmente românticas.
Em cada programa, o romance entre os dois era o tema principal. Eles surpreendiam um ao outro com cartões e presentes. Jantavam à luz de velas. Acariciavam um ao outro freqüentemente e com bom gosto. Devem ter-se beijado no mínimo quarenta vezes por episódio. Expressavam seu amor verbalmente o tempo todo. Havia muitos “eu te amo”. Estavam sempre dizendo coisas românticas, sentimentais, um ao outro.
Não sei, mas para alguns de nós aqui, falar de romance no casamento, soa esquisito aos ouvidos. Para alguns, romance tem gosto de feminice, de pieguice, bobagem, imaturidade, desnecessário. Por isso você se acostumou a um casamento pobre, frio, enfadonho, desapaixonado e estéril. Isto é sadismo!...
Apesar de você ter estes pensamentos, vou apresentar algumas sugestões que podem contribuir para o romantismo do seu e do meu casamento. É o que muitos conseguem fazer “na boa”, sem constrangimento. Sem medo de serem felizes:

• Sair uma vez por semana com um programa diferente. Sair da rotina.
• Se esqueceu, aprender a andar de mãos dadas.
• Caminhar fora de casa, apreciando a natureza.
• Criar momentos para dançar ao som de músicas românticas.
• Dar-se o direito de juntos, assentados um ao lado outro, assistirem filmes românticos ou no cinema ou alugados.
• Exercer a criatividade e promover jantares à luz de velas ou em um restaurante discreto, retirado ou mesmo na sua casa.
• Mandar flores acompanhadas de uma carta ou de um cartão. Toda mulher gosta de receber flores.
• Dar uma escapulida de fim de semana, desligando-se de telefones, interfones. É um escape romântico das tensões e rotinas da vida. Longe dos filhos. Longe do trabalho. Longe dos vizinhos.
• Dizer um ao outro o que é romântico.

É claro que existem outras sugestões. É possível que alguns aqui já façam isso e muito mais e muito bem. São procedimentos que alimentam a vida conjugal. Que levam o casamento a bodas de prata, bodas de ouro, bodas de diamante... Que fazem da vida conjugal uma experiência gratificante para os dois e uma escola para os filhos. Os filhos lucram muito, quando vivem dentro deste clima romântico e maduro de sexualidade.
Em 1 Corintios 11:28, Paulo alerta: “... que um homem deve examinar-se cuidadosamente a si próprio, antes de comer o pão e beber do cálice”. Paulo está exortando para que a participação na ceia do Senhor – que é o sinal do relacionamento íntimo com Jesus – não seja de “forma indigna” - 11:27. Parodiando estas palavras, poderíamos dizer: “Procure o marido examinar-se continuamente a si para que o relacionamento a dois – mais especificamente o relacionamento sexual mais íntimo – seja sem condenação e culpas”.
Isto é possível. E, desde que haja o entendimento da idéia de Deus para a intimidade no casamento: UMA SÓ CARNE. Uma só carne significa a união completa de um homem e uma mulher no físico – dois corpos; no emocional – duas mentes; no espiritual – duas almas.

CONCLUSÃO

Para terminar gostaria de ler um escrito tirado do livro “Amar Pode Dar Certo” de Roberto Shinyashiki, com o título “Romance: Ciência do Belo”
“Há quem diga que o romance é fantasia. Não se é real. É coisa de adolescente. Que é bobagem preocupar-se com ele. Que é supérfluo. Lamentável engano para quem pensa assim.
Por que será que você precisa embelezar-se mais para uma festa. Preparar um prato diferente para um jantar especial. Embrulhar com papel bonito um presente. Colocar flores na mesa. Pendurar um quadro na parede e tantas outras providências, que podem parecer supérfluas e que pode, no entanto, tornar mais belo o espaço e as relações? Romancear um amor é tão importante quanto tê-lo. E muito da riqueza de estar com alguém é a possibilidade de sonhar juntos. Quando as pessoas começam a ler um romance de amor, estão, na verdade, adquirindo uma passagem para uma viagem através de seus sonhos amorosos. E não há quem não se identifique, de alguma forma, com um personagem do romance, que não tenha lá no seu íntimo, vontade de viver uma experiência igual.
É possível transformar em realidade o que se sonha nas leituras.
A beleza faz parte da vida. E qualquer um pode aprender a ser romântico.
O amor vai ficar, com certeza, mais colorido!
Quando se vive, romanticamente, uma relação, o corpo fica mais iluminado com as cores do amor. A poesia vem ao encontro do peito. O coração explode em flores pelo ser amado. Não há despedida: guarda-se o outro no coração.
O romance convida a falar manso. Olhar, profundamente, nos olhos. Acariciar a pele com suavidade. Abraçar carinhosamente. Diminuir o ritmo. Pensar no amor. Ficar mais gentil interno e apenas falar e escutar palavras bonitas.
O romance é isso e muito mais. Então, por que é tão pouco usado? Por que os amantes não fazem mais poesias? Por que não falam com mais freqüência “eu te amo”? Por que não são, por alguns momentos, menestréis?
O respeito pelo nosso lado romântico leva-nos a cantar versos tais como: “Gosto de você, continuo a gostar”. “Senti saudades”.
O hábito de presentear, que não implica coisas materiais de alto valor, é um testemunho do romance. Mas não podemos fazer uma oferta qualquer! Precisamos ofertar algo que dê prazer a quem recebe. Quer seja uma simples palavra, quer uma flor, ou um elogio que gratifique os ouvidos de quem escuta.
Precisa ser algo que fale da individualidade, do núcleo essencial da pessoa. Que enriqueça a substância do seu ser. O presente romântico é um elo que une os corações dos amantes.
Um presente muito especial é a lembrança, pois os esquecimentos são fatores destrutivos numa relação de amor, mesmo os mais sutis, como uma data significativa, um “até logo”, ao sair de casa e um beijo ao chegar. O romance impede o esquecimento. Mantém vivo o desejo de sonhar com o ser amado.
O romance ajuda a agradecer ao outro tudo o que ele ajuda a despertar dentro de nós e desenvolve nossa capacidade de ver, no ser amado, a pureza e a ingenuidade de alguém que, como nós, quer viver em amor. O romance ajuda a ver, em cada encontro, esse ser radiante florindo um novo momento.
Ser romântico é conseguir ver, na pessoa que se ama, o encanto que reside em si.
Ser romântico é ter coragem de cantar o amor. É ter coragem de elevar o outro à condição de rei ou de rainha, sem ser súdito. É ver, na beleza do brilho dos olhos do ser amado, mais intensidade que os raios do sol, embora, para outra pessoa qualquer, isso passe desapercebido.
Quem gostaria de, embaixo de uma xícara do café da manhã, ou sobre a mesa de seu gabinete de trabalho, encontrar um envelope e poder ler algo assim:

Neste momento, penso em você
e então quisera me transformar
em vento.

E se assim fosse,
chegaria agora
como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.

E se você me escuta
e me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.

Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
e embalar no meu carinho.

Mas eu não sou vento...
agora sou só pensamento
e estou pensando em você.

E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora... neste momento,
em pensamento.. .no vento”.

Por: Pr Euler P. Campos
19/06/2010

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