20/12/2010

Lições do deserto


“Lições do Deserto”

O Senhor DEUS “te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, de terra árida e sem água, onde fez jorrar para ti água da pedra dos rochedos; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram, a fim de te humilhar e provar, e afinal te fazer
bem” (Deuteronômio 8:15-16).

Peço licença ao meu amado irmão em Cristo, amigo e escritor, Daniel Tomás, do qual utilizei o título do seu excelente livro, Lições do Deserto, que recomendo a todos os cristãos, como um alimento espiritual.

Os desertos são as regiões mais secas do mundo. Eles podem ficar vários anos sem receber sequer uma gota de chuva. É lugar de extrema solidão também, onde, além de faltar o necessário para a sobrevivência humana, só se vêem camelos e tuaregues (integrantes de tribos desérticas que viajam normalmente em grupos). Durante o dia, as temperaturas nos desertos habitualmente alcançam os 25° C, à sombra, e 40° C, podendo chegar a 58° C, como ocorreu na Líbia. Em contrapartida, à noite faz um frio quase que insuportável; pois o calor escapa para um céu sem nuvens. Ocupam mais de
12% das terras emersas do planeta. O Saara, por exemplo, maior deserto do mundo, é um mar de morros de areia do tamanho do Brasil que se estende por 5 mil km, do Mar Vermelho ao Oceano Atlântico, a oeste, e algumas de suas dunas de areia podem alcançar 300 m de altura. Com tantas características adversas ao homem e diante de inúmeras outras belezas turísticas existentes, raramente um deserto faria parte do roteiro de algum viajante interessado em contemplar as “maravilhas” do mundo. Mas, caro leitor, e se DEUS o convidasse agora a passar alguns dias ou meses, ou anos, num deserto
total, onde a sua única correspondência fosse com o seu próprio interior? Se ainda não recebeu este convite da parte de DEUS, prepare-se! Seu dia pode estar bem próximo… Se você já está no deserto, aproveite agora essa oportunidade que DEUS lhe dá para aprender melhor a atravessá-lo e compreender quão maravilhoso é ser preparado para receber a promessa maior, que é o Reino dos Céus.

Na Bíblia Sagrada o deserto é palco de muitas narrativas, caracterizando-o como lugar de solidão, abandono, sem vegetação, quase inabitável, com perigos frequentes de fome, sede e serpentes. Nem sempre o termo recebe esse significado e pode não representar um lugar como o Saara ou o da Arábia, mas um mundo interior essencialmente solitário, tipo retiro ou isolamento. Para DEUS, o deserto constitui-se como um “habitat” incontaminável com o mundo, onde o homem, por força das circunstâncias, sente-se obrigado a se despir de suas vontades e de seus pecados (os quais o impedem de ouvir a voz do PAI), tornando-o um ser extremamente frágil e humilhado. O deserto confronta-se diretamente com os nossos anseios humanos: enquanto no mundo temos sede de conquistas, no deserto a principal lição é aquietar-se; viver na total dependência de DEUS. E aí consiste o nosso maior problema. Se DEUS lhe falar para escalar uma montanha e
alcançar o cume, você logo vai. Mas se ELE convidá-lo(a) a entrar no deserto, você talvez não aceite.

O deserto é lugar de experiências maravilhosas; um ambiente onde o homem esvazia-se de si mesmo e aprende a marchar contra a sua vontade interior. É onde o ser olha para um espelho invisível e o reconhece em sua mais profunda pequenez. O deserto abre os nossos olhos através de um vale de lágrimas. Estando em completo estado de dependência, é a hora de o homem experimentar os milagres de DEUS. DEUS fala ao coração dos seus filhos com mais intimidade no deserto. Foi por isso que o apóstolo Paulo escreveu: ”Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12:10). DEUS só leva ao deserto aquele que ELE deseja provar, transformar e realizar um grande feito. Não há deserto sem provisão e sem propósitos grandiosos. Toda trajetória desértica só tem um fim para aqueles que marcham confiantemente em DEUS: vitória. Enquanto você marcha no deserto, DEUS endurece o coração dos teus inimigos para te perseguir, para te afrontar, para te injuriar. Eles até pensam que são fortes e poderosos; convocam um enorme exército para ir ao teu
encontro. Mas em toda guerra há um dia estabelecido por DEUS para cessá-la. É aí que o SENHOR sai da frente do seu povo para se posicionar atrás, exatamente à frente dos adversários. ELE diz: “não temas; estai quietos e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Êxodo 14:13-14).

É terminantemente impossível caminhar sozinho no deserto, com suas próprias forças humanas, e não morrer no meio da caminhada. São tantas imagens sombrias ao redor que os olhos humanos não conseguem resistir. Por isso, DEUS também se preocupa em preparar um “Moisés” e um “Arão” para te pegar pelas mãos e seguir contigo. A relação de Moisés com os filhos de Israel foi, sobretudo, apaixonada (dos seus 120 anos, 80 foram vividos no deserto com a sua gente). Ninguém conseguiria passar 40 anos marchando ao lado do seu líder e não se apaixonar. É ele quem DEUS o capacitou para suportar os teus dias tristes, mais pesados, os teus dias maus, de angústias, onde até mesmo se pensa em desistir de viver. O teu “Moisés” DEUS já preparou. Descubra-o e entregue-se a ele. Ele será a voz de DEUS para a sua vida. Quando eu comecei a andar no deserto, sozinho, sentia-me completamente sem forças e sabia que, daquele jeito, não chegaria ao fim da jornada. DEUS também sabia. Foi por isso que ELE levantou um “Moisés” em minha vida, chamada Andréa Duarte, no Rio de Janeiro. Como minha vida mudou! Que bênção foi caminhar com Andréa! Pelo grande amor que ela nutriu por mim era impossível não me apaixonar. Com a minha “Moisés” aprendi a esquecer o problema que tanto me angustiava, a ter contatos com ela quase todas as noites, aprendi especialmente a ficar de pé e a ouvir a voz de DEUS: “Põe-te em pé e falarei contigo!” (Ezequiel 2:1). Minha vida passou a ser centrada em Andréa que, com muita sabedoria e paciência, soube me edificar nos momentos em que mais eu precisei. Hoje somos completamente apaixonados e ela ocupa um lugar de destaque em minha vida e em meu Ministério. Tudo o que DEUS falou a Andréa para a minha vida, ELE cumpriu.

A maior prova de nossa fé é sabermos esperar. No deserto, temos que esperar. É por isso que ele se torna tão difícil para nós. DEUS molda os seus filhos amados onde a contaminação pelas influências mundanas se torna impossível. Portanto, só é convidado a ir ao “deserto” para ser provado por DEUS quem ELE escolheu para servi-lO: “também no deserto vistes que o Senhor vosso Deus vos levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes até chegardes a este lugar” (Deuteronômio 1:31). No deserto aprendemos que, embora nos sintamos sozinhos, DEUS sempre está no nosso lado. Foi assim com o povo de Israel sob a liderança de Moisés: “Assim partiram de Sucote, e acamparam em Eta, à entrada do deserto. O Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite” (Êxodo 13:20-22); com Abraão no sacrifício do seu único filho a caminho do “deserto” de Moriá: “e estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar o filho. Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão! Abraão! Respondeu ele: eis-me aqui” (Gênesis 22:10-11); com José ao ser vendido como escravo no Egito: “vendo o seu senhor que Deus era com ele, e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos” (Gênesis 39:3); com Davi quando este fugiu da ira do rei Saul para uma caverna no deserto de En-Gedi: “este dia os teus olhos viram que o Senhor te pôs em minhas mãos nesta caverna. Alguns disseram que eu te matasse, porém a minha mão te poupou (…)” (1 Samuel 24:10); com Elias fugindo da ira de Jezebel (que havia matado muitos profetas e queria matá-lo também) e, em extremo desespero, instalou-se numa caverna. Quando ele pensava em morrer veio a presença do Senhor trazer a bênção inigualável, que só é possível contemplar quando não há mais forças,
mais recursos, mais nada. Enquanto Elias dormia pensando na morte como solução, um anjo, ao seu lado, preparava-lhe a comida fresca e saudável no fogo: “o anjo do Senhor voltou segunda vez, tocou-o, e lhe disse: levanta-te e come, pois muito longo te será o caminho. Levantou-se, comeu e bebeu. Com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus “(1 Reis 19:7-8). Nunca duvide da presença de DEUS quando as areias do deserto parecerem cobrir toda a sua vida. DEUS nos prepara para sermos co-herdeiros do Reino dos Céus: “Vê, eu te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim faço isto (…)“ (Isaías 48:10-11).

Outras lições que você deve aprender no deserto: o próprio DEUS o colocará em combates grandiosos, como ocorreu com JESUS: “Então foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo” (Mateus 4:1). Mas como a Palavra Santa afirma: “Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13). Por isso, permaneça firme e confiante porque grande será a sua vitória. E se nada mais lhe resta, transforme o seu deserto num grande concerto de louvor a DEUS. Através dos louvores, o Senhor lhe dará forças para prosseguir na caminhada. Lembre-se da vitória do servo Jó. Agora um detalhe muito importante: não confunda “deserto” com “prisão” espiritual. Os que estão amarrados em cadeias malignas ou não são do Caminho ou estão fora dEle. Vivem em completo domínio de satanás e foram entregues às imundícies do seu coração. “Deserto” é para quem precisa ser aperfeiçoado,
melhorado, cujo coração se encontra esperança, por menor que seja, de redenção. DEUS conhece aqueles que, em sua pouca força e pobre fé, almejam ser fortalecidos pelo Seu poder. São os que clamam dia e noite; os que perseveram; os que se humilham; os que choram; enfim, os que não se entregam nem desistem jamais.

No deserto de Daniel, DEUS tapou a boca dos leões. No de Jó, fê-lo receber em dobro tudo o que havia perdido. A duração do deserto de JESUS CRISTO não foi quarenta dias nem quarenta noites, mas todo o Seu Ministério, ao levar sobre si os desertos de todos os homens. Estar no deserto é motivo de alegria e um privilégio que é dado a poucos neste mundo. Não se pode chegar ao céu sem antes passar pelo deserto e ser aprovado. O deserto é a via única de acesso ao paraíso celestial; é onde a voz de DEUS ecoa como canção sublime aos nossos ouvidos. Se DEUS o convidar para esse “passeio” maravilhoso com ELE ou se já procedeu, alegre-se porque os olhos sagrados não querem que você se perca do alvo; e as mãos sagradas vão transformá-lo em vaso precioso. Por essa razão, JESUS, intercedendo pelos Seus servos, pediu a DEUS em Sua oração: “não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do mal. Eles não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:15-17). ELE sabia que haveria ainda muitos desertos para os Seus Filhos atravessarem…

Amém, Senhor JESUS!!!

FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é líder do Ministério Famílias para Cristo.

Por Pr Euler P. Campos

08/12/2010

Módulo- 3 O Homem, Criação Especial, Mas...o homem é a obra especial da Trindade


Para introduzir

Os elementos de uma antropologia bíblica se oferecem nos estudos sobre alma, coração, carne, corpo, espírito. Segundo essa concepção sintética tão diferente da mentalidade comum de nossos dias, que vê no corpo e na alma os dois componentes do homem, o homem se exprime todo nos seus diversos aspectos. Ele é a alma enquanto animado pelo espírito de vida; a carne aponta nele uma criatura perecível; o espírito significa sua abertura para Deus; o corpo, enfim, o exprime exteriormente. A essa primeira diferença entre as duas mentalidades acresce uma outra, ainda mais profunda. Na perspectiva da filosofia grega, trata-se de analisar o homem, microcosmo que une dois mundos, espiritual e material; a Bíblia, a teologia, não vê o homem senão diante de Deus de quem ele é a imagem. Em vez de se encerrar num mundo natural e fechado, ela abre o cenário às dimensões da história, de uma história cujo principal ator é Deus: Deus que criou o homem e que, para o remir, se tornou ele próprio homem. A antropologia, já ligada a uma teologia, se torna inseparável de uma cristologia. Assim os variados comportamentos dos homens no curso da história sintetizam-se nas duas categorias do pecador e do homem novo. E essas últimas atualizam as duas figuras reveladas em momentos privilegiados da história sagrada: Adão e o Servo de Javé, e realizadas por Jesus Cristo. O tipo autêntico do homem vivo não é portanto Adão e sim Jesus Cristo; não é aquele que saiu da terra, mas o que desceu do céu; ou., antes, é Jesus Cristo prefigurado em Adão, o Adão celeste esboçado no Adão terrestre.
A Bíblia ensina, claramente, a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie”. Ele criou as várias espécies e, então, as deixou para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores implica a declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem”.
Em oposição à criação especial, surgiu a teoria da evolução que ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. O homem está incluído nesta teoria. Mas o que se entende por “espécie”? É uma classe de plantas ou animais que tenham propriedades e características comuns, e que se possam propagar, indefinidamente, sem mudarem essas características. Uma espécie pode produzir variedade, isto é, uma ou mais plantas ou animais isolados, possuindo uma peculiaridade acentuada que não seja comum à espécie em geral. Por exemplo, um tipo especial de cavalo de corrida pode ser produzido por processo especial, mas é sempre cavalo. Quando se produz uma variedade, e essa se perpetua, por muitas gerações, temos uma raça.
Os evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio ao mundo para unir o homem a Deus. Ele tomou sobre si a nossa natureza, para poder glorificá-la no seu destino celestial. Jo 1:12: - “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”.
Aqueles que participam de sua vida divina chegam a ser membros de uma nova e mais elevada raça – sim, filhos de Deus! Porém, essa nova raça surgiu – “o homem novo” (Ef 2:15) – não porque a natureza humana evoluisse até à divina, mas porque a divina penetrou na natureza humana. E àqueles que são “participantes da natureza divina” (2 Pe 1:4), diz João na sua Primeira Carta 3:2: - “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos”.


A criação segundo a Bíblia

Após criar todas as coisas, no sexto dia, Deus criou o homem e a mulher, de uma forma diferente e cuidadosa. Deu-lhes alma racional e imortal. Dotou-o de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem. Escreveu em seu coração a sua lei. Com poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixado à liberdade da sua própria vontade, que era imutável. Gn 1:27-31:- “Assim Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. 28 Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra, e sujeitai-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. 29 E disse Deus ainda: Tenho-vos dado todas as ervas que produzem semente, e se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dá semente. Ser-vos-ão para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os seres viventes que se arrastam sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento, E assim foi.31 Viu Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom. E houve tarde e manhã – o sexto dia”. (Cf Gn 2:7; Sl 8:4-5; Ec 12:7; Cl 3:10).


Conhecendo a natureza humana

Conforme Gn 2:7, o homem é composto de corpo – matéria - e alma. A alma é a vida do corpo. Quando a alma se retira, o corpo morre. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”.
Mas conforme a carta aos Tessalonissenses e aos Hebreus, o homem é composto de espírito, alma e corpo: 1 Ts 5:23: - “…o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Cf Hb 2:12).
Estas afirmações não se contradizem. O espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual do homem. Embora distintos, o espírito e alma são inseparáveis um do outro. Por estarem tão interligados, as palavras “espírito” e “alma”, muitas vezes se confundem. Ec 12:7:- “... e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu”. (Cf Ap 6:9).
Mas, onde está, então, a diferença? A alma é o homem como o vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como “almas”, quando o escritor se refere à sua vida anterior. Ap 6:9-10: - “Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. 10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” – 20:4: - “Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.

“Espírito” é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. Atos 23:9:- “Daí procedeu grande clamor; e levantando-se alguns da parte dos fariseus, altercavam, dizendo: Não achamos nenhum mal neste homem. E se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus”. E 7:59: - “Apedrejavam, pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. (Cf Hb 12:23; Lc 23:46; 1 Pe:19).
Quando alguém é “arrebatado” temporariamente fora do corpo, se descreve como ”estando no espírito”. 2 Co 12:2: - “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu”. (Cf Ap 4:2).

Sendo homem “espírito”, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo “alma”, ele tem conhecimento de si próprio; sendo “corpo”, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo (Scofield). Vamos explicar melhor a distinção.

Espírito, alma e corpo

O ESPÍRITO é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. O homem é dotado de vida humana e inteligência que o distinguem da vida dos irracionais. Os irracionais têm alma, mas não têm espírito. Pv 20:27: - “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração”. (Cf Jó 32:8).
Diferentemente dos homens, os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus e não podem ter relações pessoais e responsáveis com ele. 1 Co 2:11: “Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus”. E 14:2: - “Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios”. (Cf Ef 1:17).
O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus, é centro de adoração, de oração, cântico, bênção de serviço. Jo 4:24: - “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. (Cf Rom 1:9; 8:16; Jo 4:23-24; 1 Co 14;15; Fp 1:27).
A ALMA é aquele princípio inteligente e vivificante que anima o corpo do homem, usando os sentidos físicos como seus agentes, na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se expressar e comunicar-se com o mundo exterior. Originalmente, a alma veio a existir, em resultado do sopro sobrenatural de Deus. Podemos descrevê-la como espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. No entanto, não podemos crer que a alma seja parte de Deus, pois a alma peca. É mais correto dizer que é dom e obra de Deus. Zc 12:1: - “A palavra do Senhor acerca de Israel: Fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito do homem dentro dele”.
Devem-se notar quatro distinções: 1. A alma distingue a vida humana e a vida dos irracionais das coisas inanimadas e também da vida inconsciente como, a vegetal. Tanto os homens como os irracionais possuem almas. Gn 1:20: - “E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu”. A palavra “vida” é “alma” no original. Poderíamos dizer que as plantas têm alma – no sentido de um princípio de vida – mas não é uma alma consciente. 2 . A alma do homem o distingue dos irracionais. Estes possuem alma, mas é alma terrena que vive, somente enquanto durar o corpo. Ec 3:21: - “Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para cima, e se o espírito dos brutos desce para a terra?” – 3. A alma do homem é de qualidade diferente sendo vivificada pelo espírito humano. Existe a alma humana e existe a alma dos irracionais. Os homens fazem o que os irracionais não podem fazer, por muito inteligentes que sejam; a sua inteligência é de instinto, e não proveniente de razão.
Os seguintes nomes aplicam-se ao CORPO: a - casa, ou tabernáculo. É a tenda na qual a alma do homem peregrina, mora durante sua viagem no tempo para a eternidade. Na morte, desarma-se a barraca e a alma parte. 2 Co 5:1: - “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”. (Cf Is 28:12; 2 Pe 1:13-14). - b – invólucro. O corpo é a “bainha” da alma. A morte é o desembainhar da espada. Dn 7:1: “Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbavam”. - c- templo. O templo é um lugar consagrado pela presença de Deus – um lugar onde a onipresença de Deus é localizada. 1 Rs 8:27-28: “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o céu, e até o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei! 28 Contudo atende à oração de teu servo, e à sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti”.
O corpo de Cristo foi um “templo” porque Deus estava nele. Quando Deus entra em relação espiritual com uma pessoa, o corpo dessa pessoa torna-se o templo do Espírito Santo. Jo 2:21, quando da descrição do “barulho” que Jesus “aprontou” no templo, o evangelista termina: “Mas ele falava do santuário do seu corpo”. (Cf 2 Co 5:19; 1 Co 6:19).

O homem caiu na lábia...

O homem e a mulher, seduzidos por Satanás, pecaram, desobedecendo a Deus, em relação à árvore do conhecimento do Bem e do Mal. Por este pecado, eles saíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado, e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma. Gn 2:16-17: “Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. E no capítulo 3:1-13: “Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. 6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. 7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 8 E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. 9 Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? 10 Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me. 11 Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 Ao que respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi. 13 Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi”. Paulo, várias vezes, faz alusão a esta situação. Basta conferir Rm 3:23; 2Co 11:3; Ef 2:1-3; Tt 1:15.
Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos - raça humana; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteriodade, que deles procede por geração ordinária. Gn 3:15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Cf Sl 51:5 ; At 17:26 ; Rm 5:12-19; 1Co 15:21).

O pecado, a transgressão da justa Lei de Deus, torna culpado o pecador e, por sua culpa, ele está sujeito à ira de Deus e à maldição da Lei e, assim, exposto à morte com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. Paulo é contundente nesta doutrina na carta aos Romanos 1:21-25: “...porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 24 Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; 25 pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém”. – E no capítulo 2:15: “ ...pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os. E ainda no capítulo 3:9-19: “Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; 10 como está escrito: Não há justo, nem sequer um. 11 Não há quem entenda; não há quem busque a Deus.12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. 13 A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; 14 a sua boca está cheia de maldição e amargura. 15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16 Nos seus caminhos há destruição e miséria; 17 e não conheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante dos seus olhos. 19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que se cale toda boca e todo o mundo fique sujeito ao juízo de Deus”. (Cf Gl 6:5; Ef 2:2-3; Tg 1:14-15).

Por- Pr Euler P. Campos

28/10/2010

Módulo- 02 -Trindade - A Auto-Revelação De Um Só Deus

Módulo Ministrado na Escola de Profetas- Igreja Sal da Terra: Bairro Jardim das Palmeiras

O conhecimento que podemos ter de Deus é conforme sua auto-revelação expressa na pessoa do seu Filho Jesus, e na orientação do Espírito Santo sobre a sua Palavra, a Bíblia. Não nos cabe ir além, e não podemos nos conformar em ficar aquém.

Deus é UM. Além dele não existe outro. Existe apenas UM Deus Verdadeiro e Vivo, Infinito em seu ser e perfeição. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, bondoso e perdoa a iniquidade, transgressão e pecado de modo verdadeiro e eficaz. Fazendo tudo por sua pópria vontade, que é reta e imutável. Em Is 44:6, Deus é categórico: Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. (Cf Jo 14:7-9; 1Co 2:9-12.8:4-6; Dt 6:1-4; Tg 1:17).


Deus nunca esteve só. Deus é trino. Há uma relação de três pessoas na divindade, onde, no entanto, cada uma está sumamente consciente das outras. Antes que fossem criadas quaisquer criaturas finitas, na Trindade, havia uma comunhão. Ou seja, há a relação de três pessoas na divinidade; absolutamente iguais em essência, e sendo um só Deus. As pessoas da Trindade são: Pai, Filho e Espírito Santo, sendo que o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus.

É uma questão difícil, porque se trata de entender a vida íntima do Deus Todo Poderoso. A doutrina da Trindade é claramente uma doutrina revelada, e não uma doutrina concebida pela razão humana. Só podemos aprender acerca da natureza íntima da Divindade pela revelação. Paulo tem conciência disso e o afirma em 1 Co 2:16:- “Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”.

A palavra “Trindade” não aparece no Novo Testamento. É uma expressão teológica que surgiu no segundo século para descrever a Divindade. Assim como o planeta Júpiter existiu antes de ter este nome, a doutrina da Trindade encontra-se na Bíblia antes que fosse, tecnicamente, chamada de Trindade.

Vamos adiante. Não são Três Deuses independentes e de existência própria. Os Três cooperam unidos e com um mesmo propósito. Assim, verdadeiramente são “UM”. O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito Santo santifica. Em cada uma dessas operações divinas, os três estão envolvidos. O Pai é preeminentemente o Criador, mas o Filho e o Espírito Santo são cooperadores na mesma obra. O Filho é o Redentor, mas o Pai e o Espírito Santo são considerados como Pessoas que enviam o Filho a redimir. O Espírito Santo é o Santificador, mas o Pai e o Filho cooperam nessa obra. Mt 11:25:- “Por esse tempo, disse Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”. (Cf Jo 1:1.18; 16:13-14; 17:18-23; 20:26-28; At 5:3-4; Rm 9:5; 1Co 2:10-11; 8: 6; Gl 1:1-4; Ef 2:22; Cl 2:9; Fp 2:6; 2Pe 1:1).

Visto que a doutrina da Trindade concerne à natureza íntima da Trindade, não poderia ser conhecida, exceto por meio de revelação. Essa revelação encontra-se nas Escrituras.

No Antigo Testamento

O Antigo Testamento não ensina clara e diretamente sobre a Trindade; e a razão é evidente. Num mundo onde o culto de muitos deuses era comum, tornava-se necessário acentuar esta verdade em Israel de que Deus é UM, e de que não havia outro além dele. Se, no princípio, a doutrina da Trindade fosse ensinada diretamente, poderia ter sido mal entendida e mal interpretada. Todavia sempre que um hebreu pronunciava o nome de Deus – Elohim – ele estava realmente dizendo “Deuses”, pois a palavra é plural, e, às vezes, se usa em hebraico acompanhada de adjetivo plural e com verbo no plural. – Js 24:18-19:- “E o Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, mesmo os amorreus, que moravam na terra. Nós também serviremos ao Senhor, porquanto ele é nosso Deus. 19 Então Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porque é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados”. (cf Gn 35:7)

Todos os membros da Trindade são mencionados no Antigo Testamento: o Pai – Is 63:16: - “Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antigüidade é o teu nome”. (cf Ml 2:10). O Filho de Jeová – Sl 45:6-7:- “Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. 7 O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”- e 2:6-7.12: - Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte. 7 Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei”. E v. 12 - “Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam”. (Cf Pv 30) - O Espírito Santo – Gn 1:2: - “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.(cf Is 11:2-3.48:16.61:1.63:10).

E prenúncios da Trindade podem ser vistos na tríplice bênção do livro de Números 6:24-26: - “O Senhor te abençoe e te guarde; 25 o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; 26 o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz. - e na tríplice doxologia de Isaías”. (Cf Is 6:3.

No Novo Testamento
No Novo Testamento, os cristãos primitvos mantinham como um dos fundamentos da fé o fato da UNIDADE de Deus. Mas, ao mesmo tempo eles tinham as palavras claras de Jesus para provar que ele arrogou a si uma posição e uma autoridade que seriam blasfemas se não fosse ele Deus. Os escritores do Novo Testamento, ao referirem-se a Jesus, usaram uma linguagem que indicava reconhecer a Jesus como sendo “sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre” (Rm 9:5). E a experiência espiritual dos cristãos apoiava estas afirmações. Ao conhecer a Jesus, conheciam-no como Deus.

O mesmo se verifica em relação a Deus e ao Espírito Santo. Os primitivos cristãos criam que o Espírito Santo, que morava neles, ensinando-os, guiando-os, e inspirando-os a andar em novidade de vida, não era meramente uma influência ou um sentimento, mas um ser ao qual poderiam conhecer e com o qual suas almas poderiam ter verdadeira comunhão. E, ao examinarem o Novo Testamento, ali acharam que ele era descrito como possuindo os atributos de uma personalidade.

A igreja primitiva se defrontava com estes dois fatos: que Deus é UM, e que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. E estes dois grandes fatos concernentes a Deus constituem a doutrina da Trindade. Deus, o Pai, era para eles uma realidade; o Filho era para eles uma realidade; e da mesma forma, o Espírito Santo. E, diante desses fatos, a única conclusão a que se podia chegar era a seguinte: que havia na Divindade uma verdadeira, embora misteriosa, distinção de personalidades, distinção que se tornou manifesta na obra divina para redimir o homem.

Várias passagens do Novo Testamento mencionam as três Pessoas Divinas: Mt 3:16-17: - “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; 17 e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. – 28:19: - “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Cf Jo 14:16-17.26; 2 Co 13:13 ; Gl 4:6; Ef 1:3.13; 1 Pe 1:2; Hb 9:14).

Há algumas evidências marcantes na operação da Trindade: No batismo de Jesus descrito em Mt 3:16-17:- “Assim que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Nesse instante abriram-se-lhe os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. 17 E uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Cf Lc 3:21-22).

Na ordenança do Batismo, conforme Mt 28:18-20:- “Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.19 Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até a consumação do século”.

Na Bênção Apostólica que Paulo declara na segunda carta aos Coríntios 13:13: - “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.

No livro primeiro de Crônicas 29:11-12 é afirmado que todo poder e glória pertencem a Deus, e só a Ele, a capacidade de criação, bem como a manutenção da vida e das coisas criadas: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, pois teu é tudo o que há nos céus e na terra. Teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. 12 Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engradecer e dar força a tudo”. (Cf Ne 9:6; Sl 62:11; 90:2; Is 40:18. 42:5-6; Je 10:12; Lc 1:37).

Por Pr. Euler P. Campos

06/10/2010

Crescendo em Sabedoria-módulo I - por Euler P. Campos

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Conhecendo A Palavra De Vida

“Têm boca e não falam” (Sl 115:5). Esta sátira dos “ídolos mudos” (1 Co 12:2) sublinha um dos traços mais característicos do Deus vivo na revelação bíblica: ele fala aos homens. E a importância da sua Palavra no Antigo Testamento é apenas uma preparação do fato central do Novo Testamento, em que essa Palavra – o Verbo – se faz carne.

Milhões de pessoas estão hoje buscando uma voz de autoridade, que mereça confiança. A Palavra de Deus é a única autoridade real que temos. Ela projeta luz sobre a natureza humana, sobre os problemas do mundo e sobre o sofrimento do homem. Além disso, revela, de modo claro, o caminho para Deus.

É nas Escrituras Sagradas que achamos respostas às perguntas fundamentais da vida: de onde vim? por que estou aqui? qual o propósito da minha existência?

A Palavra leva ao conhecimento de Deus

A Palavra de Deus ou Escrituras Sagradas, ou Bíblia, é a revelação escrita de Deus acerca da Sua vontade para o homem. Nos dá, portanto, o conhecimento de Deus; guarda e anuncia a todos os povos e raças, e em todos os tempos, a verdade contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo. 2 Pe 1:19-21:- “E temos ainda mais firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia clareie, e a estrela da alva surja em vossos corações. 20 Acima de tudo, lembrai-vos de que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 21 Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”. (Cf 2Tm 3:16; 1Ts 2:13: 1Co 1:21).

2
A Bíblia - conforme o cânon da Bíblia hebraica aceita pelos evangélicos como a inspirada por Deus - é composta de 39 livros no Velho Testamento (AT) e 27 no Novo Testamento (NT), num total de 66 livros escritos por 40 autores, abrangendo um período de, aproximadamente, 1600 anos. A Bíblia católica – que segue a tradução grega - contém sete livros a mais: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc.

Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória de Deus e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura, ou pode ser, lógica e claramente, deduzido dela. O homem todo e todos os homens têm resposta na Palavra de Deus. O que o homem – como indivíduo e como participante de uma sociedade ou instituição - é, vive, sente, experimenta, projeta, sonha e pensa - tem , na Palavra de Deus, respostas, orientações, aprovações e desaprovações. Faz-se necessária, entretanto, a abertura ao Espírito Santo. Ele, através da testificação da Palavra em nossos corações, nos dará plena certeza da verdade. Jo 16:13-14:- ”Mas, quando vier o Espírito da verdade ele vos guiará em toda a verdade. Não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. 14 Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar”. (cf. 1Co 2:9-12; Gl 1:8-9)

Ao termos contato com a Palavra de Deus, podemos correr o risco de fazermos aquilo que Deus não mandou, ou falarmos aquilo que Deus não falou. Ou seja, podemos ter um falso entendimento ou uma inadequada aplicação de determinadas partes da Bíblia, porque ou elas são favoráveis aos nossos interesses e pensamentos, ou mesmo, por nossa ignorância. Certas posições são tomadas pelo homem, muitas vezes, sob influência do mundoe de algumas “religiões”, e que são vistas como aprovadas pela doutrina bíblica. Mas, nem sempre isto pode ser verdade. É preciso cuidado... para não se deixar manipular por qualquer doutrina não testificada na Palavra de Deus. Muitos dogmas da igreja católica não têm fundamentos bíblicos mas se baseiam na Tradição – segunda regra de fé dos católicos – ou foram impingidos aos bispos, padres e fiéis por algum papa por interesses excusos. Por exempos: assunção de Maria, vigindade de Maria antes, durante e depois do parto, infalibilidade do papa, culto aos santos, e outros

Às vezes vai ser necessário conferir o nosso entendimento acerca de determinada parte da Bíblia com ela mesma. Checando versículo com capítulo, capítulo com todo o livro e livro com toda a Bíblia. Um jamais contradirá o outro, no que diz respeito à sua natureza. Todos os demais escritos, interpretações ou propostas de vida com Deus, devem ser provados pela comparação criteriosa com a Palavra de Deus. At 17:10-12: - “Assim que escureceu, os irmãos enviaram a Paulo e Silas para Beréia. Tendo eles chegado lá, foram à sinagoga dos judeus. 11 Ora, estes foram mais nobres do que os de Tessalônica, pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens”.

O Espírito Santo, que inspirou o registro da Palavra de Deus, é quem deve ser buscado para julgar, em nossos corações, a respeito de quaisquer controvérsias que possam haver, ou de quaisquer posições que se deva tomar. Mt 22:29: - “Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (cf At 28:25; Jo 16:7-8)

A plenitude da Palavra

O que queremos dizer é que a Bíblia não pode ser crida apenas parcialmente. O cristão deve buscar, constantemente, a plenitude das Escrituras, permitindo ser confrontado em seus posicionamentos, comportamentos e atitudes por toda a Palavra de Deus, para que sejam esses transformados por ela, até que chegue à estatura do Filho de Deus, Cristo Jesus. Rm 12:1-3: - “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 3 Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

A Palavra de Deus é viva. E todas as partes são necessárias ao aperfeiçoamento do todo. Isso não quer dizer que todas as partes são igualmente importantes. Se perguntarmos a nós o que preferimos perder, se um dedo ou um olho, naturalmente preferimos perder um dedo. Assim com a Palavra de Deus. Toda ela é necessária para fazer um todo perfeito, mas algumas porções são mais preciosas, a nível pessoal íntimo, do que outras. Você não pode separar o livro de Cântico dos Cânticos de Salomão e ter uma revelação perfeita. Ninguém dirá que Cântico dos Cânticos se compara com o Evangelho de João, mas ambos fazem parte de um organismo e esse organismo não é completo, se faltar alguma parte.

Muitos escolhem livros específicos, ou até versículos, para seu próprio conforto espiritual ou para reforçar “suas” crenças ou doutrinas. A realidade do Reino de Deus é encontrada na combinação do significado de “tudo” que Jesus ensinou na Palavra, e não apenas de coisas isoladas. A Palavra de Deus é Deus – Jesus. Isto está declarado em Jo 1:1, quando diz: - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. - dada por Deus - Espírito Santo -, portanto, deve ser autoridade final sobre todas as áreas de nossa vida. E todo pensamento ou imaginação, que se levanta contra a verdade, deve ser tratado segundo a própria Palavra. 2 Co 10:5: - “...derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.

Toda a Bíblia aponta para Jesus Cristo. O tema central é a salvação, mediante Jesus Cristo. Isto testifica que ela é a única Palavra de Deus. Jo 5:39:- “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim”. (cf Lc 24:27; At 28:23; 1 Pe 1:11)

Exemplos chaves no Antigo Testamento: Gn 3:15: - “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. E também em Sl 22:7; Is 53:4-6; Zc 12:10.

A Bíblia é um todo e não pode ser alterada. Acrescentar ou tirar-lhe algo seria danificar sua perfeição absoluta. Tudo aquilo que é extraído ou acrescentado aos textos originais, ainda que sejam “ditos” como sagrados, é considerado maldito por Deus e, os que assim o fazem, não têm parte com a vida eterna que Deus promete. Ap 22:18-19: - “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; 19 e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro”.

O cânon da Bíblia está fechado Outras obras lançam luz valiosa sobre ela, mas a Bíblia permanece incomparável, única e completa e estas partes todas participam da perfeição do todo. Não é por acaso que Paulo alerta na sua primeira carta a Timóteo, capítulo 6, versos 3 a 5: - “Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, 4 é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, 5 disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro”. (cf, Gl 1:8.

Apesar de divina, a história bíblica é humana. O pensamento é divino, a revelação é divina, mas a expressão da comunicação é humana. A Bíblia foi-nos dada por Deus por um propósito: que possamos conhecê-lo e ter um vivo relacionamento com Ele, através dela. A Bíblia foi escrita por homens, mas todos eles escolhidos e inspirados por Deus, para cumprir a tarefa de comunicar a mensagem de Deus, de uma forma que o ser humano pudesse entender, guardar e transmiti-la de geração em geração. 2 Tm 3:16: - “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”. (Cf 2 Pe 1:21; 1 Tm 1:15. 4:9).

O Senhor Jesus enfatizou a importância de conhecermos as Escrituras, não somente como um “livro religioso”, uma literatura para reflexão ou terapia mental ou mesmo uma espécie de “talismã”, mas ela deve ser peça central de quem quer ter uma vida de relacionamento com o Deus, Pai de Jesus Cristo. É uma “peça” que não pode faltar na casa de cristãos. Em cada cômodo da casa poderia ser “montada” uma Bíblia, não para ser enfeite, mas para ser consultada, meditada e orada. Entendemos assim quando lemos Mt 7:24: - “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha” – 22: 29: “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus”. ( Cf Jo 5:39).

A Palavra na prática da vida

Em Pv 4:20-22 está dito: “Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instruções. 21 Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração. 22 Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo”.

Como foi visto no estudo anterior, a Palavra de Deus ou Bíblia não é um objeto religioso, mas peça central de fé, um manual especial de orientação dos comportamentos, referências e atitudes na vida do cristão que quer ter relacionamento e compromisso com Deus e seu Reino. Tendo em vista este princípio, vamos, então, estudar como aplicar a Bíblia de uma forma prática na vida pessoal.

De acordo com Jo 6:63, a Palavra de Deus é dinâmica e viva: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. (Cf Pv 3:2).

Todo cristão deve procurar conhecer a Palavra de Deus, através da leitura, meditação, reflexão e aplicação. Apocalipse 1:3: - “Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. (Cf 1 Tm 4:13).

A primeira leitura de um cristão não poderia ser a televisão, os jornais ou as revistas, mas a Palavra de Deus. Com a Palavra de Deus se é capaz de julgar a vida de todos os dias, a vida econômica, política, social e “religiosa” do mundo. Não apenas ler... mas meditar. E meditar não significa olhar a Bíblia rapidamente, ou ler correndo para cumprir uma norma, mas, ler, pensar, analisar, considerar cuidadosamente o que Deus diz para hoje e para esta determinada situação familiar ou profissional. Não apenas ler, mas permitir ser lido pela Palavra. Sl 119:97: - “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo”. (Cf Js 1:1-8; 1 Tm 4:1).

Há uma permissão gratuita e livre de entrada de ídolos diversos e atraentes em nossas casas. São pessoas, ou coisas, ou hábitos, ou modernismos que estão ocupando o espaço, o tempo e os pensamentos. E a isto estamos dando mais tempo e autoridade do que à Palavra de Deus.

Ensinar, também, a Palavra aos filhos, físicos e espirituais. Jesus cresceu tendo as Escrituras em seu coração. Sem desprezar o auxílio da ciência, buscar na Palavra de Deus a orientação para a educação da sua casa. Lc 2:46-47: - “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. 47 E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas”.

A literatura voltada para a educação de filhos é extensa. Muitas teorias foram e continuam sendo produzidas por grandes homens da ciência psicológica e pedagógica, como Freud, Erikson, Piaget, Sears e, também, cristãos como James Dobson, Paul Meier. Esta literatura, no geral, investigam os aspectos do desenvolvimento psicológico e físico da criança até a chamada patologia infantil. Algumas ciências se unem para tratar da criança, como a pediatria, a psiquiatria infantil, a psicologia infantil. Tudo isso é bom. Mesmo o cristão, por crer na Palavra de Deus, não pode, gratuitamente, desprezar o auxílio da ciência. Porém, a Bíblia é a importante fonte de orientação atualizada de como formar os filhos e como definir a responsabilidade específica dos pais. A Palavra de Deus apresenta três áreas de responsabioidade dos pais: amar: Sl 127:3: - “...herança do Senhor são os filhos, o fruto do ventre seu galardão”; instruir: Pv 22:6: - “...ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo velho não se desviará dele”; - disciplinar: Pv 3:12: - “Porque o Senhor repreende a quem ama, assim o pai ao filho”.

Só assim o Espírito Santo pode usar a Palavra no coração dos pais, de uma forma prática em seus atos e ensinos. Mas, primeiro, a Palavra é depositada e aceita no coração do marido/pai e da mulher/mãe. Mt 4:1-11: - “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. 3 Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10 Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram”. (Cf Jo 8:28).

Timóteo é chamado o fiel discípulo do apóstolo Paulo. É um testemunho de filho que tinha a Palavra de Deus em seu coração desde criança. 2 Tm 3:15: - “...e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”.

O cristão não busca a Palavra de Deus, apenas em alguns momentos, ou para alguns momentos. Mas, sempre; e a mantém guardada no coração para poder sempre produzir frutos e frutos que permaneçam. Jo 15:1-8: - “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. 2 Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. 4 Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Quem não permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas. 7 Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.

Quando o cristão tem essas atitudes para com a Palavra de Deus, ela opera grandes coisas na sua vida familiar, profissional, social e ministerial. Porque este cristão cresce como: “um cristão gerado pela palavra” – Tg 1:18: - “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.

“um cristão lavado pela palavra” – Ef 5:26-27: - “...a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensíve”l. ( cf Jo 15:3)

“um cristão curado pela palavra” – Mt 8:8: - “O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar” (cf Pv 3:8; 4:22)

“um cristão edificado pela palavra” – At 20:32: - “Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados”.

“um cristão alimentado pela palavra” – Mt 4:4: - “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.

“um cristão que vence os inimigos pela palavra” – Sl 119:11: -”Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”. (cf Js 1:8; Sl 1:1-3 )

“um cristão santificado pela palavra” – 2 Pe 1:3: - “ ...visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude”.

E, também, a Palavra opera através do cristão, quando a confessa no louvor, na oração e nos confrontos com o diabo e a carne. - Rm 10:8-9: - “ Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos. 9 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”. (Cf Mt 4:1-11; 2 Tm 3:15-17; Cl 3:16).

Euler P. Campos-06/10/2010








06/09/2010

PROJETO ESCOLA DE PROFETAS

PROJETO ESCOLA DE PROFETAS
Igreja Cristã Sal da Terra – Jardim das Palmeiras


I - O CHAMADO

“O Espírito do Soberano, o Senhor, está sobre mim, porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar a liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, para consolar todos os que andam tristes e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido”. Isaías 61

II - A RAZÃO OU O PORQUÊ DA ESCOLA

Muitos se sentem ou SÃO chamados. Mas poucos são os que, na verdade, sabem o que querem e o que deles será exigido. Nem todo chamado é do Espírito. Nem todo chamado é um chamado ao serviço. Alguns “chamados” são chamados disfarçados para a “glória do mágico Simão” – Atos 8:9-20..

O mundo e a igreja, na medida que caminha no tempo, exige líderes separados pelo Senhor, que sejam “modelos de graça, virtude e fé, de disposição, conduta e caráter, devendo ser irrepreensíveis diante do povo” - Carta de Princípios e Valores do Ministério Sal da Terra.

A igreja que busca o crescimento quer líderes que sejam “ministros do ensino, exortação e direção; da comunhão, testemunho, intercessão, beneficência e socorro, no poder do Espírito Santo” – 1 Timóteo 3. E que “cooperem uns com os outros no esforço de que todos sejam tidos como dignos de honra e possam exercer, com autoridade, suas funções com eficácia” – Carta de Princípios e Valores”

III – PROPOSTA/RESPOSTA

Criação de um ESCOLA DE PROFETAS DE ENSINO E PRÁTICA para preparar e formar líderes e pastores para atendimento à missão da Igreja Cristã Sal da Terra Jd das Palmeiras.

Esta proposta torna obrigatória a matrícula e a freqüência às aulas da Escola de Profetas, para quem deseja ser consagrado ao ministério.

IV - REFERÊNCIA

Primeira Carta de Paulo a Timóteo, capítulos 3 e 4

Capítulo 3:

1) É UM DITO verdadeiro que, se um homem deseja ser pastor, tem uma boa ambição. 2) Porque um pastor deve ser um homem bom, contra cuja vida não se possa falar nada. Deve ter apenas uma mulher, e deve ser trabalhador incansável, cuidadoso, ordeiro, e cheio de boas obras. Deve ter prazer em receber hóspedes em casa, e deve ser um bom mestre da Bíblia. 3) Não deve ter o vício da bebida, nem ser um valentão, mas sim deve ser amável e bondoso, e não ter amor ao dinheiro. 4) Deve ter uma família bem educada com filhos que obedeçam depressa e com docilidade. 5) Porque se um homem não consegue fazer com que sua própria família, que é pequena, se comporte bem, como pode ajudar a igreja toda? 6) O pastor não deve ser um cristão novato, pois poderia ficar orgulhoso de ter sido escolhido tão depressa, e o orgulho vem antes duma queda (a queda de Satanás é um exemplo). 7) De igual modo, ele deve ser bem conceituado entre as pessoas de fora da igreja, aqueles que não são cristãos, a fim de que Satanás não o enlace com muitas acusações e o deixe sem liberdade para guiar seu rebanho. 8) Os diáconos devem ser do mesmo tipo de homens bons e firmes que os pastores. Não devem ser muito dados à bebida, nem tampouco gananciosos por dinheiro. 9) Devem seguir de todo o coração e fervorosamente a Cristo, a Fonte oculta, da sua fé. 10) Antes de lhes pedirem que sejam diáconos, eles devem receber outras tarefas na igreja, como experiência do seu caráter e da sua capacidade; se saírem-se bem, então poderão ser escolhidos como diáconos. 11) Suas esposas devem ser cuidadosas, não beber demais, nem ser mexeriqueiras, mas fiéis em tudo quanto fazem. 12) Os diáconos devem ter uma família obediente e feliz. 13) Aqueles que se saírem bem como diáconos, serão bem recompensados, tanto pelo respeito dos outros como pelo crescimento de sua própria convicção e duma confiança destemida no Senhor. 14) Estou escrevendo-lhe estas coisas agora, mesmo esperando vê-lo em breve 15) a fim de que, se eu não for até ai durante algum tempo, você saiba que espécie de homens deverá escolher como oficiais para a igreja do Deus vivente, a qual encerra e sustenta bem alto a verdade divina. 16) É bem verdade que o modo de levar uma vida piedosa não é coisa fácil. Mas a solução está em Cristo, que veio à terra como homem, demonstrou que era imaculado e puro em seu Espírito, foi servido pelos anjos, proclamado entre as nações, aceito pelos homens em toda parte e recebido novamente em sua Glória lá no céu.

Capítulo 4

1) ENTRETANTO, o Espírito Santo nos diz claramente que nos últimos tempos, alguns na igreja se desviarão de Cristo e se tornarão zelosos seguidores de mestres com idéias de inspiração diabólica. 2) Tais mestres falarão mentira de cara séria, e farão isso tantas vezes que nem mesmo a consciência os incomodará. 3) Dirão que está errado casar-se e que está errado comer carne, embora Deus tenha dado estas coisas aos cristãos bem instruídos, para que as desfrutem e dêem graças por elas. 4) Pois tudo quanto Deus fez é bom, e podemos comer com satisfação se dermos graças 5) e se pedirmos que Deus abençoe, pois se torna bom pela Palavra de Deus e pela oração. 6) Se você explicar isto aos outros, estará cumprindo o seu dever como um pastor digno, alimentado pela fé e pelo ensino verdadeiro que você tem seguido. 7) Não desperdice o tempo discutindo idéias tolas nem mitos e lendas absurdas. Gaste seu tempo e sua energia na prática de conservar-se espiritualmente apto. 8) O exercício corporal é bom, porém o exercício espiritual é muito mais importante, e é um revigorante para tudo o que você faz. Portanto, exercite-se espiritualmente e empenhe-se em ser um cristão cada vez melhor, porque isso o ajudará, não só agora, nesta vida, mas também na vida futura. 9) Esta é a verdade e todo o mundo deve aceitá-la. Nós trabalhamos incansavelmente e sofremos muito, a fim de que as pessoas possam crer nela, pois nossa esperança está no Deus vivo que morreu por todos, e especialmente por aqueles que aceitaram a sua salvação 11) Ensine estas coisas e certifique-se de que todos as aprendam bem. 12) Ninguém faça pouco caso de você porque você ainda é moço. Seja o exemplo deles; que sigam o caminho que você ensina e vive; seja modelo para eles no seu amor, na sua fé, e na pureza dos seus pensamentos. 13) Até eu chegar aí, leia e explique as Escrituras à igreja; pregue a Palavra de Deus. 14) Não deixe de usar as aptidões que Deus lhe deu por meio dos seus profetas quando os anciãos da igreja colocaram as mãos sobre a sua cabeça. 15) Ponha essas aptidões em ação; atire-se às suas tarefas de tal maneira, que todos percebam o seu aperfeiçoamento e progresso. 16) Mantenha-se vigilante em tudo quanto faz e pensa. Permaneça fiel ao que é direito e Deus o abençoará e usará para ajudar aos outros.


v - A MISSÃO DA ESCOLA

Formar, ensinar e informar, conforme 1 Timóteo 3 e 4, e a CARTA DE PRINCÍPIOS E VALORES DO MINISTÉRIO SAL DA TERRA todo aquele que sente o chamado de Deus a um dos serviços ministeriais da igreja, testificado pelo Conselho Pastoral da Igreja Cristã Sal da Terra Jardim das Palmeiras.

VI - O PROPÓSITO FINAL

Formar ministros que sejam profetas fiéis ao chamado, onde e quando o Senhor ordenar, sem buscar os interesses pessoais de sucesso sedutor .

Atender a realidade específica da Igreja Cristã Sal da Terra do Jardim das Palmeiras.

VII – ALVO

São chamados a entrarem na Escola Profética:
1. todos aqueles – homens e mulheres - que já exercem alguma liderança na igreja;
2. que se apresentem voluntariamente, embora não exercendo, mas sentem serem chamados para um ministério específico;
3. os convidados pelo Pastor Principal da igreja, ouvido o Conselho dos Pastores, depois de um tempo de observação

VIII – CONDIÇÕES PARA SER DISCÍPULO DA ESCOLA DE PROFETAS

A – PERFIL/CARACTERÍSITCAS EXIGIDOS
1. sexo: homem e mulher
2. idade: mínimo de 16 anos completos
3. escolaridade: mínimo, primeiro grau completo
4. tempo de conversão: mínimo um ano
5. trabalho: envolvido em alguma ação ou ministério da igreja
6. características:
• interessado na leitura e estudo bíblicos,
• interessado no Reino de Deus,
• investidor na vida espiritual: leitura, oração, intercessão,
• preocupado em ser bom membro da família
• sempre presente nas atividades e eventos da igreja,
• cooperativo e social com as pessoas,
• pronto a colaborar com o bem-estar da igreja, quer na organização, quer nos eventos
• obediente e humilde

B – REQUISITOS IMEDIATOS:

• Preencher uma ficha de dados pessoais
• Responder um questionário avaliativo da motivação do seu chamado, de sua vida familiar, profissional, escolar e espiritual, de sua personalidade (sua identidade individual – quem sou eu – sua identidade relacional – quem sou no relacionamento com as pessoas

(Obs. O questionário não instrumento de exclusão, mas de acompanhamento futuro))

IX - TAXA

A escola cobrará uma taxa dos discípulos definida pelo Conselho de Pastores da igreja Jd das Palmeiras

X - PRINCÍPIOS DA ESCOLA

1. OBEDIÊNCIA
• prioritária à Palavra de Deus
• ao incentivo para a leitura da Bíblia e literatura evangélica
• ao Conselho de Pastores
• às ordenanças da Escola
2. FIDELIDADE
• ao chamado ministerial
• à Carta de Princípios e Valores do Ministério Sal da Terra
3. COMPROMISSO
• com a presença e dedicação
• seriedade no ensino e na aprendizagem escolar e prática
• com a formação e transformação das vidas
• com a vida social e familiar do discípulo
• com o acompanhamento espiritual, social e da motivação do discípulo
4. COOPERAÇÃO
• entendimento com a Escola de Plantadores de Igrejas do Ministério Sal da Terra
• ajuda mútua e amiga na aprendizagem

XI - RESPONSABILIDADE GERAL

A Escola de Profetas será coordenada por um líder e auxiliar escolhidos pelo Conselho de Pastores, com as seguintes responsabilidades:

1 - Organizar as inscrições dos discípulos – ficha questionário
(os alunos serão denominados discípulos, por ser uma terminologia mais bíblica)
3 – Contato com os professores
2 - Ver o local para a Escola
3 - Acompanhar a construção do programa de cada área (veja observação no final do item VIII)
4 - Encontrar-se periodicamente com os discípulos da Escola para avaliação de sua motivação e de seus compromissos

XII – ÁREAS DO ENSINO

Observação inicial: todo ensino não deve ser somente um acréscimo de conhecimentos, mas deve levar o discípulo ao check-up de sua vida pessoal, com Deus e com a Igreja

1 – Carta de Princípios e Valores do Ministério Sal da Terra
2 – O sentido do chamado de Deus para o Ministério
3 - Sagradas Escrituras
• Visão Panorâmica Da Bíblia
• Profetas
• Evangelhos
• Cartas De Paulo – visão geral e aprofundamento na carta aos Romanos e 1 Timóteo
• Carta aos Hebreus
• Apocalipse
4 - Igreja
• Atos dos Apóstolos
• História da Igreja depois de Atos
• A reforma e a pós-reforma
5 – Teologia
• Visão geral
• Revelação
• Doutrina de Deus, de Jesus Cristo e do Espírito Santo
• Obras de Deus – Seus planos, a criação, providência
• Doutrina da Salvação – entendendo a doutrina do pecado
• Doutrina da Igreja – natureza, fundação e organização, liderança, ordenanças, função e destino
• Doutrina das últimas coisas – morte, imortalidade, estado intermediário, segunda vinda, ressurreição, julgamento
6 – Oração
• Conceito Geral
• Intercessão
• Louvor
• Dança
7 – A psicologia do líder
• cuidado da formação integral: copo, alma e espírito
8 – Família
• conceito de família
• pensamento da Igreja sobre a família
• revisão dos propósitos básicos da relação conjugal e familiar
• relação atitudinal entre compromissos com as “coisas” da família e com as “coisas” da igreja

Observação: 1 – cada área não deve passar de sete horas-aulas (hora-aula=60 minutos) 2 - sugere-se que cada área tenha um coordenador responsável pela construção do programa da área, distribuição da carga horária, contato com professores e avaliação da aprendizagem

XIII – METODOLOGIA

O ensino será passado aos discípulos por dinâmicas pedagógicas diversas ou exigidas pelas disciplinas. Citando algumas: preleção, trabalhos de grupos, fórum de debates, testemunhos de líderes, recursos de imagem e áudio.

XIV CARGA HORÁRIA

Será elaborada por cada coordenador de área
(Obs. Se durante o programa acontecer o curso de Plantadores de Igrejas, os discípulos são obrigados a participar do mesmo)

As aulas acontecerão em um final de semana por mês, de março a junho e de agosto a novembro:

• Sexta-feira: 19:30 às 21:30
• Sábado: 14:00 às 18:00


XV – MODELO DE FICHA DE INSCRIÇÃO

XVI – MODELO DE QUESTIONPÁRIO

Obs. Seja sincero nas respostas. Este questionário não é de exclusão

I PARTE – FAMÍLIA

• Seus pais são vivos? – Sim ( ) Não ( ) – Se a resposta é “NÃO”, quem administra a casa?
• Você é filho(a) de mãe solteira? Sim ( ) Não ( ).
• É adotivo? Sim ( ) Não ( ).
• É enteado? Sim ( ) Não ( ).
• É filho órfão de pai? Sim ( ) Não ( ) ou de mãe? Sim ( ) Não ( )
• Quantos irmãos você tem? ........
• Quantos são casados? ........
• Você é o filho mais ( ) do meio ( ) caçula ( )
• Se você vive ainda com os pais, qual é a renda familiar? ..................... E quem sustenta a casa? ...................... Qual é a sua contribuição para sua casa?
• Quantos são os convertidos em sua família?.......... Quais são? (não cite os nomes)....................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
• Descreva, em poucas palavras a sua família (as virtudes e as falhas)..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

II – A SUA FAMÍLIA

A - Casamento
• Quantas vezes você casou? ......
• E quantas vezes sua esposa casou?...............

B - Filhos
• Quantos filhos vocês têm?......
• Vocês perderam algum filho?.......
• Como foi? Morte natural..... de acidente......


C - Conversão
• Quem é convertido em sua família?
• Os dois.....
• Quem não é?.........................
• Os filhos são convertidos? ..........
• Freqüentam a igreja?.......
• Qual igreja freqüentam?...........................................................................

D - Escola
• Quem estuda?
• Os dois.....
• Nenhum......
• Os filhos.....
• Quem não estuda e por que.............................................................

E - Trabalho
• Quem tem um trabalho fora de casa?
• Os dois.......
• Só o cônjuge......
• Nenhum dos dois......
• Os filhos.....
• Quem não trabalha e por que........................................................
• O rendimento do trabalho sustenta a família?........

F - Clima familiar
• Como é o clima de relacionamento familiar?
• De paz.......
• De respeito......
• De agressividade.......

G - Fé
• Como a fé é vivida em sua família?
• Leitura da Bíblia.....
• Oração.....
• da aos cultos.....
• Outras atividades.......
• De nenhuma forma.....

H - Estudos
• Você tem o hábito leitura?.....
• Que tipo de leitura você faz? Bíblia?....
• Revistas?..... Que tipo de revistas......................................................
• Jornais?...... que tipo de jornais?.......................................................
• Já leu a Bíblia toda alguma vez?.....
• Já fez algum curso de teologia?
• Qual................................
• Onde....................
• Já fizeram ou estão fazendo o curso de Plantadores de Igrejas?.....
• Vocês já fizeram os estudos de casais?.....
• Por que NÃO?..................................................................................

I - Ministérios na igreja
• Você participa de alguma ministério na igreja? ......
• Células.....
• Casais.....
• Infantil ......
• Louvor......
• Intercessão.....
• Jovens e adolescentes......
• Dança de rua........
• Teatro.....
• Esporte.....
• Outra dança......
• Social.....
• Sua família o apóia na participação do ministério?....

J - Dons (não é talento!)
• Você recebeu de Deus algum dom especial?....
• De cura....
• De visão....
• De revelação....
• De profecia.....
• De ensino.....
• De governo.....

K - O chamado
• Você sente um chamado especial para a obra de Deus?.....
• Já conseguiu identificar esse chamado?.....
• Qual?

K.1 - Missões.....
• Você se sente chamado a trabalhar em missões?.....
• No Brasil....
• Na América Latina....
• Na Europa.....
• Na Ásia oriental....
• Na África....
• Evangelismo urbano....
• Evangelismo rural....
• Evangelismo na periferia....
• Evangelismo com presidiários....
• Evangelismo com prostitutas....
• Evangelismo com drogados, alcoólatras e outros....
• Evangelismo com os meninos de rua....
• Evangelismo com os mendigos....
• Diaconia....
• Diaconia na administração da igreja....
• Diaconia na área social.....
• Diaconia na organização do culto....
• Presbítero....
• Presbítero no ensino....
• Presbitério na abertura de igrejas....
• Presbítero de ministério....
• Pastor....
• Pastor pregador....
• Pastor coordenador de igreja....
• Pastor de células....
• Pastor de casais....
• Pastor de jovens....
• Pastor de crianças....
• Pastor de louvor e adoração....
• Pastor de intercessão....

K.2 - Tempo e como do chamado
• Desde quando você se sente chamado por Deus?.....
• Como você sente que foi um chamado de Deus?
• Por profecia de alguém....
• Pela leitura da Bíblia....
• Por ouvir uma pregação....
• Na participação de um acampamento....
• Pela identificação com um tipo de ministério....
• Por sentir a necessidade do mundo perdido....

K.3 – Sinais do chamado
Quais sinais você detecta em você que lhe dão certeza do chamado?
Confirmação por profecias.....
Palavra do pastor da igreja.....
Sonhos....
Concordância da família.....
Prazer de já está engajado em um ministério com o qual se identifica....
Há alguém na família que não concorda e não o apóia?

Quem?................................................................................
Qual é a justificativa por esse familiar não o apoiar?......................................

Por- Pr Euler P. Campos

CRESCENDO EM SABEDORIA E GRAÇA

EULER P CAMPOS, Pr
Av Mato Grosso 434 – ap 303 – Aparecida – Uberlândia MG
e-mail:eulerca.medith@gmail.com

CRESCENDO EM SABEDORIA E GRAÇA


MINISTÉRIO CASAIS COM PROPÓPSITOS EXPRESSANDO VIDA

PROJETO ESCOLA DE PROFETAS

Declaração Doutrinária - O Que Cremos

Reconheço que existe um único e verdadeiro Deus vivo (Ex 20:2-3), o Deus triúno, Pai, Filho e Espírito Santo, e que ele é digno de toda honra, louvor e adoração como o Criador, o Sustentador, o Princípio e o Fim de todas as coisas (Ap 4:11; 5:9-19; Is 43:1.7.21).
Reconheço que Jesus Cristo é o Messias, o Verbo que se tornou carne e habitou entre nós (Jo 1:1.14). Creio que ele veio para destruir as obras de Satanás (1Jo 3:8), que ele desarmou os principados e as potestades, e publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz (Cl 2:15).
Creio que Deus demonstrou seu amor por mim, porque quando eu ainda era um pecador, Cristo morreu por mim (Rm 5:8). Creio que ele me livrou do domínio das trevas e me transferiu para seu reino, e nele eu tenho redenção e perdão de pecados (Cl 1:13-14).
Creio que agora eu sou um filho de Deus (1Jo 3:1-3), e que estou assentado com Cristo no céu (Ef 2:6). Creio que fui salvo pela graça de Deus, mediante a fé, que foi dádiva divina e não resultado de minhas obras, de esforços de minha parte (Ef 2:8).
Eu decido que serei forte no Senhor, na força de seu poder (Ef 6:10). Nenhuma confiança deposito na carne (Fp 3:3), visto que as armas de nossa milícia não são carnais (2Co 10:4). Coloco a armadura de Deus (Ef 6:10-17), e resolvo permanecer firme e resistir ao diabo.
Eu creio que Jesus tem toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18), e que ele é Soberano Senhor sobre todo governo e autoridade (Cl 2:10). Creio que Satanás e seus demônios estão sujeitos a mim, em Cristo, porque eu sou membro do corpo de Cristo (Ef 1:19-23). Portanto, eu obedeço à ordem de resistir ao diabo (Tg 4:7)), e ordeno-lhe no nome de Cristo que vá embora, que saia da minha presença.
Creio que à parte de Cristo nada posso fazer (Jo 15:5), pelo que declaro minha dependência dele. Decido habitar em Cristo, a fim de produzir muito fruto e glorificar o Senhor (Jo 15:8). Anuncio a Satanás que Jesus é o meu Senhor (1Co 12:3), e rejeito quaisquer dons ou obras de imitação, falsificação por Satanás, em minha vida.
Creio que a verdade me libertará (Jo 8:32) e que caminhar na luz é a única vereda da comunhão (1Jo 1:7). Portanto, oponho-me a qualquer engano de Satanás ao levar cativo todo pensamento em obediência a Cristo (2Co 10:5). Declaro que a Bíblia é a única regra e padrão de autoridade (2Tm 3:15-17). Declaro que falarei a verdade em amor (Ef 4:15).
Decido apresentar meu corpo como instrumento de justiça, sacrifício vivo e santo, e renovo minha mente pela Palavra viva de Deus, a fim de poder comprovar que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 6:13; 12:1-2)
Peço ao Pai celeste que me encha com seu Espírito Santo (Ef 5:18), para que me conduza em toda a verdade (Jo 16:13), e me fortaleça a vida de modo que eu possa viver acima do pecado, sem satisfazer a concupiscência da carne (Gl 5:16). Eu crucifico a carne (Gl 5:24) e decido que andarei no Espírito.
Renuncio a todos os meus objetivos egoístas e escolho para mim todos os objetivos últimos do amor (1Tm 1:5). Decido que obedecerei ao maior de todos os mandamentos: amarei ao Senhor meu Deus de todo o meu coração, alma e mente, e amarei ao meu próximo como a mim mesmo (Mt 23:37-39)

Introdução: Conhecer a Deus
Uma introdução para justificar o objetivo de nosso estudo

Conhecer a Deus: este primeiro apelo lançado ao coração do homem é pela Bíblia desdobrado não num contexto de ciência, mas em um contexto de vida. Com efeito, para um semita, conhecer – hebraico yd´- vai além do saber abstrato e exprime uma relação existencial. Conhecer alguna coisa é ter dela a experiência concreta; assim conhece-se o sofrimento (Is 53:3) e o pecado, a guerra (Jz 3:1) e a paz (Is 59:8), o bem e o mal (Gn 2:9.17), num envolvimento real que acarreta repercussões profundas. Conhecer alguém quer dizer entrar em relações pessoais com ele. Já que essas relações podem asumir numerosas formas e comportar muitos graus, conhecer é suscetível de toda uma ampla gama de sentidos. A palavra “conhecer” serve para exprimir a solidariedade familiar (Dt 33:9), e também as relações conjugais (Gn 4:1; Lc 1:34); o homem conhece a Deus quando é atingido por sua ação julgadora (Ez 12:15), conhece-o de modo bem diferente quando entra na sua aliança (Jr 31:34) e é pouco a pouco introduzido na sua intimidade.

Antigo Testamento

1 – Iniciativa divina – No conhecimento religioso, tudo começa pela iniciativa de Deus. Antes de conhecer a Deus, o homem é conhecido por ele. Mistério de eleição e de solicitude. Deus conhece Abraão (Gn 18:19), conhece o seu povo: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci” (Am 3:2). Antes mesmo de nascerem, ele conhece os seus profetas (Jr 1:5) e a todos que ele predestina a serem seus filhos adotivos (Rm 8:29; 1 Co 13:12). Aos que ele assim distinguiu conhece por seus nomes (Ex 33:17; Jo 10:3). Deus se lhes dá ele próprio a conhecer. Revela-lhes o seu nome (Ex 3:4), incute-lhes o seu temor (Ex 30:18ss), mas sobretudo testemunha-lhes a sua ternura livrando-os dos inimigos, dando-lhes uma terra (Dt 4:32…; 11:2…), fazendo-lhes conhecer os seus mandamentos, caminho da felicidade (Dt 30:16; Sl 147:19s).

2 – Desconhecimento humano – Como resposta, deveria o povo conhecer a seu Deus, pertencer-lhe no verdadeiro amor (Os 4:1.6:6). Mas desde o começo ele mostra-se incapaz disso (Ex 32:8). “É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos” (Sl 95:10). Desconhecendo a Deus, põem-no constantemente à prova (Nm 14:22; Sl 78). Mais irracional que um animal de carga, “…Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1:3); revolta-se, infringe a aliança (Os 8:1), prostitui-se “com deuses que não havia conhecido” (Dt 32:17).

Mesmo quando imagina conhecer a Deus (Os 8:2), ilude-se, pois se detém numa relação inteiramente exterior, formalista (Is 29:13s; Jr 7); enquanto o autêntico conhecimento de Deus deve penetrar até o coração e traduzir-se na vida real (Os 6:6; Is 1:17; Jr 22:16; Mt 7:22s). Os profetas repetem-no continuamente, mas “a nação não dá ouvidos à voz do Senhor seu Deus, e não aceita a correção” (Jr 7:28). Será pois castigada “por falta de entendimento” (Is 5:13; Os 4:6).

Deus se dará a conhecer de um modo terrível pelos horrores da ruína e do exílio. O anúncio desses castigos destaca-se em Ezequiel com um estribilho ameaçador: “para que saibais que eu sou Deus” (Ez 6:7; 7:4.9...). Defrontado consigo mesmo e com o seu Deus na crueza do fato acontecido, não pode mais o povo manter-s na ilusão. Tem que reconhecer a santidade de Deus e o seu próprio pecado.

3 – Conhecimento e coração novo – Persiste a esperança de uma renovação maravilhosa em que “a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9). Mas como é que isso poderá fazer-se? Israel já não tem a pretensão de o conseguir por si mesmo, porque tem consciência de ter um “coração mau” (Jr 7:24), um “coração incircunciso” (Lv 26:41), e para verdadeiramente conhecer a Deus requer-se um coração perfeito. O Deuteronômio insiste nessa necessidade de uma transformação interior, que só pode vir de Deus. “Ate hoje, porém , o Senhor não vos deu um coração para entender...” (Dt 29:4), mas depois do exílio “o Senhor teu Deus circundará o teu coração e o coração dos teus descendentes” (Dt 30:6).

Esta mesma promessa é dirigida aos exaltados por Jeremias (24:7). É ela que constitui o elemento essencial do anúncio de uma nova aliança (Jr 31:31-34): uma purificação radical – “lhes perdoarei a sua maldade” – tornará possível a docilidade mais profunda - “porei a minha lei no seu interior”. Assim assegurada, a posse recíproca “eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” será a fonte de um conhecimento direto e autêntico: “Não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor, porque todos conhecerão , desde o menor deles até o maior”.

Ezequiel completa a perspectiva assinalando o papel do Espírito de Deus nessa renovação inerior: “Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36:26-27); será a ressurreição do povo de Deus (Ez 37:14). Com isso, Deus se dará a conhecer não só a Israel (Ez 37:13) mas também às nações pagãs (Ez 36:23).

Descrevendo atencipadamente a salvação concedida, também Isaías acentua as repercussões universais da mesma. A idolatria sofrerá um abalo (Is 45-46). Por ocasião de novo êxodo, Deus manifestará o seu domínio sobre a história e “toda a humanidade saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó” (Is 49:26). Aos israelitas diz Deus: “Vós sois as minhas testemunhas, e o meu servo, a quem escolhi, para que saibais, e me creais e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is 43:10), e a seu Servidor: “... te darei para luz dos gentios” (Is 49:6).

4 – A sabedoria do alto – Uma outra linha de pensamento vinha dar em perspectivas análogas. Os sábios de Israel buscavam e reuniam as normas garantidas da boa conduta da vida (Provébios) e ia-se arraigando neles uma convicção: só Deus conhece o segredo da vida reta (Jó 28). Em Baruc - livro da Bíblia grega considerado não inspirado pela igreja evangélica, mas nem por isso é “pecado” citá-lo como ilustração - está escrito: “Ele perscrutou todo o caminho de conhecimento”. Assim, pois, “toda sabedoria vem do Senhor”. Não há dúvida, Deus na sua bondade já deu a Israel a fonte da sabedoria: é a lei promulgada por Moisés. Contudo, esse dom permanece externo e por isso é preciso ainda rogar a Deus que o aperfeiçoe, colocando no interior do homem o seu “espírtio de Sabedoria”. No livro da Sabedoria - também da Bíblia grega - está escrito: “Que homem, com efeito, pode conhecer o desígnio de Deus?”

Os homens de Qumrã se mostram sedentos do conhecimento dos mistérios divinos. Rendem graças a Deus pelas luzes já concedidas e aguardam com ardor os tempos da manifestação derradeira, que dará aos justos o “compreender o conhecimento do Altíssimo”.

* “Qumrã”, uma região nas proximidades do Mar Moto, em cujas cavernas foram encontradas antigas cópias da Bíblia

Em contato com o mundo grego são os judeus da diáspora levados a desenvolver uma argumentação de aspecto mais filosófico para combater a idolatria e difundir o conhecimento do verdadeiro Deus. O autor do livro de Sabedoria afirma que o espetáculo da natureza deveria levar os homens a reconhecerem a existência e o poder do Criador.

Novo Testamento

É em Jesus Cristo que é dado o perfeito conhecimento de Deus, prometido para o tempo da nova aliança.

1 – Sinóticos (Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas) – Jesus era o único capaz de revelar o Pai (Lc 10:22) e de explicar o mistério do Reino de Deus (Mt 13:11). Ele ensinava com autoridade (Mt 79). Recusando satisfazer as vãs curiosidades (At 1:17), seu ensinamento não era teórico, mas se apresentava como uma “boa nova” e um apelo à conversão (Mc 1:14s). Deus se aproxima; é necessário discernir os sinais dos tempos (Lc 12:56; 19:42) e estar preparado para recebê-lo (Mt 25:10ss). Ás suas palavras acrescentava Jesus os milagres, “sinais de sua missão” (Mt 9:6).

* “Sinóticos” são chamados os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque oferecem a mesma visão geral da vida de Cristo e registram, até certo ponto, as mesmas coisas ou fatos

Mas tudo isso não era mais que uma preparação. Não apenas os seus inimigos (Mc 3:5), senão ainda os próprios discípulos tinham o coração embotado (Mc 6:52; Mt 16:23: Lc 18:34). Somente depois que houver sido derramado o sangue da nova aliança (Lc 22:20) é que se poderá fazer a plena luz: “então ele lhes abriu o entendimento” (Lc 24:45), então ele derramou o Espírito Santo (At 2:33). Foram assim instaurados os últimos tempos, tempos do verdadeiro conhecimento de Deus.

2 – João – Mais claramente ainda que os Sinóticos, assinala João as etapas desta revelação. É preciso primeiro deixar-se instruir pelo Pai; os que lhe são dóceis são atraídos para Jesus (Jo 6:44s). Jesus os reconhece e eles o reconhecem (Jo 10:14), e ele os conduz ao Pai (14:6). Todavia, tudo o que ele diz e faz permanece enigmático para eles (16:25), enquanto ele ainda não tinha sido erguido sobre a cruz. Somente esta elevação glorificante o põe verdadeiramente em evidência (8:28; 12:23.32); somente ela obtém para os discípulos o dom do Espírito (7:39; 16:7). Este lhes revela todo o alcance das palavras e das obras de Jesus (14:26; 2:22; 12:16) e os conduz à verdade toda (16:13). Assim os discípulos conhecem a Jesus e por Jesus o Pai (14:7.20).

Como predissera Jeremias, uma nova relação se estabelece com Deus: “... o Filho já veio, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro” (1 Jo 5:20). Não é outra a definição da Vida eterna: ela consiste em “... que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” ( Jo 17:3), conhecimento direto, que faz com que em certo sentido os cristãos “não tenham necessidade de que alguém lhes ensine” (1 Jo 2:27; Jr 31:34; Mt 23:8). Esse conhecimento inclui uma capacidade de discernimento cujos principais aspectos João explicita ( 1 Jo 2:3ss. 3:19-24. 4:2.6.13), pondo em guarda contra as falsas doutrinas (2:26. 4:1. 2 Jo 7). Contudo, tomado em toda a sua extensão, esse conhecimento de Deus merece o nome de “comunhão” ( 1Jo 1:3), pois é participação numa mesma vida (Jo 14:19s), união perfeita na verdade do amor (Jo 17:26. 1 Jo 2:3s. 3:16).

3 – Paulo – Ao mundo grego, ávido de especulações filosóficas e religiosas – gnosis -, Paulo ousadamente prega a cruz de Cristo (1 Co 1:23). A salvação não se encontra num saber humano, qualquer que seja, mas na fé em Cristo crucificado, “poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Co 1;24). Os homens tinham a possibilidade de conhecer a Deus a partir da criação, mas “os seus corações insensatos se obscureceram” e eles se entregaram á idolatria, merecendo a ira de Deus (Rm 1:18-22). Eles agora têm que renunciar às suas pretensões (1 Co 1:29), reconhecer-se incapazes de penetrar por si mesmos os segredos de Deus (1 Co 2;14) e submeter-se ao Evangelho (Rm 16:25s) que “a loucura da pregação” transmite (1 Co 1:21; Rm 10:14).

* “gnosis” (grego) – conhecimento, sabedoria. Na história e na filosofia é a busca do conhecimento esotérico e perfeito da divindade, que se transmite por tradição e mediante ritos de iniciação

A fé e a posição em Cristo dão-lhes então acesso a um saber inteiramente diverso, “o supereminente ganho que é o conhecimento de Cristo Jesus”, saber não teórico e sim vital: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo justiça própria, que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé. Desejo conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, e conformando-me com ele na sua morte, para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos” (Fp 3:8ss). Com isso a mente é “renovada” e se torna capaz de discernir “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). Resistindo às tendências gnósticas que cá e lá se manifestam entre os cristãos (1 Co 1;17; 8:1s; Cl 2:4.18), Paulo os orienta a um conhecimento mais autenticamente religioso, que vem do Espírito de Deus e graças ao qual podemos verdadeiramente “conhecer os dons que Deus nos fez” e exprimi-los numa linguagem “ensinada pelo Espírito” (1 Co 2:6-16).

Diante da “insondável riqueza de Cristo” (Ef 3:8), a admiração de Paulo não vai senão crescendo com o passar dos anos, e o que ele deseja para os cristãos é “que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2:2-3). Ele não esquece que, enquanto “a ciência incha”, “é a caridade que edifica” (1 Co 8:1; 13:2). O que ele tem em vista não é uma gnose orgulhosa, mas o conhecimento do “amor de Cristo, que excede todo conhecimento” (Ef 3:19). Ele anela pelo momento em que o que é parcial dará lugar ao que é perfeito e ele conhecerá assim como é conhecido (1 Co 13:12).

Destarte, para Paulo como para toda a Bíblia, conhecer é entrar numa grande corrente de vida e de luz que brotou do coração de Deus e que a ele reconduz.

1- Conhecendo A Palavra De Vida

“Têm boca e não falam” (Sl 115:5). Esta sátira dos “ídolos mudos” (1 Co 12:2) sublinha um dos traços mais característicos do Deus vivo na revelação bíblica: ele fala aos homens. E a importância da sua Palavra no Antigo Testamento é apenas uma preparação do fato central do Novo Testamento, em que essa Palavra – o Verbo – se faz carne.


Milhões de pessoas estão hoje buscando uma voz de autoridade, que mereça confiança. A Palavra de Deus é a única autoridade real que temos. Ela projeta luz sobre a natureza humana, sobre os problemas do mundo e sobre o sofrimento do homem. Além disso, revela, de modo claro, o caminho para Deus.

É nas Escrituras Sagradas que achamos respostas às perguntas fundamentais da vida: de onde vim? por que estou aqui? qual o propósito da minha existência?

A Palavra leva ao conhecimento de Deus

A Palavra de Deus ou Escrituras Sagradas, ou Bíblia, é a revelação escrita de Deus acerca da Sua vontade para o homem. Nos dá, portanto, o conhecimento de Deus; guarda e anuncia a todos os povos e raças, e em todos os tempos, a verdade contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo. 2 Pe 1:19-21:- “E temos ainda mais firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia clareie, e a estrela da alva surja em vossos corações. 20 Acima de tudo, lembrai-vos de que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 21 Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”. (Cf 2Tm 3:16; 1Ts 2:13: 1Co 1:21).

2- A Bíblia - conforme o cânon da Bíblia hebraica aceita pelos evangélicos como a inspirada por Deus - é composta de 39 livros no Velho Testamento (AT) e 27 no Novo Testamento (NT), num total de 66 livros escritos por 40 autores, abrangendo um período de, aproximadamente, 1600 anos. A Bíblia católica – que segue a tradução grega - contém sete livros a mais: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc.

Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória de Deus e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura, ou pode ser, lógica e claramente, deduzido dela. O homem todo e todos os homens têm resposta na Palavra de Deus. O que o homem – como indivíduo e como participante de uma sociedade ou instituição - é, vive, sente, experimenta, projeta, sonha e pensa - tem , na Palavra de Deus, respostas, orientações, aprovações e desaprovações. Faz-se necessária, entretanto, a abertura ao Espírito Santo. Ele, através da testificação da Palavra em nossos corações, nos dará plena certeza da verdade. Jo 16:13-14:- ”Mas, quando vier o Espírito da verdade ele vos guiará em toda a verdade. Não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. 14 Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar”. (cf. 1Co 2:9-12; Gl 1:8-9)

Ao termos contato com a Palavra de Deus, podemos correr o risco de fazermos aquilo que Deus não mandou, ou falarmos aquilo que Deus não falou. Ou seja, podemos ter um falso entendimento ou uma inadequada aplicação de determinadas partes da Bíblia, porque ou elas são favoráveis aos nossos interesses e pensamentos, ou mesmo, por nossa ignorância. Certas posições são tomadas pelo homem, muitas vezes, sob influência do mundoe de algumas “religiões”, e que são vistas como aprovadas pela doutrina bíblica. Mas, nem sempre isto pode ser verdade. É preciso cuidado... para não se deixar manipular por qualquer doutrina não testificada na Palavra de Deus. Muitos dogmas da igreja católica não têm fundamentos bíblicos mas se baseiam na Tradição – segunda regra de fé dos católicos – ou foram impingidos aos bispos, padres e fiéis por algum papa por interesses excusos. Por exempos: assunção de Maria, vigindade de Maria antes, durante e depois do parto, infalibilidade do papa, culto aos santos, e outros

Às vezes vai ser necessário conferir o nosso entendimento acerca de determinada parte da Bíblia com ela mesma. Checando versículo com capítulo, capítulo com todo o livro e livro com toda a Bíblia. Um jamais contradirá o outro, no que diz respeito à sua natureza. Todos os demais escritos, interpretações ou propostas de vida com Deus, devem ser provados pela comparação criteriosa com a Palavra de Deus. At 17:10-12: - “Assim que escureceu, os irmãos enviaram a Paulo e Silas para Beréia. Tendo eles chegado lá, foram à sinagoga dos judeus. 11 Ora, estes foram mais nobres do que os de Tessalônica, pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens”.

O Espírito Santo, que inspirou o registro da Palavra de Deus, é quem deve ser buscado para julgar, em nossos corações, a respeito de quaisquer controvérsias que possam haver, ou de quaisquer posições que se deva tomar. Mt 22:29: - “Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (cf At 28:25; Jo 16:7-8)

A plenitude da Palavra

O que queremos dizer é que a Bíblia não pode ser crida apenas parcialmente. O cristão deve buscar, constantemente, a plenitude das Escrituras, permitindo ser confrontado em seus posicionamentos, comportamentos e atitudes por toda a Palavra de Deus, para que sejam esses transformados por ela, até que chegue à estatura do Filho de Deus, Cristo Jesus. Rm 12:1-3: - “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 3 Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

A Palavra de Deus é viva. E todas as partes são necessárias ao aperfeiçoamento do todo. Isso não quer dizer que todas as partes são igualmente importantes. Se perguntarmos a nós o que preferimos perder, se um dedo ou um olho, naturalmente preferimos perder um dedo. Assim com a Palavra de Deus. Toda ela é necessária para fazer um todo perfeito, mas algumas porções são mais preciosas, a nível pessoal íntimo, do que outras. Você não pode separar o livro de Cântico dos Cânticos de Salomão e ter uma revelação perfeita. Ninguém dirá que Cântico dos Cânticos se compara com o Evangelho de João, mas ambos fazem parte de um organismo e esse organismo não é completo, se faltar alguma parte.

Muitos escolhem livros específicos, ou até versículos, para seu próprio conforto espiritual ou para reforçar “suas” crenças ou doutrinas. A realidade do Reino de Deus é encontrada na combinação do significado de “tudo” que Jesus ensinou na Palavra, e não apenas de coisas isoladas. A Palavra de Deus é Deus – Jesus. Isto está declarado em Jo 1:1, quando diz: - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. - dada por Deus - Espírito Santo -, portanto, deve ser autoridade final sobre todas as áreas de nossa vida. E todo pensamento ou imaginação, que se levanta contra a verdade, deve ser tratado segundo a própria Palavra. 2 Co 10:5: - “...derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.

Toda a Bíblia aponta para Jesus Cristo. O tema central é a salvação, mediante Jesus Cristo. Isto testifica que ela é a única Palavra de Deus. Jo 5:39:- “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim”. (cf Lc 24:27; At 28:23; 1 Pe 1:11)

Exemplos chaves no Antigo Testamento: Gn 3:15: - “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. E também em Sl 22:7; Is 53:4-6; Zc 12:10.

A Bíblia é um todo e não pode ser alterada. Acrescentar ou tirar-lhe algo seria danificar sua perfeição absoluta. Tudo aquilo que é extraído ou acrescentado aos textos originais, ainda que sejam “ditos” como sagrados, é considerado maldito por Deus e, os que assim o fazem, não têm parte com a vida eterna que Deus promete. Ap 22:18-19: - “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; 19 e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro”.

O cânon da Bíblia está fechado Outras obras lançam luz valiosa sobre ela, mas a Bíblia permanece incomparável, única e completa e estas partes todas participam da perfeição do todo. Não é por acaso que Paulo alerta na sua primeira carta a Timóteo, capítulo 6, versos 3 a 5: - “Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, 4 é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, 5 disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro”. (cf, Gl 1:8.

Apesar de divina, a história bíblica é humana. O pensamento é divino, a revelação é divina, mas a expressão da comunicação é humana. A Bíblia foi-nos dada por Deus por um propósito: que possamos conhecê-lo e ter um vivo relacionamento com Ele, através dela. A Bíblia foi escrita por homens, mas todos eles escolhidos e inspirados por Deus, para cumprir a tarefa de comunicar a mensagem de Deus, de uma forma que o ser humano pudesse entender, guardar e transmiti-la de geração em geração. 2 Tm 3:16: - “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”. (Cf 2 Pe 1:21; 1 Tm 1:15. 4:9).

O Senhor Jesus enfatizou a importância de conhecermos as Escrituras, não somente como um “livro religioso”, uma literatura para reflexão ou terapia mental ou mesmo uma espécie de “talismã”, mas ela deve ser peça central de quem quer ter uma vida de relacionamento com o Deus, Pai de Jesus Cristo. É uma “peça” que não pode faltar na casa de cristãos. Em cada cômodo da casa poderia ser “montada” uma Bíblia, não para ser enfeite, mas para ser consultada, meditada e orada. Entendemos assim quando lemos Mt 7:24: - “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha” – 22: 29: “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus”. ( Cf Jo 5:39).

A Palavra na prática da vida

Em Pv 4:20-22 está dito: “Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instruções. 21 Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração. 22 Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo”.

Como foi visto no estudo anterior, a Palavra de Deus ou Bíblia não é um objeto religioso, mas peça central de fé, um manual especial de orientação dos comportamentos, referências e atitudes na vida do cristão que quer ter relacionamento e compromisso com Deus e seu Reino. Tendo em vista este princípio, vamos, então, estudar como aplicar a Bíblia de uma forma prática na vida pessoal.

De acordo com Jo 6:63, a Palavra de Deus é dinâmica e viva: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. (Cf Pv 3:2).

Todo cristão deve procurar conhecer a Palavra de Deus, através da leitura, meditação, reflexão e aplicação. Apocalipse 1:3: - “Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. (Cf 1 Tm 4:13).

A primeira leitura de um cristão não poderia ser a televisão, os jornais ou as revistas, mas a Palavra de Deus. Com a Palavra de Deus se é capaz de julgar a vida de todos os dias, a vida econômica, política, social e “religiosa” do mundo. Não apenas ler... mas meditar. E meditar não significa olhar a Bíblia rapidamente, ou ler correndo para cumprir uma norma, mas, ler, pensar, analisar, considerar cuidadosamente o que Deus diz para hoje e para esta determinada situação familiar ou profissional. Não apenas ler, mas permitir ser lido pela Palavra. Sl 119:97: - “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo”. (Cf Js 1:1-8; 1 Tm 4:1).

Há uma permissão gratuita e livre de entrada de ídolos diversos e atraentes em nossas casas. São pessoas, ou coisas, ou hábitos, ou modernismos que estão ocupando o espaço, o tempo e os pensamentos. E a isto estamos dando mais tempo e autoridade do que à Palavra de Deus.

Ensinar, também, a Palavra aos filhos, físicos e espirituais. Jesus cresceu tendo as Escrituras em seu coração. Sem desprezar o auxílio da ciência, buscar na Palavra de Deus a orientação para a educação da sua casa. Lc 2:46-47: - “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. 47 E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas”.

A literatura voltada para a educação de filhos é extensa. Muitas teorias foram e continuam sendo produzidas por grandes homens da ciência psicológica e pedagógica, como Freud, Erikson, Piaget, Sears e, também, cristãos como James Dobson, Paul Meier. Esta literatura, no geral, investigam os aspectos do desenvolvimento psicológico e físico da criança até a chamada patologia infantil. Algumas ciências se unem para tratar da criança, como a pediatria, a psiquiatria infantil, a psicologia infantil. Tudo isso é bom. Mesmo o cristão, por crer na Palavra de Deus, não pode, gratuitamente, desprezar o auxílio da ciência. Porém, a Bíblia é a importante fonte de orientação atualizada de como formar os filhos e como definir a responsabilidade específica dos pais. A Palavra de Deus apresenta três áreas de responsabioidade dos pais: amar: Sl 127:3: - “...herança do Senhor são os filhos, o fruto do ventre seu galardão”; instruir: Pv 22:6: - “...ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo velho não se desviará dele”; - disciplinar: Pv 3:12: - “Porque o Senhor repreende a quem ama, assim o pai ao filho”.

Só assim o Espírito Santo pode usar a Palavra no coração dos pais, de uma forma prática em seus atos e ensinos. Mas, primeiro, a Palavra é depositada e aceita no coração do marido/pai e da mulher/mãe. Mt 4:1-11: - “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. 3 Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10 Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram”. (Cf Jo 8:28).

Timóteo é chamado o fiel discípulo do apóstolo Paulo. É um testemunho de filho que tinha a Palavra de Deus em seu coração desde criança. 2 Tm 3:15: - “...e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”.

O cristão não busca a Palavra de Deus, apenas em alguns momentos, ou para alguns momentos. Mas, sempre; e a mantém guardada no coração para poder sempre produzir frutos e frutos que permaneçam. Jo 15:1-8: - “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. 2 Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. 4 Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Quem não permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas. 7 Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.

Quando o cristão tem essas atitudes para com a Palavra de Deus, ela opera grandes coisas na sua vida familiar, profissional, social e ministerial. Porque este cristão cresce como: “um cristão gerado pela palavra” – Tg 1:18: - “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.

“um cristão lavado pela palavra” – Ef 5:26-27: - “...a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensíve”l. ( cf Jo 15:3)

“um cristão curado pela palavra” – Mt 8:8: - “O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar” (cf Pv 3:8; 4:22)

“um cristão edificado pela palavra” – At 20:32: - “Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados”.

“um cristão alimentado pela palavra” – Mt 4:4: - “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.

“um cristão que vence os inimigos pela palavra” – Sl 119:11: -”Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”. (cf Js 1:8; Sl 1:1-3 )

“um cristão santificado pela palavra” – 2 Pe 1:3: - “ ...visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude”.

E, também, a Palavra opera através do cristão, quando a confessa no louvor, na oração e nos confrontos com o diabo e a carne. - Rm 10:8-9: - “ Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos. 9 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”. (Cf Mt 4:1-11; 2 Tm 3:15-17; Cl 3:16).

Por Pr Euler P. Campos