PROJETO LIBERTAÇÃO PELA GRAÇA


PARA INTRODUZIR: LIBERTAÇÃO SUPÕE CIRCUNCISÃO



“Todos os reis amorreus que habitavam a oeste do Jordão e todos os reis cananeus que viviam ao longo do litoral souberam como o SENHOR tinha secado o Jordão diante dos israelitas até que tivéssemos atravessado. Por isso, desanimaram-se e perderam a coragem de enfrentar os israelitas. Naquela ocasião o SENHOR disse a Josué: “Faça facas de pedra e circuncide os israelitas”.  Josué fez facas de pedra e circuncidou os israelitas em Gibeate-Aralotec.  Ele fez isso porque todos os homens aptos para a guerra morreram no deserto depois de terem saído do Egito.  Todos os que saíram haviam sido circuncidados, mas todos os que nasceram no deserto, no caminho, depois da saída do Egito, não passaram pela circuncisão.  Os israelitas andaram quarenta anos pelo deserto, até que todos os guerreiros que tinham saído do Egito morressem, visto que não tinham obedecido ao SENHOR. Pois o SENHOR lhes havia jurado que não veriam a terra que prometera aos seus antepassados que nos daria, terra onde manam leite e mel.  Assim, em lugar deles colocou os seus filhos, e estes foram os que Josué circuncidou. Ainda estavam incircuncisos porque não tinham sido circuncidados durante a viagem.  E, depois que a nação inteira foi circuncidada, eles ficaram onde estavam, no acampamento, até se recuperarem.  Então o SENHOR disse a Josué: “Hoje removi de vocês a humilhação sofrida no Egito”. Por isso até hoje o lugar se chama Gilgal.  Na tarde do décimo quarto dia do mês, enquanto estavam acampados em Gilgal, na planície de Jericó, os israelitas celebraram a Páscoa.” – Jousé 5:1-10

A circuncisão marcava toda pessoa do sexo masculino como um filho de Abraão como consagrado ao serviço do Senhor. Era o “sinal da aliança” instituído por Deus, e significava que Abraão se comprometera com o Senhor por meio de um pacto, segundo o qual somente o Senhor seria o seu Deus, a quem Abraão serviria e em quem confiaria. Veja: “Esta é a minha aliança com você e com os seus descendentes, aliança que terá que ser guardada: Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados na carne. Terão que fazer essa marca, que será o sinal da aliança entre mim e vocês” – Gênesis 17:10-11. Pelo que lemos no texto de abertura, a circuncisão era uma condição para que povo tivesse direito a tomar posse da Terra da Promessa. Era condição para a celebração da Páscoa que é o mesmo que passar da terra da escravidão para a terra da liberdade. Leiam o que está em Êxodo12:47-48: “Qualquer estrangeiro residente entre vocês que quiser celebrar a Páscoa do SENHOR terá que circuncidar todos os do sexo masculino da sua família; então poderá participar como o natural da terra. Nenhum incircunciso poderá participar. A mesma lei se aplicará ao natural da terra e ao estrangeiro residente”.

Todos que saíram do Egito tinham sido circuncidados, mas, pelas contínuas desobediências, nenhum entrou na terra prometida “onde manavam leite e mel”. Por não terem sido fiéis ao pacto que fizeram no tempo de Abraão, a terra da libertação foi fechada para eles. 

Josué estava, agora, com os filhos dos que saíram do Egito e que não tinham ainda sido circuncidados. Eles estavam na Terra Prometida conduzidos por Josué. Mas não estavam ainda espiritualmente preparados nem haviam ainda celebrado a Páscoa, ou seja, tomado posse da terra. Chegaram ao território da liberdade. Mas, a terra ainda não era deles. Para que isto acontecesse, Deus exigiu que Josué os circuncidasse.

Nós entramos na Terra da Libertação conduzidos pelo Senhor Jesus. Josué substituiu Moisés e conduziu o povo de Deus. Hoje, Jesus, em obediência ao Pai, nos conduziu e continua nos conduzindo, em um contínuo processo de páscoa. [É interessante lembrar que a raiz do nome Josué é a mesma do nome Jesus]. A morte de Jesus nos colocou na Nova Terra Prometida, mas a caminhada não terminou.

Nós saímos do Egito [símbolo de escravidão] quando nascemos de novo. Podemos ter nascidos de novo, mas ainda não somos livres por inteiro. Ainda não somos livres em tudo. Quantas marcas da nossa história de vida e do mundo ainda carregamos! Ainda podemos não termos convertidos. Nascemos de novo no espírito, mas a conversão se dá na alma. E se a alma não se converter o espírito se enfraquece. É por isso que muitos de nas que nascemos de novo continuamos crianças no espírito. Nossa caminhada, ainda continua embaraçada. Se pela graça, nascemos. Pela graça e pelo nosso esforço crescemos.

Este esforço significa a contínua busca da cura de nossas manchas espirituais [ou pobrezas espirituais] e de nossas enfermidades psíquicas e sociais. Não basta ou, melhor, não se consegue ser pleno no espírito se a alma e o coração permanecerem doentes. O fortalecimento do espírito é de responsabilidade do Espírito, desde que o permitamos. Mas a cura da alma e do coração depende de nossa vontade com a segurança da nossa dependência de Deus, uma vez que “tudo posso naquele em quem confio” – Deus que me fortalece. O que queremos dizer é que sem a libertação, que depende de curas procuradas e processadas, não conseguimos tomar posse de t-o-d-a a graça que Deus nos prometeu dar. De toda a Terra da Promessa.

Para melhor entendermos que estamos querendo dizer, vamos reforçar nosso pensamento: Não tomamos posse de toda a Terra da Graça, apesar de nascermos de novo porque não crescemos. Nascemos de novo mas não conseguimos andar na liberdade, porque temos pés amarrados com laços do mundo, com laços da alma não suficientemente bem tratada. Alma é infectada de feridas não curadas, de pecados não confessados. Alma com eternas amarguras. Almas escravizadas pelo orgulho, pela soberba. Coração infartado porque o sangue do perdão não corre ou está coagulado. Coração que não bate de tanta frieza com Deus, com o cônjuge, com os filhos, com os irmãos de igreja.

Não tomamos posse de Toda a Terra da Libertação porque resistimos a sermos circuncidados. A proposta deste projeto é nos submetermos à circuncisão. E Deus quer usar o irmão para nos circuncidar.

A circuncisão para o judeu exigia duas coisas: Ficar nu e confiar na pessoa que faria a cirurgia. Confiar que o cirurgião não iria cortar o testículo e não o pênis. Era cortar só uma pelinha. Por isso, a faca tinha que ser de pedra e não, de metal. A faca de pedra era mais eficiente. Para o judeu a circuncisão era um sinal de submissão ao conserto. Querer ser curado é aceitar ser submisso ao conserto.

Se verdadeiramente, nós queremos ser curados para gozarmos da libertação temos que nos submeter a ficarmos nus diante de Deus. Mas Deus quer que fiquemos nus diante dos irmãos. É o mesmo que abrirmos nossa alma inteira ao irmão como “facas” de Deus para nos circuncidar. Na Bíblia, mais especificamente em Tiago 5 encontramos este preceito: “... confessem seus os seus pecados [seus traumas, suas mágoas, seus desacertos espirituais] uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.



1. CORAÇÕES OBSTINADOS

  

Mas eles não me ouviram, nem deram atenção. Antes, seguiram o raciocínio rebelde dos seus corações maus – Jeremias 7:24



Uma das características do ensino de Jeremias é que ele diagnosticou a indisposição de Israel ao arrependimento como uma condição firmemente arraigada no coração. Deus disse  o seguinte: “Mas este povo tem coração obstinado e rebelde” – 5:23; “todos eles são rebeldes obstinados” – 6:28. De fato, grande parte desse mau comportamento era devido ao “raciocínio rebelde dos seus corações maus” – 7:24. Jeremias repete essa frase no mínimo sete vezes.

E uma vez que a raiz do problema está no coração, Jeremias enfatiza que não há remédio humano capaz de curá-lo. “Mesmo que todo o povo de Judá se lavasse com soda e com muito sabão, a mancha da sua iniqüidade permaneceria diante de mim” – 2.22. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês [o povo de Judá] são incapazes de fazer o bem, vocês, que estão acostumados a praticar o mal” – 13:23. Uma vez que “o pecado de Judá foi escrito com estilete de ferro e gravado com ponta de diamante nas tábuas dos seus corações”  ele não pode ser apagado – 17:1. Além disso “o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa”, e desesperadamente corrupto – 17:9. Essas quatro imagens ilustram vivamente o fato de que não há cura humana para o pecado. Ele é como uma mancha que não pode ser erradicada, como pigmentação de pele que não pode ser mudado, como uma gravação que não pode ser removida e, como uma doença que não tem cura. Só Deus pode mudar o coração humano.

Jeremias então clama: “Ó Jerusalém, lave o mal do seu coração” - 4:14, mas ele sabe que não pode fazer isso. Assim, ele aguarda ansiosamente o dia em que Deus estabelecerá uma nova aliança com o seu povo, e escreverá sua lei em seus corações, como prometeu. Vamos ler em 31:31-34  “Estão chegando os dias”, declara o Senhor, “quando farei uma nova aliança com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu seu o Senhor deles”, diz o Senhor. “Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias”, declara o Senhor: “Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo. Ninguém ais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: “Conheça o Senhor”, porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior”, diz o Senhor. “Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados”

Em outras palavras, ele lhes dará um novo coração. Em 32:39: “”Darei a eles um só pensamento e uma só conduta para que me temam durante toda a sua vida, para o seu próprio bem e o de seus filhos e descendentes”. Mais ou menos é que está em Ezequiel 36:26. “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne”. Essa promessa é maravilhosamente cumprida hoje, sempre que alguém passa pela experiência do novo nascimento.



DINÂMICA - pergunta para o grupo (cada casal responde e descreve; não basta dizer “está bom”; “está mais ou menos”; “está ruim”):

Como está o seu coração com você, com seu cônjuge e com Deus?



Leitura para terminar: João 3:1-15.


2. O PECADO E O JUÍZO
 

Contudo os seus compatriotas dizem: “O caminho do Senhor não é justo”. Mas o caminho deles é que não é justo. – Ezequiel 33:17



Nos capítulos 4 a 24 de Ezequiel sentimos que não há nenhuma dúvida de que o tema principal deste trecho diz respeito ao pecado e  ao juízo divino, ou seja, de um lado, um a exposição do pecado de Israel, e de outro, a legitimidade do juízo de Deus. Além disso, os pecados expostos por Ezequiel são claras violações aos Dez Mandamentos.

Primeiramente, o povo de Deus não estava amando a Deus com inteireza de coração. Ao contrário, quando Ezequiel teve uma visão de Jerusalém, ficou horrorizado com as imagens idólatras que encontrou, inclusive dentro do próprio templo, chamando-as de “práticas ímpias e repugnantes” – 6:11. Homens e mulheres, sacerdotes e leigos, estavam profanando a casa de Deus. Um grupo de pessoas havia dado as costas para o templo do Senhor e voltados seus rostos para o oriente, prostrando-se na direção do sol – 8:16 Outros estavam adorando nos lugares altos dos cultos de fertilização dos cananeus. Alguns não haviam deixado a terrível prática do sacrifício de crianças. Além  disso, a idolatria deles não era superficial; eles haviam “erguido ídolos em seus corações” – 14:3.

Em segundo lugar, o povo de Deus não estava amando o seu próximo. Eles haviam “enchido a terra de violência” – 8:17– e deixado de cuidar dos pobres, de alimentar os famintos, de vestir os que estavam nus e de assegurar a justiça aos oprimidos. Pior ainda, eles fizeram com que Jerusalém adquirisse a fama de “cidade sanguinária” – 22:2, designação dada pelo profeta Naum à cidade de Nínive – Na 3:1 -, porque muito sangue inocente havia sido derramado nela.

Como a palavra “ídolos” representa o clímax do pecado contra Deus, e “sangue” o clímax do pecado contra o nosso próximo, é difícil imaginar uma situação pior do que a combinação de ambos. Esta foi a acusação de Ezequiel: “Vocês comem carne com sangue, voltam-se para os seus ídolos e derramam sangue” – 33:25; veja também 36:18. Esse foi o registro da rebeldia de Israel. Não admira que eles tenham levado Javé e sua glória para longe do santuário – 8:6.



DINÂMICA: TENDO COMO REFERÊNCIA O TEXTO ACIMA,    ALGUMAS PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:



1. “não estava amando a Deus com inteireza de coração”. Como está seu coração diante de Deus? Assinale e comente: [    ] amargura; [   ] frio com Deus; [   ] frio com a Igreja; [   ] frio com a família; [    ] frio com todos; [    ] livre para amar

2. “as imagens idólatras que encontrou, inclusive dentro do próprio templo”. Somos o tempo de Deus. O que mais tem enchido  “o seu templo”? Assinale e comente: [   ] Deus; [   ] o cônjuge; [  ] a família/filhos; [   ] a profissão; [   ] a mídia [   ] outras coisas

3. “voltados seus rostos para o oriente” – Em suas necessidades ou tribulações em quem você busca socorro? Assinale e comente. [   ] Palavra de Deus; [   ] o cônjuge; [   ] o pastor; [    ] o pai ou a mãe; [   ] o amigo [  ] ninguém

4. “erguido ídolos em seus corações” – Quem é sua referência de vida como o seu ídolo? Assinale e comente: [    ] Jesus; [   ] pai ou mãe; [   ] o chefe de trabalho; [   ] pastor; [    ] amigo; [   ] jogador (futebol, basquete, luta...]; [   ] político; [    ] ator e atriz de novela

5. “não estava amando o seu próximo” – Você tem nenhum amigo, poucos amigos ou muitos amigos? Quem é o outro, fora de sua família,  para você ? Assinale e comente. [   ] amado como filho de Deus [  ] quem precisa de mim; [   ] como meu irmão; [  ] fiel em qualquer circunstância; [   ] merece meu perdão; [   ] me perdoa



3. NEGANDO A VERACIDADE DE DEUS



Dinâmica para esta conversa. Depois da leitura do texto pelo facilitador: 1 – o grupo será dividido em duplas de casais; 2 – cada dupla de casais se reunirá à parte para responderem aos questionamentos do texto; 3 – depois de 30 a 45 minutos, todos voltam ao grupo e cada dupla compartilhará o resultado de sua conversa.



“Ora, a serpente era a mais astuta de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: “Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim”?” – Gênesis 3:1.



Devemos ter em mente que Deus deu a Adão e à Eva três instruções: 1. a permissão para comerem livremente dos frutos de todas as árvores do jardim, incluindo-se a da vida [2:16], 2. a proibição de comer o fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” [2:17] e 3. a punição no caso de desobediência. Assim, eles sabiam muito bem o que podiam e o que não podiam fazer,  e o que aconteceria se desobedecessem. Devemos considerar agora como a serpente, sendo mais astuta que todas as outras criaturas, torceu essas instruções, transformando-as em tentações. A astúcia de Satanás ainda emprega essas mesmas táticas.

@ - comer do fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” é o mesmo que assumir o controle da própria vida sem nenhuma dependência de Deus. Em que áreas de sua vida conjugal você alguma vez agiu sem depender de Deus? Quais foram as conseqüências de tal atitude?



O demônio negou a veracidade de Deus. Deus havia dito que no dia em que Adão e Eva comessem do fruto proibido, certamente morreriam [2:17]. Porém, o demônio lhes diz: “Certamente não morrerão” [3:4]. Desta forma, Eva se viu diante de uma contradição. Ambas as afirmações poderiam estar corretas; uma delas era uma mentira. Mas qual delas? Infelizmente, ela acreditou na mentira do Diabo e duvidou da veracidade de Deus.

@ - quando em sua vida familiar a “verdade” do mundo lhe falou mais alto que a verdade de Deus? Cite um exemplo e como isso afetou sua vida.



Porém, Deus estava falando a verdade. Adão e Eva morreram espiritualmente. Até pecarem, eles podiam comer livremente da árvore da vida, mas agora haviam perdido esse acesso privilegiado, e o caminho para a árvore da vida passou a ser estritamente vigiado [22-24]. Ao mesmo tempo, seus corpos também se tornaram mortais. Deus disse a Adão: “Por que você é pó, e ao pó voltará” [v.19]. Os vestígios fósseis indicam claramente que a morte sempre existiu nos reinos animal e vegetal. Mas parece que Deus desejava que os seres humanos, feitos à sua imagem, experimentassem um fim mais nobre que a desintegração que chamamos “morte”; talvez um tipo de “translado”, como aconteceu com Enoque e Elias, que não passaram pela morte.

@ em que área de sua vida conjugal você se pensa um “morto espiritual” que dificulta seu acesso á “árvore da vida”?



O demônio continua negando as advertências de Deus acerca do seu juízo e da terrível realidade do inferno para aqueles que se recusam a se arrepender. Continuamos a ouvir o sussurro do Diabo: “Você não morrerá”. Mas é como os falsos profetas que dizem “paz”, quando não há paz [por exemplo. Ezequiel 13:10]. E, como disse Jesus, o Diabo é “mentiroso e o pai da mentira” [João 8:44]

@ em que pontos seus sentimentos são cópias dos sentimentos do mundo que nega as advertências de Deus, parecendo que você vive na paz quando não há paz?


Confirmação em João 8:42-44: “Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou. Por que a minha linguagem não é clara para vocês?° Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira”


4. VERGONHA E CULPA



“Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se” – Gênesis 3:7


RECORDANDO - A astúcia de Satanás foi levar o homem a negar a veracidade de Deus [3:1], como já vimos, a negar, também, a bondade de Deus [3:1-5]. Quanto a negar a bondade de Deus, o Diabo insinuou que Deus já sabia de tudo, por isso proibiu que eles comessem do fruto. Em seguida, o Demônio continuou afirmando que Deus deliberadamente negou-lhes o conhecimento que obteriam se comessem, pois não estava interessado no bem-estar de ambos, mas em seu empobrecimento.

Mas o Diabo foi mais longe. Foi levar Adão e Eva a negarem a “alteridade” de Deus, quando ele disse: “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” [3:4-6]. Ou seja acenou para Eva com a possibilidade de ela se tornar como Deus.

Nessa sugestão diabólica a essência do pecado se torna evidente, pois, Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus e desta forma eles já eram “como Deus” em tudo aquilo que ele desejava que eles tivessem a sua essência, isto é, na capacidade racional, moral, social  e espiritual que ele lhes havia concedido.


CONSEQUÊNCIAS – Vergonha e culpa foram duas conseqüências imediatas da queda de Adão e Eva. Primeiramente, eles sentiram vergonha. Por terem desobedecido à ordem de não comer do fruto proibido, como conseqüência “os olhos dos dois se abriram”. É claro que o texto não está se referindo aos olhos físicos, mas os olhos de suas consciências. Eles agora enxergavam claramente a tolice e o pecado que haviam cometido ao se rebelarem contra Deus. Além disso, sua nudez física, da qual não se envergonhavam anteriormente [2:25], agora os enchia de constrangimento, simbolizando seu sentimento de culpa diante de Deus. Mas, apesar deles terem confessado seu pecado, aparentemente eles não perceberam as implicações disso tudo, já que acharam que poderiam cobrir sua vergonha com um patético avental de folhas de figueira [3:7]. Hoje, já muitos de nós  e do nosso meio não sentem nenhuma vergonha pelas suas desobediências à Palavra. O máximo que fazem é cobrir-se disfarçadamente com alguma oração corrida ou alguma obra para a igreja.

@ Eles sentiram vergonha. Sua consciência ainda não estava “endurecida”. Sua [nossa] “consciência conjugal” sente sempre vergonha quando peca contra seu cônjuge com palavras, atos e pensamentos? Você pode citar um exemplo? Porque pecar contra o outro é o mesmo que pecar contra Deus.


O segundo expediente a que Adão e Eva recorreram foi jogar a culpa um no outro. Adão culpou Eva por ter-lhe dado o fruto e foi mais longe, culpando também a Deus por ter-lhe dado Eva como companheira [v 12]. Quando Deus perguntou a Eva o que ela havia feito, ela culpou a serpente por tê-la enganado [v13]. Fazemos o mesmo hoje. Somos sempre inocentes de nossos pecados contra Deus e desamores contra o outro [cônjuge]. Como “deuses” segundo o mentiroso projeto de Deus não nos responsabilizamos pelos nossos maus atos. E como “pecadores espiritualizados” acusamos o Diabo por montar armadilhas para nossas quedas. Em muitos de nossos maus comportamentos e caratismo o Diabo é inocente.

@ Você pode citar um exemplo de momentos de queda em que acusa seu parceiro conjugal, seu irmão de fé, seu chefe e colegas de trabalho? Você nunca reconhece-se culpado de suas “pisadas na bola”?



Vergonha e culpa são desculpas bastante atuais. Podemos nos tornar especialistas em arranjar desculpas para tentar diminuir nosso sentimento de vergonha e em culpar os outros. É a chamada “síndrome da Gabriela”. “Eu nasci assim”, dizemos, ou “meus pais me criaram assim”, ou ainda, “minha família é assim, não é minha culpa”. [Você parte deste grupo de acusadores?] Entretanto, uma característica essencial de nossa humanidade feita à imagem e semelhança de Deus é que assumamos a responsabilidade pelas escolhas que fazemos.

@ Se você culpa alguém pelos seus problemas, quem costuma ser o mais culpado? E onde seu cônjuge entra nesta?



Para terminar: João 16:8-15 – “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado”.

5 - O LAVA-PÉS E  A CEIA DO SENHOR

Ocasião especial: Celebração da Santa Ceia do Grupo. Por isso, dois textos que se completam




Dinâmica – Três momentos: 1. Duas pessoas do grupo avisadas previamente, preparam para explicar e  comentar o texto com o grupo; 2. Em seguida, um dos participantes lê a introdução às perguntas que serão feitas aos casais; 3. O casal facilitador faz as perguntas específicas para serem  respondida no grupo.




Primeiro Momento: COMENTÁRIO AO TEXTO DO LAVA-PÉS



Assim, [Jesus] levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura... Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura – João 13:4-5.

Durante a ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos e disse-lhes que seguissem seu exemplo. Alguns cristãos têm reproduzido fielmente essa cerimônia. Papas e patriarcas, reis e rainha, ainda fazem isso na quinta-feira santa. Algumas igrejas protestantes também incorporam a lavagem dos pés em seu culto da Santa Ceia. Outros acreditam que Jesus não estava instituindo uma cerimônia, e sim praticando um rito comum â cultura da época. TRANSPONDO A FALA DE JESUS PARA A NOSSA CULTURA, ELE NOS DIZ QUE SE AMARMOS UNS AOS OUTROS, SERVIREMOS UNS AOS OUTROS, DE FORMA QUE NÃO HAVERÁ NADA QUE POR DEMASIADAMENTE HUMILHANTE NÃO POSSA SER FEITO.

O lava-pés, no entanto, foi mais que um exemplo de serviço humilde; foi também uma parábola da salvação. A princípio Pedro se recusou a permitir que Jesus lavasse seus pés. Sendo assim, disse Jesus, o discípulo não poderia ter comunhão com ele. Foi quando Pedro pediu para que também suas mãos e cabeça fossem lavados, ao que Jesus respondeu: “Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés; todo o seu corpo está limpo” [João 13:10]

Fica assim, muito claro que a lavagem era um retrato da salvação e que compreendia duas etapas: PRIMEIRO UM BANHO, DEPOIS A LAVAGEM DOS PÉS. O costume implícito nessa cerimônia era familiar. Antes de sair de casa para jantar na casa de um amigo, o convidado tomava um banho. Ao caminhar descalço ou de sandálias, seus pés se sujariam de novo. Assim, ao chegar, UM ESCRAVO LAVARIA SEUS PÉS, MAS NÃO HAVERIA NECESSIDADE DE OUTRO BANHO.

Da mesma forma, quando chegamos a Jesus Cristo por meio do arrependimento e da fé, somos banhados. Teologicamente, este banho é chamado de “justificação” [recebimento de uma nova condição] ou “regeneração” [experiência de um novo nascimento], ambos representados no batismo, que não se repete. Depois, mesmo continuando a cair em pecado e nos sujando da lama que há nas ruas imundas do mundo, não precisamos de outra justificação, regeneração ou batismo, e sim de perdão diário, simbolizado por nossa freqüência à Ceia do Senhor. Pedro cometeu dois erros opostos. Primeiro, quando protestou a que Jesus lhe lavasse os pés. Em seguida, ao pedir o banho completo, visto que tudo o que necessitava era ter apenas os pés lavados. Que Deus nos ajude a compreender essa distinção.


 “Por que sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha” – 1 Coríntios 11:26.

Segundo Momento: COMENTÁRIO AO TEXTO DA CEIA


Durante a refeição no Cenáculo, Jesus tomou o pão e, partindo-o, deu-o aos discípulos, dizendo-lhes: “isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim” [Lucas 22:19]. Após a refeição, tomou o cálice de vinho e o deu a eles, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês” [Lucas 22:20]. Tais palavras e atos são plenos de significado, pois nos mostram a própria visão de Jesus em relação à sua morte. Três verdades se destacam.

A primeira é a centralidade de sua morte. Jesus estava dando instruções para o seu próprio culto memorial – eles deveriam comer pão e beber vinho “em sua memória”. Além do mais, o pão representava não somente corpo vivo de Jesus, como também o corpo dado em favor deles, enquanto o vinho representava o seu sangue derramado. Em outras palavras, ambos os elementos apontavam para a morte de Jesus. Era pela morte que ele desejava ser lembrado.

A segunda verdade que aprendemos com a Ceia do Senhor diz respeito ao propósito da morte de Jesus. Conforme Mateus, o cálice representava “meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados” – Mateus 26:28. Esta é a declaração verdadeiramente maravilhosa de que, através do sangue de Jesus, derramado em sua morte, Deus restabeleceria uma nova aliança [Jeremias 31], cuja maior das promessas era o perdão dos pecados.

A terceira verdade ensinada pela Ceia do Senhor é concernente à nossa necessidade de nos apropriamos de forma pessoal dos benefícios da morte de Jesus. No drama do cenáculo os discípulos não eram apenas espectadores, mas participantes. Jesus não somente partiu o pão, mas deu-lhes para que o comessem. Não somente derramou o vinho no cálice, como também o deu para que eles o bebessem. Da mesma forma, não bastou que Cristo morresse – temos de nos apossar das bênçãos de sua morte. O ato de “comer o pão e beber o vinho” foi, e ainda é, uma parábola viva do receber a Cristo como nosso Senhor crucificado e de nos alimentarmos dele em nosso coração mediante a fé.

A Santa Ceia, conforme instituída por Jesus, não foi uma declaração sentimental do tipo “não me esqueçam”. Antes, foi um drama com grande riqueza de significado espiritual.


Terceiro Momento: LEITURA DA INTRODUÇÃO ÀS QUESTÕES PARA CADA CASAL COMPARTILHAR


A vida conjugal e familiar é uma contínua caminhada juntos. No começo da vida conjugal, quase sempre ambos começam a caminhada de vida limpa. Nenhuma sujeira nem nos pés, nem no coração. Este – o coração – é o mais feliz porque nele não há nenhuma sujeira. Mas com a caminhada, por falta de atenção e cuidado, por desleixo, mesmo, ambos vão se deixando sujar pelo pó e pela poluição do mundo ou pelos choques na convivência. E muitos não percebem que sua relação está a cada dia se sujando. E a sujeira está desfigurando a relação que começou limpa, sem mágoas, sem ressentimentos, sem traições, sem esquecimentos. Tudo era belo. Em tudo era um só coração; uma só alma.

A vida conjugal era uma continua ceia, espelho da Ceia do Senhor. O Senhor tinha seu lugar na mesa do casal e da família. Ambos partiam o pão entre si. Ou ainda, cada era pão preparado para o outro. Era força um para o outro. Era ânimo um para o outro. Era palavra um para o outro. Nenhum dos dois tinha medo de se partirem um para o outro.

Ambos derramavam o vinho no cálice do outro.  Nenhum dos dois tinha medo de se derramar na vida do outro. Se preciso era, cada um era capaz de matar seus desejos, seus planos, sua segurança, suas manias para que o outro ficasse sempre de pé com a alma livre de qualquer ferida com nomes diversos como: rejeição, frustração, baixa auto-estima, desemprego, enfermidades, insegurança, traições, dificuldades na sexualidade.

Uma coisa importante deve ser lembrada: a ceia foi celebrada ao redor de uma mesa e com todos assentados no chão. Antigamente não se usava cadeiras para as refeições.

A seguir uma pergunta para cada casal. As perguntas são pessoais. Devem ser respondidas de forma objetiva e em, no máximo, cinco minutos. Todos estão recebendo este estudo por e-mail para poder se preparar.



Observação: quando falamos lavar os pés entende-se gesto de cooperação e outros. É humilhar pelo outro sem perder a identidade. Pão é ministração de palavras de correção, de ânimo, de estar juntos. É andar juntos e alimentados. Vinho é gestos de entrega, de perdão, de ministração de alegria e outros. É derramar-se em sacrifício para o outro.



COORDENAÇÃO DO FACILITADOR (faz as perguntas)



1. Para Sílvio e Ana Paula; Quando cada um de vocês precisou lavar os pés do outro por estar com dificuldade de caminhar na vida espiritual?

2. Para César e Marlene: Quando cada um de vocês precisou se humilhar para o outro lavar seus pés com o perdão?

3. Para Carlos e Edna: Em que situação da vida conjugal um precisou partir o pão para o outro?

4. Para Jeferson e Márcia: Em que situação, um pediu que o outro lhe desse o pão?

5. Para Luis Oliveira e Carmen: Em que ocasião da vida conjugal um precisou que o outro derramasse o vinho no cálice do outro – se entregasse mais na vida do outro?

6. Para Paulo e Elizete: Por quantas vezes foi necessário que  um não só lavasse os pés do outro mas ainda partisse o pão e derramasse o vinho no cálice do outro?

7. Para Ismael e Paula: Quando um de vocês quis lavar os pés do outro e este rejeitou o gesto?

8. Para Walter e Odilza: Quando um de vocês não acreditou no pão e no vinho do outro?

9.Para Euler e Maria Edith: Qual o significado da mesa em sua vida conjugal e familiar?


Quarto Momento: CELEBRAÇÃO DA CEIA

6 – RELACIONAMENTOS ROMPIDOS



“À mulher, [Deus] declarou: “Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravide; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desenho será para o seu marido, e ele a dominará”. E ao homem dclarou: “[...] maldita é a terra por sua causa; com sofrimentos você se alimentará dela todos os dias da sua vida” – Gênesis 3:16-17.




Dinâmica: 1. O casal facilitador lê o texto; 2. Os casais se dividem em grupos de três para conversarem e responderem as questões; 3. Na volta para o grupão, cada grupo relata o resultado da conversa.




Os primeiros dois capítulos de Gênesis afirmam que Deus fez o homem e a mulher à sua imagem. Esta imagem divina deverá ser reconhecida acima de tudo em nossos mais variados relacionamentos humanos. Mas, o lugar onde melhor a sua imagem pode ser reconhecida é no relacionamento de contínua conversa de marido e mulher com o próprio Deus. Ele fez o homem e a mulher, não foi só para que cooperassem com ele na obra da criação, mas para ter com quem conversar. O Senhor se apresenta, também como Pai. É por ser Pai que ele tem necessidade de conversar! Quando há encontros, um dos gostos de Deus é andar entre marido e mulher, entre pais e filhos, com uma boa prosa. Sabe por que? Porque marido e mulher é uma das imagens mais fortes e convincentes do amor. E o Amor [Deus] tem mais liberdade para conversar com o amor [casal]. Mas quando há desencontros, Deus não nos acha. E sabe, também, por que? Porque os contínuos desencontros conjugais escondem o casal. Desencontros é um dos exercícios práticos da desobediência! E duro é saber e não se convencer desta verdade! Desta forma, continuamos, como casais, nos escondendo de Deus atrás dos desencontros ou, atrás de outras árvores de outros jardins, onde está a serpente pronta para dar o golpe! Aliás, todo desencontro é golpe da serpente! Uma observação: já perceberam que, quando nos escondemos de Deus, também nos escondemos um do outro? E quando nos escondemos um do outro Deus tem dificuldade em nos achar.

@Há um tempo que vocês estão casados. Neste tempo de casados, quantos por cento vocês viveram se escondendo de Deus pelos desencontros? Se se escondem de Deus, quanto tempo costuma durar este comportamento?

Quando “caíram na real”, Adão e Eva tentaram se esconder de Deus. E foi aí que teve início a maior de todas as tragédias: A tentativa de viver longe de Deus. Eu creio que a tragédia não foi quando eles pecaram; mas quando eles se esconderam! Todo o nosso senso de desorientação  se origina dessa alienação de Deus. O castigo maior de Deus para quem se esconde dele é sua ausência. O maior sofrimento para quem cair no inferno não será o fogo, mas a ausência de Deus. Quem chegar lá vai ter a maior verdade dolorida: vão ver Deus e ver o que perdeu! Isaías dá uma pequena amostra dessa dor quando repete as palavras de Deus: “Suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, por isso ele não os ouvirá” – Isaías 59:2. Confira também Isaías 1:15. É muito chocante não termos mais a quem recorrer! Só o arrependimento mostra o rosto de Deus e abre seus olhos.

@ Vocês, algum dia, como marido ou como mulher, já tiveram essa sensação de que Deus escondera o rosto de vocês? Como e quando foi? Como, conjugalmente, vocês ficaram?





Para terminar com a oração, a leitura de Colossenses 1:15-20.

  
6 – LAMPEJOS DA GRAÇA



“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando; “Onde está você? [...] O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e Eva” – Gênesis 3:8-9.21.




Dinâmica: Maridos e esposas se reunirão em ambientes separados para o estudo por uma meia hora. A seguir, o grupo volta e um representante apresenta o que foi mais forte e significativo na conversa. Todos assumem a tarefa de, em casa, marido e mulher compartilharem o que cada um falou em seu grupo [de homens e de mulheres]




Adão e Eva haviam se rebelado contra a autoridade de Deus, e agora só lhes restava ter que suportar as conseqüências do seu próprio erro. É uma situação terrível com uma perspectiva muito sombria! Um clima pesado de pecado, de culpa, de medo e de juízo. Porém, é nesse cenário que assistimos o surgir de alguns lampejos da graça. Esta cena hoje se repete na vida de muitos casais: pecado, culpa e acusações. Mas, em se tratando de casais conhecedores da Palavra, por mais causticantes [mordazes e queimados] sejam os desencontros, muito facilmente encontram na graça maiúscula o reencontro do entendimento pela misericórdia do Senhor Deus.

@ Alguma vez você sentiu que sua vida conjugal estava passando por uma situação tamanha com perspectiva muito sombria? E que pensamento dominava nesta fase? Você se escondia da graça ou era a graça que parecia se esconder de você?

O Senhor Deus “andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia”. O trabalho do dia havia chegado ao fim, e o Senhor, como de costume, estava dando uma volta pelo jardim, no final da tarde. Podemos supor que Adão e Eva geralmente o acompanhavam nesse passeio. Mas, agora ninguém podia vê-los, pois eles estava escondidos. Entretanto, Deus continuou sua caminhada, procurando e buscando pelo casal que havia desaparecido. Quando eu leio isto, sou tentado [apenas tentado] a pensar que Deus ainda não sabia o que tinha acontecido! Todavia, é lindo imaginar esta cena dos três: Deus, Adão e Eva, todos os dias, fazendo sua caminha naquele jardim mais bonito que Parque do Sabiá. Quando foram até o altar para celebrar sua aliança com Deus, eu quero imaginar que vocês estavam convidando Deus para andar com vocês pelos caminhos do jardim do seu casamento. Porque, embora não expressassem, vocês imaginavam a vida do casamento como um jardim sempre florido.

@ Já aconteceu de Deus procurá-los para passear e vocês estavam sem nenhuma disposição para isso? Ou houve momentos que vocês estavam com medo de encontrar Deus para o passeio no jardim!

A seguir, “o Senhor Deus, chamou o homem, perguntando: “Onde está você?”. Deus sabia o que havia acontecido. E sabia, também, quem era o culpado. Por isso ele chamou por Adão e não pelos dois: “Onde ESTÃO vocês”.

Um parêntesis: Temos o hábito de falar da busca do homem por Deus. A realidade, contudo, é que Deus está buscando o homem. Enquanto Adão e Eva estavam escondidos por entre as árvores, o Senhor Deus deu pela falta deles, buscou-os e chamou por eles. Fecha o parêntesis.

Quando Deus chamou o homem “onde está você?”, ele queria saber do Adão o que havia acontecido com a sua casa. Porque ele – o homem – foi preparado em sabedoria e graça como o cabeça e, por conseguinte, o responsável pela vida da sua casa. Eva não foi preparada como Adão. Por isso, entendemos [eu entendo] que não foi Eva quem errou. Mas foi Adão que falhou, porque se distanciou da mulher. Se distraiu com suas outras ocupações. Ou dormiu debaixo da belíssima árvore florida de primaveras no meio do jardim. Nem trabalho, nem diversão nem igreja pode tirar o foco da responsabilidade do marido cabeça da casa.

@ Você, marido [mulher], pode lembrar de algum mal momento pelo qual sua mulher [seu marido] passou porque você não a acompanhou? E você, mulher [marido], lembra de quando se sentiu esquecida[o] pelo marido [pela mulher] e, por isso, houve complicações sérias?

Coloquem-se no lugar de Adão e Eva e pensem no seguinte: Embora, na caminhada conjugal haja [ou esteja havendo] derrapadas perigosas por conseqüência da desobediência o que, pensando bem, é uma vergonha, o Senhor Deus tem dó da vergonha de vocês. Isto, se vocês não continuarem escondidos! Ele quer e pode fazer algo para aliviá-los. No caso do primeiro casal, ele “fez roupas de pele e com elas os vestiu”– v. 21. Para eles, a pele só ficou disponível depois que um animal foi morto. Nós, neste tempo, com o entendimento do Espírito Santo, sabemos que esta atitude graciosa do Senhor é uma clara indicação, de que o perdão para nossas “derrapadas feias” só pode ser obtido através do sangue [da morte] de Cristo. Deus, melhor que os aventais de figueira para cobrir nossa vergonha, providenciou uma veste muito melhor. Esta iniciativa divina imerecida tem o nome de GRAÇA.

@ Até onde, verdadeira e convictamente a GRAÇA DO SANGUE DE JESUS  faz diferença em seu casamento? Ou essa palavra é simplesmente um jargão, uma gíria ou uma palavra corrompida em seu sentido!



Para a oração final: Salmos 32:1-7: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: confessarei as minhas transgressões ao Senhor, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirão. Tu és o meu abrigo; tu me preservarás das angústias e me cercarás de canções de livramento”

7 – O QUINTO MANDAMENTO (primeira parte)



“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá” – Êxodo 20:12.



Para introduzir: “Honra” é o mesmo que estimar grandemente. Em Provérbios 4:8, lemos: “Dedique alta estima à sabedoria e ela o exaltará; abrace-a, e ela o honrará”. É o mesmo que cuidar. Podemos ler no Salmo 91:15: “Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobri-lo de honra”. Honra é o mesmo que demonstrar respeito. Também lemos em Levítico 19:3: “Respeite cada um de vocês a sua mãe e o seu pai...” Honra é o mesmo que obedecer. Poderíamos ler um mandamento pesado de Deus no caso de filhos rebeldes. Mas vamos lá para Efésios 6:1-3: “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. Honra teu pai e tua mãe” – este é o primeiro mandamento com promessa – “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra”.

Deus está dizendo que pai e mãe são dignos de toda honra que se traduz primeiro em uma profunda e sábia estima; segundo em amoroso e recompensador cuidado; terceiro em um sagrado respeito; e quarto em uma adorável obediência. Obediência se  veste de estima, de cuidados e de respeito. O maior gesto que mexe com a sensibilidade de Deus é a obediência de seus filhos mais do que louvores, adoração e sacrifícios.

@ Descreve como era sua relação com seus pais e o que mais admirava e aborrecia neles. E ainda, em que você se identifica com eles.

Os quatro mandamentos abordam claramente nossos deveres para com Deus. Com esta ordenança, ele também nos revela quem ele é, a melhor forma de  adorá-lo, abre nosso entendimento sobre o seu nome e sobre o seu dia. Alguns estudiosos afirmam que este quinto mandamento nos dá a obrigação para com o próximo. Outros colocam este quinto mandamento  junto com os nossos deveres para com Deus. Se perguntarem o porquê, uma das respostas que mais me agrada é que nossos pais, ao menos enquanto somos crianças e adolescentes, ocupam o lugar de Deus e representam a sua [de Deus] autoridade sobre nós. Isto é tão sério que adultos, inclusive pastores, têm dificuldades em se relacionar com Deus porque seus pais eram uma assustadora imagem do Senhor. E quantas vezes, a mãe reforçava esta imagem torta de Deus, quando apelava pela autoridade do marido nas situações rebeldes de seus filhos! Ou os empurrava para seu marido dar um jeito neles!

@ E agora, qual a imagem que seus filhos têm de vocês como pais? Em sua casa, vocês já perceberam que há filhos do partido do pai e do partido da mãe? Vocês se sentem culpados pelo que seus filhos são hoje? Expliquem.

Paulo entendeu que honrar aos pais inclui uma atitude de obediência e afirmou que isso é justo e agradável a Cristo. Isto está confirmado com a citação transcrita acima. E pode ser checada em Colossenses 3:20 – “Filhos obedeçam em tudo a seus pais, pois isso agrada ao Senhor”. A desobediência é vista no Novo Testamento como um sintoma de desagregação social. Veja Romanos 1:30; 2 Timóteo 3:2.

@ A autoridade de vocês basta para que os filhos sejam tocados a obedecê-los ou para eles lhes obedecerem vocês precisam comprar sua obediência com liberalidades e presentes? Vocês falam com seus filhos somente nas horas de corrigi-los?

Se vocês querem filhos obedientes, sejam, antes, obedientes a Deus Pai!



8 – O QUINTO MANDAMENTO (segunda parte)



“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá” – Êxodo 20:12.



Dinâmica: Por uma questão de tempo, as perguntas não precisam ser respondidas por todos. Mas todos podem contribuir com testemunhos dentro das respostas.



Recordando: No encontro passado, nossa conversa teve como tema a palavra “honra” na relação pais e filhos. Para o que traduzimos “honra” que se traduz primeiro em uma profunda e sábia estima; segundo em amoroso e recompensador cuidado; terceiro em um sagrado respeito; e quarto em uma adorável obediência. Obediência se  veste de estima, de cuidados e de respeito. O maior gesto que mexe com a sensibilidade de Deus é a obediência de seus filhos mais do que louvores, adoração e sacrifícios. E terminamos com a afirmação: se vocês querem filhos obedientes, sejam, antes, obedientes a Deus Pai! Antes de prosseguirmos, falando do quinto mandamento, fazemos três perguntas:

@ Em que ponto e até onde a conversa passada foi levada a sério? @ e quem continuou esta conversa em casa?

Focamos muito a autoridade dos pais que deve ser honrada quase como sagrada que, de certo modo, é se tivermos presente a imagem de Deus. Só que a autoridade dos pais não é absoluta. A idade dos filhos coloca limites à autoridade dos pais. Por outro lado a autoridade dos pais não é exercício de dominação massacrante dos filhos. Por isso, falamos “autoridade” [fala pelo exemplo, onde a palavra fala] e não “poder” [fala pela força, onde a “chibata” fala mais]. Poder, igual gritos de ira e força,  não educa e não convence. Mas deixa marcas.

Poder pode mostrar fraqueza da figura paterna, frustrações nas relações conjugais, sociais e profissionais, recalques de idéias, sentimentos e desejos. Os filhos, em algumas famílias, “pagam o pato” pelos desajustes e descontroles emocionais dos pais. Todas essas doenças, na Bíblia, têm um nome: IRA. No processo educativo, assim como os filhos têm deveres com os pais, os pais também têm deveres para com seus filhos que podem ser [ou são] maiores que os deles. Uma das coisas terríveis nas  relações familiares é o desequilíbrio irado; a falta de controle nas palavras e atos em uma relação entre pais e filhos. Nisto muitos pais se mostram mais imaturos que seus filhos. Em algumas situações de relações violentas entre pai e filhos faz falta uma Abigail. Para entender leia a história desta mulher “intercessora” em 1 Samuel 25:18-25.32-35. Vamos parar para compartilhar.

@ - 1. Você, como filho, tem alguma mágoa por algum descontrole de seu pai ou de sua mãe em algum momento de sua vida e já pediu perdão? 2. Você tem alguma semelhança com seus pais na educação de seus filhos?

Um recado que vem de Paulo para os pais efésios: “...não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.” [6:4]. “Não irritem” pode ser interpretado que os pais devem abrir mão de qualquer direito que porventura imaginem ter de tratar os filhos de modo injusto. Paulo usa quase as mesmas palavras para os pais colossenses: “Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem” [3:21]. Em resumo: Os pais não devem irritar  nem desanimar seus filhos, mas criá-los “segundo a instrução e o conselho do Senhor”.

@ - Uma pergunta que pede uma resposta de cura: que tipo de traumas, problemas e frustrações vocês descarregavam ou ainda descarregam iradamente sobre os filhos com a desculpa de corrigi-los? Vocês, alguma vez, tomaram consciência dos momentos em que vocês eram mais raivosos com seus filhos?

Conclusão: “O aumento da expectativa de vida e da idade média da população no mudo ocidental tem gerado um número crescente de pessoas idosas  enfermas, muitas delas negligenciadas e até mesmo esquecidas por seus filhos. Trata-se de um fenômeno chocante, que tem acontecido principalmente no mundo ocidental. Na África e na Ásia a família, de modo geral, sempre encontra espaço para os idosos, Na tradicional cultura chinesa também é assim. Penso que devemos deixar com o apóstolo Paulo a palavra final sobre esse assunto. “Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente” – 1 Timóteo 5:8”. [John Sott em A Bíblia Toda, O Ano Todo]

Para terminar e orar: Ef´ésios 6:1-4


Pr Euler P. Campos- maio de 2012



























































































Nenhum comentário:

Postar um comentário