“Então Moisés subiu das planícies de Moabe ao pico
de Pisga, no alto do monte Nebo, ficando de frente para Jericó. E o Senhor
mostrou a ele toda a terra Prometida [...] “Esta é a Terra Prometida”, disse
Deus a Moisés. “É a terra que eu prometi a Abraão, Isaque e Jacó que haveria de
dar aos descendentes deles. Agora você está vendo a terra, mas não vai entrar
nela” – Deuteronômio 34:1-4 – Bíblia Viva.
Quem poderia
pensar que, aos 76 anos, nós, insignificantes diante de Moisés – entraríamos –
eu e Maria Edith - onde ele não entrou! Este é o primeiro mistério de Deus,
entre tantos os acontecidos, na viagem à Terra Santa ou Terra de Canaã. No Antigo
Testamento não aparece “Terra Santa”. E, agora, foi-nos pedido um artigo para a
“Carta Viva”, que descrevesse os impactos e nossas emoções vividas nesta
viagem. Veio o projeto de não descrever somente as belezas que o Senhor nos
mostrou dentro de cada contexto, mas, junto com as emoções que foram
“tremendas”, também, as lições que o Espírito nos lembrou. Com isso, o projeto
cresceu além do pedido.
Quando
estávamos nas alturas dos céus, levados pelas asas dos jumbos 747 e 777,
tínhamos a sensação que eram as “asas” do Espírito Santo nos levando à
Terra dos grandes fatos de fé e da fé.
Ou, ainda melhor, estávamos sendo levados para a Terra que também é nossa
porque, como Igreja, somos herdeiros do Povo de Deus. E o Espírito Santo foi o
nosso guia turístico, por onde quer que andávamos e em cada lugar que
parávamos.
Este mesmo
Espírito, de cara, nos surpreendeu nos colocando numa FAMÍLIA. FAMÍLIA era a
identificação do nosso grupo de quarenta e sete pessoas. Ninguém sentia falta de nada, porque a FAMÍLIA
toda estava atenta e pronta para tudo que dependesse dela, não importando as
circunstâncias [uma mala que se perdia, um resfriado que ameaçava, um dinheiro
que faltava] – Romanos 12:18. Uma “FAMÍLIA” focada no que foi ver e conhecer. Era
a graça de uma FAMÍLIA temperada no amor que a tornou ungida pelo perfume do
Espírito que contaminava a todos. O “fashion” das mulheres não fechou a ação do
Espírito. Nosso muito obrigado, FAMÍLIA! Seria um desleixo grave se
esquecêssemos os toques ministeriais
exortativos de Paulo Júnior/Lana e Olgávaro/Fabiana. Duas vezes, a cada
dia de caminhada, no contexto do lugar significativo, palavras, como flechas,
eram lançadas em nossa alma. Nenhuma dessas palavras feria e, sim, nos tocava e
cicatrizava as feridas que pudessem haver. Podia haver choro, sim. Mas, em todo
lugar, “o coração de quem foi buscar se enchia de alegria” – Salmo 105:3. Além
de nos edificar com uma belíssima renovação do casamento de um casal [Sônia e
companheiro] que refletia aquela beleza que “vem do alto”..
Moisés, pela
fé, saiu do Egito, caminhou, atravessou
o Mar Vermelho [ou mar dos Juncos] e levou seu povo até às portas da Terra
Prometida. Mas não entrou, por um ato incontrolável. Um “curto-circuito”
emocional e espiritual [“Visto que não
crestes em mim...”]. E, para nós,
um ato muito pequeno de desobediência a Deus. [Número 20:1-13]. Foi só um toque
a mais na rocha!... Nós vimos esta rocha que foi ferida e da qual “jorrou água
abundantemente”, hoje, águas de Meribá.
Nos vira do avesso imaginar Moisés, que, por quarenta anos, carregou o peso de
um povo rebelde para livrá-los, definitivamente, da escravidão, não reagindo a
esse “castigo”. É simples entender o que Moisés entendeu: para Deus, não fazer
como ele quer, em qualquer medida, é desobediência! Do monte Nebo vimos as
Terra da Promessa que Moisés viu. Ainda
pudemos ver a escultura representando o bastão de Moisés junto com a serpente
que atacou seus seguidores no deserto do Sinai [Números 21:4-9], e lemos uma
frase bíblica que diz “como Moisés levantou a serpente no deserto, Deus
levantará o Filho do Homem”. Esta não foi a primeira nem a última de nossas
descobertas que acordaram em nós emoções e atenção a suas lições.
Foi, sim, uma
caminhada de muitos impactos e emoções vividos no interior da alma e na pele do
nosso corpo. Andávamos, subindo e descendo muito na poeira do deserto e nos
montes [um teste físico] ainda que fosse com o apoio de uma bengala [para
alguns da “FAMÍLIA” a bengala tornava-os pessoas “cheias de charme”]. Andávamos
levados pela alegria de estarmos pisando caminhos que muitos de nossos
antepassados bíblicos e o próprio Jesus, com seus discípulos, haviam caminhado.
Com uma diferença: sem a saudade das cebolas do Egito! Não havia razão para
isso.
Essa viagem é
uma história para ser lembrada e compartilhada com os que foram companheiros e
com os amigos curiosos de novidades. Em um simples artigo para uma revista, se
torna impossível e, mesmo cansativa, lembrar e descrever todos os sentimentos
experimentados. É por isso que não vamos forçar a mente a lembrar de todos os
lugares e de todos os detalhes. Não há nenhum arrependimento por termos chegado
em alguns lugares. Todos eram cheios de mistérios do Espírito que nos
embriagava, nos impactava e nos emocionava. Vamos tentar passar por alguns, sem
forçar obediência à sequência de visitas. Antes, lembramos que a viagem foi uma
visita aos países da Jordânia e de Israel. Israel não é uma história sem a
Jordânia. E Jordânia não é uma história sem Israel. Se este escrito não puder
ser publicado em toda a sua integridade, eu quero que seja uma homenagem ao
nosso grupo FAMÍLIA.
Chegamos e
saímos por Tel-Aviv, capital comercial e cultural de Israel. É um centro social
e político. O mundo político se encontra com Israel em Tel-Aviv. O mundo
religioso se encontra com Israel em Jerusalém. Tel-Aviv mostra beleza e poder.
Jerusalém é vista, no Antigo Testamento,
como um presente de Deus, uma das várias promessas. Também para nós, ver
Jerusalém foi um presente do Senhor. A cidade mostra beleza e graça. É linda e
brilhante. Suas construções sobem e
descem ofuscando nossas vistas. A marca de Deus continua no centro pelos sinais
que falam do Templo, do Getsêmani, do Gólgota e mais. Com o queixo apoiado nas
mãos e, às vezes, de boca aberta, não nos cansávamos de vê-la. Sonhávamos estar
dentro dos versos 10 e 11 do capítulo 21 do Apocalipse: “Ele [o anjo] me levou no
Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que
descia dos céus, da parte de Deus. Ela resplandecia com a glória de Deus, e o
seu brilho era como uma joia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal”.
Tudo era destaque. Tudo falava. Nossa alma sorria. A famosa Cúpula da Rocha, pintada
de ouro, brilhava e brilha entre a
brancura gelo da Cidade de Davi.
Uma nova
emoção foi entrar no Cenáculo também conhecido como a “Sala Superior” onde
aconteceu a última ceia. Com base em Atos 1:13, “Cenáculo” não era apenas o
local da última ceia, mas um lugar habitual onde os apóstolos se encontravam. E
foi ali que eles permaneceram “até que o Espírito viesse sobre eles em
cumprimento da promessa do Pai”. Foi ali que nasceu a Igreja com a descida de
“algo parecido com labaredas ou línguas de fogo que pousaram sobre as cabeças deles.
Todos os presentes ficaram cheios do Espírito Santo...” [Atos 2:3-4 – Bíblia
Viva]. Já antes, naquela sala pequena, Jesus
celebrara um jantar de despedida. Meio assustado, com a máquina fotográfica no
pescoço, tentei me ver, assentado com os doze ao redor da mesa. O clima ficou
pesado por ser a celebração de uma
despedida, pela denúncia de uma traição entre os amigos e pelo não entendimento
do mistério dos gestos e das palavras do “Amigo” e Mestre. Primeiro: “Eu estava
esperando muito ansiosamente esta hora, desejoso de comer a refeição com vocês,
antes de começar meu sofrimento” [Lucas 22:15 – Bíblia Viva]. Como “...aquela
seria a última noite dele na terra”
[...] Tudo ali, estava-nos revelando “o como ele amava aos seus discípulos!” O
sinal foi: “...se levantou da mesa, tirou o manto, enrolou uma tolha na
cintura, derramou água na bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos,
enxugando com a toalha que tinha à sua volta” [João 13:1-5- Bíblia Viva]. E veio mais: “Isto [o pão] é o meu corpo,
entregue por vocês. Comam dele para se lembrarem de mim” [Lucas 22:19- Bíblia
Viva]. Nossa mente começou entrar em colapso. Já estávamos sem vontade de comer
“deste pão”. “Este vinho é o sinal do novo pacto de Deus para salvar vocês – um
acordo garantido pelo sangue que eu derramarei para comprar de volta as almas
de vocês” [Lucas 22:20 - Bíblia Viva].
Fiquei, em espírito, olhando para a cara dos doze. Era um susto só! Mas veio
mais um choque de dar taquicardia: “... aqui nesta mesa, entre nós, fingindo
ser amigo, está o homem que me trairá.” [Lucas 22:21 – Bíblia Viva]. Nenhum dos doze imaginava ser o traidor.
Ninguém desconfiava de ninguém. Até nós [eu], ou mais eu do que os doze,
perguntei em oração: “Senhor sou eu?”. A pergunta era natural porque, em cada
lugar, minha alma perguntava alguma coisa ao meu espírito.
Naquela sala, entre
uma foto e outra que tirávamos, pensávamos e orávamos: “Senhor não se despeça de mim.
Senhor, cubra minhas traições, com sua misericórdia. Senhor, pode lavar os meus
pés para que possa lavar os pés dos outros”. Como naquela noite de mistérios e
revelações, saímos para o Monte das Oliveiras.
O Monte das
Oliveiras é mencionado pela primeira vez,
quando Davi subiu as encostas fugindo de Absalão – 2 Samuel 15:30. Monte das
Oliveiras várias vezes é lembrado em Mateus 21:1 e 26:30 como o caminho de
Jerusalém à Betânia e o lugar, onde Jesus chorou sobre Jerusalém. Mateus 24-25
nos faz entender que Jesus passou muito tempo sobre o Monte, ensinando e
profetizando para seus discípulos. Mas foi para este lugar, de noite, que Jesus se dirigiu para orar e ser traído –
Mateus 26:39. É claro que as oliveiras que encontramos não são da época, exceto
uma que pode ter ouvido a oração de Jesus: “Pai, se queres, afasta de mim este
cálice...” – Lucas 22:42. No meio da paz que sentíamos entre as oliveiras, uma
irmã da FAMÍLIA deu seu testemunho de cura de um câncer. E, dentro de mim, pensava:
foi o sangue que Jesus suou entre dores, neste lugar que deu início a todas as
curas. Seguimos a caminhada para o Gólgota [do aramaico e do hebraico: o lugar
do crânio]. De fato, o formato da colina lembra o crânio de uma pessoa.
Tradições ligadas a este lugar dizem que este é o local de enterro do primeiro
homem e, também, o lugar onde Isaque foi levado por Abraão. [Cuidado: são
simples tradições que não contêm veracidade]. Ali Jesus foi morto. E a poucos
metros ele foi sepultado. E ali ele ressuscitou. Ou seja, naquele lugar tudo
foi consumado – João 19:30. Por isso é o
mais sagrado dos lugares de Jerusalém e do mundo. Não há como parar, ficar em
silêncio e chorar. Senti que o grande perdão aconteceu ali e, de graça. “Pai,
perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” – Lucas 23:34. Por esta lembrança, na
ceia, que celebramos debaixo da cruz, que minha mente o Espírito explodiu a pedra que fechava meu coração e
pedi perdão de todas as minhas suspeitas a um dos líderes da FAMÍLIA. Não
preciso falar mais nada! Mas, não podia deixar de entrar no túmulo que José de
Arimateia doou. Jesus não tinha nada. Nem onde ser sepultado. Antes de entrar
dei de cara com um aviso em inglês: “Ele não está aqui. Ele reviveu” – Lucas
24:5. Ainda bem! Caso contrário,
estávamos fazendo uma viagem sem sentido.
Não podíamos
sair de Jerusalém sem tocarmos no Muro das Lamentações, o mais sagrado ponto
religioso judaico na cidade velha de Jerusalém, e lembrança dos tempos em que
os judeus se reuniam para lamentar a
perda do Templo Sagrado. Simbolicamente, fizemos o mesmo ritual dos judeus.
Digo “simbolicamente” porque, ao encostar minha cabeça naquele muro de 15
metros de altura, estava clamando para que o templo do Espírito Santo, que sou
eu, não seja destruído.
Outros passos
em Jerusalém responderam á nossa curiosidade emocional, como, especialmente, entrar na grande e linda sinagoga e no museu
do holocausto. Entre tantos conhecimentos recebidos no interior daquele lugar de
lembranças trágicas, pensei: o holocausto continua com milhões de cristãos
perseguidos e sacrificados porque trazem o sangue de Jesus em suas vidas. E
como sempre veio a mim uma pergunta inquietante: “Você, está preparado para ser
mártir por Deus, como os judeus o foram pela sua nação e crença?” E divago para
dentro das igrejas e, dificilmente, as vejo nos preparando para um possível teste de sangue, se nem para
as pequenas tribulações estamos preparados. “No mundo tereis aflições...” O
holocausto continua em nossas cidades com crianças sacrificadas pelos próprios
pais, e jovens suicidando-se e assassinados pelas drogas, esposas e mulheres
assassinadas pelos seus maridos e namorados.
Já dissemos
que não estamos obedecendo a ordem dos fatos. Grande parte do Ministério de
Jesus aconteceu ás margens do Lago da Galileia. Quatro dos seus discípulos
foram escolhidos à suas margens – Marcos 1:14-20; Mateus 4:18-22 e Lucas
5:1-11. Foi nesta região que aconteceu o Sermão da Montanha. Muitos dos
milagres de Jesus são mencionados tendo o lago como o palco: o caminhar de
Jesus sobre as águas, o acalmar a tempestade e o alimentar cinco mil pessoas. Aqui
chegamos e vimos. Enquanto o guia local nos informava sobre o Monte das
Bem-aventuranças, minha mente desenhava uma arquibancada improvisada no monte e
Jesus, em baixo, numa posição que podia ser visto e ouvido por todos. O vento,
como o Espírito Santo – João 3:8 – levava as palavras do Mestre aos ouvidos e
aos corações dos ouvintes. Eu me sentia
no meio da plateia ouvindo as bem-aventuranças
e relembrando um manual oral de bons costumes e procedimentos resumidos
nos capítulos de 5 a 7 de Mateus.
Pensei com
meus botões: as bem-aventuranças não se resumem a 5:3-12 de Mateus. Elas são
incompletas sem o exercício das práticas do todo dos capítulos 5, 6 e 7. Ou
seja: não seremos bem-aventurados sem
sermos sal e luz [5:13-16]; sem o perdão ao adversário suposto ou real [5:21-26];
sem a fidelidade [5:27-30]; sem a verdade que não precisa de juramentos
[5:33-37]; sem a doação e o equilíbrio das emoções [5:38-42]; sem atos de
justiça [6:1-4]; sem a oração, conforme o modelo do Pai Nosso [6:5-15]; sem o
jejum que santifica [6:16-18]; sem o descanso que rejeita a ansiedade [6:19-21]; sem a bondade dos olhos [6:22-23];
sem a opção por um só Deus [6:24]; sem refugar a ansiedade por coisa alguma
[6:25-34]; sem demitir o direito de ser
juiz [7:1-5]; sem o cuidado com as coisas santas [7:6-12]; sem escolher a porta
estreita [7:13-14]; sem não deixar-se enganar [7:15-23]; sem o ouvir e praticar
a Palavra [7:24:27]. Eram os sentimentos que me tomavam naquele lugar,
acrescidos dos vividos no momento que pisamos o Tabga, beirando o mar da
Galileia, local da multiplicação dos pães e dos peixes [Marcos 6:3046] E da
quarta aparição de Jesus depois de sua ressurreição [João 21:1-24]. [Um pedaço
da mesa de pedra sobre a qual os pães foram colocados estava lá, cercado por
uma corrente]. Entramos, pelo portão, em Cafarnaum, a Cidade de Jesus, para
ver, ainda que em ruínas, a Sinagoga, uma das mais antigas do mundo. Nela Jesus
entrou várias vezes para orar, pregar e ensinar. Os que o ouviam ficavam admirados
e o cobriam de perguntas [Mateus 13:54]. Ali
mesmo, abaixo da Sinagoga estavam as ruínas da casa da sogra de Pedro. E o Espírito
Santo nos “biliscando”: “Isto não diz nada a você?”. Confesso que os “biliscões”
doíam...
Outro, entre
os vários abençoados momentos, que mexeu fundo foi quando a FAMÍLIA entrou no
Rio Jordão, um dos mais sagrados do mundo. Neste rio, João Batista pregava o
batismo de arrependimento para remissão dos pecados, e batizava os contritos. Nele
Jesus foi batizado. Nele foi reconhecido como Filho e Cordeiro de Deus [Mateus
3]. O Novo Testamento cita várias passagens sobre Jesus cruzando o Rio Jordão
durante seu Ministério e de seus seguidores atravessando o rio para ouvi-lo
pregar e serem curados de suas doenças. O Rio Jordão foi o grande púlpito de
Jesus. Quando seus inimigos tentaram capturá-lo, Jesus refugiou-se na Jordânia.
Quando apareceram
as águas do Jordão, o sorriso escancarou em todas as bocas. Os olhos brilharam.
A figura de Jesus surgiu, na imaginação de todos, ajoelhado dentro da água
diante de João Batista, [embora não tenha sido aqui o lugar do seu batismo], ou
dentro de um barco, pregando para o povo assentado às margens do rio. Eu vi o
Rio Jordão como a nossa primeira escola, onde brilharam nossos primeiros mestres:
João Batista e Jesus, o Filho de Deus. Naquele instante de nossa chegada, sentíamos que o Espírito de descanso
pairava sobre as águas e vinha também das árvores circundantes e invadia nosso
íntimo. Muitos, de vestes brancas, mergulharam nas águas. Uns receberam o
batismo e, quase todos, mergulharam sete vezes o mergulho da purificação. A
purificação na história de nossa salvação era um ritual levado muito a sério. Por
dezesseis vezes, a Bíblia faz alusão a ela. Hoje, tempo da graça, nossa
purificação se dá pelo mergulho no sangue de Jesus. Rio Jordão, o único rio que
abastece Jordânia e Israel, é o símbolo de “um rio cujos canais alegram a
cidade de Deus” [Salmo 46:4] e é o estímulo à fé que faz brotar do “nosso
interior rios de água viva” [João 7:38]. E me dei conta que cada um de nós pode
ser um rio de águas vivas onde for que vivamos. Ou seja: somos chamados a
sermos sal, luz e águas da vida.
Se o Rio
Jordão lembrava vida, o Mar Morto deprimia nossa alma. Não passou de apenas uma
curiosidade que nada acrescentou ao nosso espírito. Desculpem! Ele nos lembrou,
sim, que, se apenas recebemos e não nos abrimos, não nos entregamos, nos
tornamos uma vida escura, manchada que mancha a quem nos toca [quem entrava no
Mar Morto saía com o corpo todo muito sujo] e esconde perigos. Aquele que tem o
coração trancado, mãos e pés acorrentados pelo seu egoísmo canceroso, sem que se perceba, vai se desaparecendo como
o Mar Morto que, a cada tempo que passa, continua morrendo. Um dia, ele vai
acabar para sempre. Portanto, no Mar Morto, aprendemos uma lição: só aquele que
abre o coração, soltam as mãos e os pés para
o outro [o mesmo que dizer para Deus] continuará sempre e para sempre cheio. No
Reino de Deus, só quem se esvazia é que se enche. Resumindo meu sentimento: se
os minerais do Mar Morto servem para curar muitas doenças da pele e para fins
estéticos, ele nada acrescenta para a cura do espírito.
Passamos,
entre cantos e alegrias, por desertos e vimos que, no deserto, também se pode
construir a vida. O deserto não espanta nem tira a força da criatividade para
soluções em favor da vida. Vimos muito a beleza do verde das oliveiras, das
videiras e das tamareiras. E vimos horizontes de viveiros que guardam e
alimentam a variedade de sementes e
mudas de frutos e frutas. Com este testemunho da natureza cuidada por homens,
entendi que o melhor lugar para se preparar para a luta é o deserto. [Vide o
que está escrito em Mateus 5-7]. Provamos, por curiosidade, do sal das
montanhas na região de Sodoma e Gomorra. No alto monte um pico se destacava como
uma imaginada figura da mulher de Ló. A lição é clara: quem olha para traz se
“estaca” no caminho da libertação! Subimos o Monte Carmelo, onde o profeta
Elias desafiou todos os sacerdotes de Baal e pisou suas cabeças. Em cada lugar
podíamos assistir um pouco do filme de nossas vidas. Quantas vezes, não
querendo e querendo, misturamos o nosso Deus e Senhor com outros “merrecas” de
deuses que custam dinheiro e vida.
Voltando da
Jordânia e, depois de atravessarmos um duro esquema de segurança na divisa,
chegamos a Eilat, localizada no extremo norte do Mar Vermelho, que não é um
nome originalmente bíblico. O verdadeiro nome em hebraico é yam suf, mar de Juncos. [Consulte
“juncos” no Aurélio]. É uma margem de um lindo visual que se faz grandiosa pela
beleza dos grandes hotéis que circundam. Pela primeira vez Eilat é mencionada
no livro de Êxodo. Molhamos os pés naquele mar. Muitos relaxaram os corpos
mergulhando naquelas águas como atletas das olimpíadas. Estávamos próximos do
encontro de três nações: Egito, Israel e Jordânia. O Mar Vermelho nos lembrou a
grande epopeia da passagem de um povo da terra da escravidão para a terra da
liberdade. Mas, ainda não era a Terra Prometida. A rebeldia, o “adultério”
espiritual de um povo, apesar de um grande líder – Moisés – fechou as portas da
Promessa. A Terra, onde corria leite e mel, foi aberta somente a Josué e a Calebe
e aos descendentes dos que deixaram o Egito, há quarenta anos. Nem o comandante
entrou, como já vimos. Nossa reflexão é que as promessas de Deus para nossa
vida e sua contínua atenção ao nosso crescimento emocional e espiritual é uma
persistente graça que vem do seu coração. No entanto, apesar de ser graça ela,
exige nossa contínua fidelidade ao seu amor e nosso persistente esforço. Nossa
passagem da terra da escravidão para a Terra da Páscoa – libertação não depende
apenas de Deus nos atravessar o rio no seu colo. Dificilmente o Senhor ajuda a
quem não toma iniciativa. Em Êxodo 14:15 está escrito:diante do choro e do
“enjoamento” do povo “aborrecente”, “... disse o Senhor a Moisés: Por que
clamas a mim? Diz aos filhos de Israel que marchem” e não fiquem me esperando! Deus
é sempre gracioso, mas nunca foi e será paternalista. A ciência mesmo nos informa
que paternalismo que não exige respostas e esforços é um mal que enfraquece o
caráter de filhos e de subordinados. Graça não age onde há contínua
desobediência. A graça não age na preguiça e na comodidade. Deus não carrega no
colo a quem pode andar. É um absurdo que não tem tamanho quem rejeita os
recursos profissionais [instrumentos de Deus] e joga remédios no lixo,
responsabilizando a Deus pela cura. Isto, também do mundo espiritual, chama-se
preguiça! É claro que Deus pode e deve ser consultado sobre as providências a
serem tomadas. Mas ele só vai entrar onde os recursos falharem. Estes foram os
sentimentos e lições que “pescamos” naquele mar de águas limpas e azuis. E
confessei minha preguiça em agir para que minha cura fosse completa debaixo da
vontade e das dicas de Deus. Obrigado, Senhor! Pela confiança que tenho em ti
consigo aumentar a confiança em mim. Por que não sou nenhum deficiente, nem um
velho incapaz. Apesar dos meus setenta e seis anos.
Querendo
terminar. Há um lugar que embora não tenha a força e a unção da espiritualidade
que nos embriagava, foi muito marcante para a alma e o corpo de toda a “FAMÍLIA”.
Seu nome é Petra, conhecida como a cidade vermelho-rosa. Um cidade totalmente
esculpida nas montanhas com mais de duas mil fachadas escavadas nas rochas. Foi
em Petra que conhecemos o mais antigo restaurante do mundo, também, escavado na
rocha. Foi gostoso. É o tesouro mais precioso da Jordânia e uma das sete
maravilhas do mundo. Ela nos impressionou pela grandiosidade e pela beleza.
Tiramos um dia para uma caminhada de quase quatro quilômetros de um
desfiladeiro de 1000 metros de comprimento, 15 de largura e mais de 100 de
altura das rochas. Um desfiladeiro cheio de altares sagrados, um pequeno templo
com figuras humanas e de animais que indicam que este caminho era sagrado e
comercial ao mesmo tempo. A maioria caminhou com seus pés [ou apoiado em
bengalas], outros optaram por charretes
[era possível também alugar cavalos]. Eram só surpresas e espantos. Cada passo,
algo novo. Terminando este divertido e surpreendente caminho, aparece o sonho
de muitas pessoas e a fachada mais bonita e mais famosa de toda Petra: o Tesouro.
Um templo que arrancou um grito de espanto feliz. Não vou detalhar seus
detalhes. A foto da “FAMÍLIA” toda foi tirada na frente deste monumento. Esta
“aventura” [inclusive pudemos ter o gosto gostoso de andar montado em um
camelo!] chamou minha atenção. Caminhávamos dentro de uma grande rocha. Temos
aprendido que o Senhor Javé é a nossa Rocha [Deuteronômio 32:4] e que “rocha nenhuma há como o nosso Deus” [1
Samuel 2:2] e que nossa vida para não ser derrubada por vento algum precisa ser
construída sobre a Rocha [Mateus 7]:24-27]. Mas, enquanto caminhava por dentro
daquela grande rocha de Petra, ia pensando que a nossa vida estará mais
sustentada se construída não sobre mas,
dentro da Rocha. Vivendo dentro da
Rocha. Viver sobre a Rocha há o
perigo da tentação do escorregadio. Vivendo dentro,
a tentação do escorregadio é bem
menor!
Muitos lugares
conhecemos e participamos de eventos felizes. Mas não nos é possível falar de
todos. Não foi nem a metade do muito de nossa História de Povo de Deus. Se conhecêssemos
todos, nosso espírito, talvez, não aguentasse. Deus seja adorado, louvado e
agradecido! E com espírito fortalecido por tanta unção, Deus permitiu que
déssemos um prazer à carne [alma] que mergulhar nas belezas e nos atrativos de Paris. [Conseguiram
contar quantas vezes a parece a palavra “mergulhar neste artigo?] Tenho certeza
que nosso espírito fortalecido pelo Espírito Santo não se manchou na navegação
no Rio Sena, na visita ao Museu de Louvre, nas visitas [?] às lojas e no grande
espetáculo de arte musical e humorismo no Lido que fechou nosso turismo.
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