22/06/2010

EDUCAÇÃO: NOVOS CAMINHOS À LUZ DA PALAVRA DE DEUS

Palavra ministrada na formatura do Curso de Pedagogia

I – SAUDAÇÃO

A todos, eu chamo de amados!

É bom, justo e agradável estarmos juntos, para louvar e agradecer ao Senhor por aquilo que ele tem feito em nossas vidas.

Neste espírito e neste clima, eu saúdo a todos, desejando que a paz do Senhor, que excede a todo entendimento, esteja na mente e no coração de cada formando e de cada convidado.

II – INTRODUÇÃO

Meu intento, nesta noite, depois de pensar qual mensagem trazer a vocês, formandos do curso de pedagogia e matemática, é falar sobre ou recordar algumas idéias de novos caminhos da educação, baseados no relacionamento escola e comunidade, professores e alunos, e numa filosofia educacional comprometida com a permanente transformação da realidade em que vivemos. Eu quisera ter a autoridade do profeta Samuel, que ao responder, em certa ocasião, ao povo de Deus, disse: “Eu vos ensinei o caminho bom e direito” – 1 Samuel 12:23.

Numa perspectiva de Deus, eu quero dizer: Deus se agrada do novo, desde que sustentado nas virtudes. O próprio Senhor fala: “Eis que faço novas todas as coisas” – Isaías 43:19. Em Deus tudo é novo.

Eu quero embasar esta minha mensagem na Palavra de Deus, salmo 23. Este é um salmo por demais conhecido. Ele diz: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.

Lendo esta palavra, eu consigo ver o professor como o pastor de seus alunos. Professor comprometido em levar seus alunos a alcançar o desenvolvimento integral de sua personalidade e caráter, através da ministração de conhecimentos e experiências, e da ajuda próxima às suas necessidades espirituais, emocionais e físicas, em um ambiente saudável de escola, sem violências, sem competições mesquinhas e sem outras perversidades. Uma escola, onde se vive a honra entre os educadores e alunos; onde se estabelece um relacionamento de pessoas que, verdadeiramente querem a formação de homens para a sociedade; e onde Deus é visto, não como um terrível estranho, mas como a fonte do saber e referencial de todas as aspirações do homem.

III – DEMOCRATIZAÇÃO/RELACIONAMENTO DA ESCOLA

O primeiro caminho indispensável à solução dos problemas que a educação brasileira enfrenta é a democratização da própria escola. Esta democratização está intimamente ligada à sociedade como um todo. Mas a escola não pode esperar que a sociedade mude para dar sua contribuição à democracia; assim, na medida em que modifica sua estrutura interna, de forma a possibilitar a todos os seus membros uma participação ativa no planejamento, na execução e na avaliação das suas atividades, a escola está educando para a democracia e contribuindo para a democratização da sociedade.

A democratização da escola pode ser vista quantitativa e qualitativamente. Em termos quantitativos, além de possibilitar o acesso à escola de todas as crianças dos sete aos catorze anos, deve ampliar sempre mais o número de anos escolares para o maior número possível de crianças e jovens. Entretanto, não basta a população ter acesso à escola; é preciso que nela permaneça e que esta lhe seja útil, o que exige a modificação das relações internas da escola, tornando-as mais democráticas. A democratização qualitativa envolve as relações entre o pessoal escolar. O diretor não pode ser visto como um monarca absoluto, que aplica cegamente a lei. Antes de mais nada, ele também é educador e, como tal, cabe-lhe liderar a caminhada de todos rumo à realização dos objetivos escolares. A Palavra de Deus diz que “os que exercem autoridade, a exerçam para que haja vida tranqüila e sossegada” – 1 Timóteo 2. É o pastor guiando suas ovelhas “a águas tranqüilas”.

É compromisso do diretor liderar a construção de relacionamentos saudáveis na sua escola, onde professores e alunos não sintam peso, mas a alegria de estar, compartilhar e viver na escola e juntos.

Os funcionários administrativos não são meros executores de tarefas burocráticas – preencher fichas, datilografar ou digitar, controlar alunos, etc. – mas, por trabalharem numa escola, são, também, educadores, principalmente através do exemplo e do respeito que manifestam no trato com os alunos e professores. Para eles também está escrito na Palavra de Deus: “Uni-vos uns aos outros pelo amor. Toda lei se cumpre numa só palavra: amarás a teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumis uns aos outros” – Gálatas 5:13-15.

Os professores, antes de serem simples transmissores de conhecimento – tarefa na qual seriam facilmente substituíveis por um gravador, vídeo, rádio ou computador -, educam pelo relacionamento humano que mantêm com os alunos, e pelo estímulo que a estes devotam, no sentido de novas descobertas e novas realizações.

Na visão bíblica do salmo 23, os professores são os pastores de seus alunos - os alunos, suas ovelhas -, aos quais não deixam faltar nada: nem conhecimento, nem orientação para a vida, nem carinho, nem misericórdia, nem paciência. Mas, como o “amor que é paciente, benigno. Alegre coma verdade, que sofre, crê, espera, suporta e nunca falha” – 1 Coríntios 13:4.6.7 – levam seus alunos aos campos verdejantes de descobertas e a águas tranqüilas de uma ida sem violência e sem conflitos existenciais.

O relacionamento compreende o respeito e a honra entre todas as pessoas envolvidas no trabalho escolar e a participação de todos na busca dos objetivos comuns. Ou seja, como está no salmo 23, versículo 5: “preparar uma mesa na presença dos inimigos”. Porque mesa fala de pessoas assentadas juntas, compartilhando conhecimentos, projetos, necessidades e vida. O relacionamento entre todos, através do trabalho cooperativo – e não a repressão, a perseguição, a maldição e a competição – deve ser o valor e a prática predominantes numa escola que pretende educar democraticamente para a democracia. A escola forma homens para construir e não para destruir. E um dos fatores básicos da construção é o relacionamento.

Aqui é justo lembrar a lição que vem de Deus. Quando falamos em democratização qualitativa na escola, estamos falando de relacionamento, com base no que diz a Palavra de Deus: “sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo” – Efésios 5:21; “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” – João 13:34; “Honrai a todos” – 1 Pedro 2:17.

A escola não precisa ser um lugar de tensão, de depressão, de opressão, de ambições. Mas, aos educadores e funcionários, é possível criar para o aluno a imagem semelhante ao quadro do salmo 23:2; u seja, como pastores, conduzir os alunos “a campos verdejantes e a águas tranqüilas”, a momentos e encontros e lugares de refrigério. Para todos a Palavra de Deus aconselha: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” – Romanos 12:18.

IV - ESCOLA E COMUNIDADE

O salmo 23, versículo 3 afirma que o pastor guia as ovelhas “pelas veredas da justiça”. Esta também é a função do educador: mostrar, pelo saber, novos caminhos que levem à formação do caráter e à integração com a comunidade. Prepara o aluno para as surpresas que a vida pode armar.

Para isto, a escola não pode continuar isolada, segregada da comunidade em que atua. Observa-se que, até mesmo na aparência física, ainda, aparece como algo estranho dentro da comunidade. Geralmente, é um prédio que sobressai entre as casas, cercado por altos muros, alguns, encimados por fios de arame farpado, com portões fechados à chave e controlados por vigias. Os alunos só entram em horário de aula e é “proibida a entrada de pessoas estranhas” – é a imagem de presídio de segurança máxima. Conseqüência natural é que a escola, muitas vezes, não é vista e sentida como um bem comunitário, que está a serviço da população local. Estimula-se pouco, ou nada, a responsabilidade comunitária pela escola. Diante de tal situação, não se pode estranhar as condenáveis depredações das escolas, especialmente, nas grandes cidades.

Mesmo em pequenas comunidades interioranas – onde o professor, nas horas em que não exerce o magistério, é pescador, agricultor, etc., isto é, membro da comunidade – a escola aparece como algo estranho e distante. O professor, nas horas em que exerce suas atividades escolares, transforma-se em agente do poder externo; transmite aos alunos não conhecimentos da comunidade ou conhecimentos desenvolvidos a partir de sua própria experiência e estudo, mas aqueles que recebe prontos da autoridade externa e superior ou que retira de livros didáticos. Esses conhecimentos, por serem estranhos e impostos, sem consideração à realidade local, dificilmente, são aprendidos e pouca contribuição trazem à vida comunitária. O saber tem poder, a experiência produz mais edificação.

O papel da escola, através das experiências de seu corpo de educadores, é anunciar esperanças aos alunos e famílias. A Palavra de Deus, em Romanos 5:3-4 diz: “nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; a experiência, esperança”.

É sabido que, em nome da integração com a comunidade, a escola tem desenvolvido projetos artesanais válidos. Entretanto, a integração escola-comunidade vai além do trabalho manual. Precisamos ultrapassar o estágio em que os pais e a comunidade são chamados à escola, para tomarem conhecimento dos resultados – geralmente insatisfatórios – obtidos por seus filhos, para pagar taxas da Associação de Pais e Mestres ou para contribuir na manutenção da escola através de festas.

A novidade é que a comunidade, através dos pais dos alunos, das lideranças e das organizações populares, passe a compartilhar com os educadores a responsabilidade pela condução da escola. A comunidade pode e deve participar no planejamento, na execução e na avaliação das atividades escolares. Aqui, cabe para a escola, a exortação da Palavra de Deus: “que digais todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer” – 1 Coríntios 1:10.

Certamente, cabe à escola e a cada comunidade encontrar os mecanismos práticos mais apropriados a essa integração, em função das condições locais. Sem entrarmos em detalhes, assinalamos apenas duas orientações básicas que podem contribuir para aumentar essa integração:

1. a interação será tanto maior quanto mais a escola estiver presente na comunidade, através do conhecimento das condições de vida da comunidade - habitação, alimentação, saúde, higiene, etc. - e da participação em atividades comunitárias.

2. a interação será tanto maior quanto mais a comunidade estiver presente na escola, na programação, na execução e na avaliação das atividades; em encontros culturais, artísticos e recreativos, principalmente, nos fins de semana; em discussões acerca dos problemas comunitários e no encaminhamento das soluções.

V – RELACIONAMENTO DE PROFESSORES E ALUNOS

Muitas vezes, os professores são preparados para trabalhar com alunos abstratos, idealizados, que não existem na realidade. Logo ao iniciar seu trabalho, o professor percebe que seus alunos não formam uma turma homogênea, mas apresentam muitas diferenças entre si. Verifica, também, que não basta ensinar para que os alunos aprendam, muito menos quando este ensino é feito de forma a despejar conhecimento sobre os alunos, para que estes os devolvam nas provas. Desse modo, ele passa a perceber que o ensino é mais eficiente, quando leva e consideração as diferenças entre os alunos – de interesses, de aspirações, de hábitos de trabalho, etc. – e quando parte da realidade sócio-econômica vivida por eles, embora não se limite a ela.

O professor comprometido, como pastor, é aquele que está sempre mais próximo do aluno. A vara na mão do pastor, na realidade bíblica, servia para conduzir a ovelha no caminho certo e defendê-la dos ataques dos outros animais.O cajado era utilizado para tirar a ovelha que caísse em algum precipício. Na perspectiva que temos falado até agora, o professor também tem em suas mãos a vara e o cajado. Assim, ele dirige o aluno com a vara do ensino, da orientação para a vida e dos alertas e, com o cajado, ele se dispõe a dar ânimo ao aluno derrotado, acolher o aluno abandonado e a oferecer segurança ao aluno mal amado. Hoje, ao professor, Deus diz o que disse a Moisés: “Faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer” – Êxodo 18:20.

Com esta visão, o professor tem um princípio e uma convicção que nunca deve abandoná-lo: o princípio e a convicção de que ele vai trabalhar com pessoas humanas e vai tentar contribuir para o crescimento e o desenvolvimento dessas pessoas.

Quando Deus criou o mundo, a cada coisa que criava, dizia: é bom. Mas, quando ele criou o homem, disse: é muito bom. O professor comprometido com a missão de professor, e não com o emprego de professor, tem a convicção de que é muito bom trabalhar o aluno gente. O professor precisa gostar de pessoas. Além de mestre, ele é um pouco pai, um pouco mãe. Ele gera filhos no saber.

Acreditamos ser este o aspecto fundamental do trabalho do professor: nunca esquecer que está lidando com seres humanos, cujo principal desejo é a sua realização, a sua felicidade, e fazer tudo o que esteja ao seu alcance, para que tal desejo possa concretizar-se.

Além do mais, os alunos não são inimigos ou adversários a que cumpre derrotar, submeter a todo custo, controlar a ferro e fogo. São ovelhas, às vezes, fragilizadas. São filhos com fome e com sede que lhes foram entregues por pais, às vezes, impotentes, filhos de pais desestruturados, filhos de pais que perderam valores. Professores e alunos são aliados necessitando trabalhar juntos, cooperativamente, na concretização de um objetivo comum: conhecer e transformar o mundo. Criar um mundo melhor, a partir do próprio mundo. A relação entre professor e aluno é uma relação de amor. “Amai-vos cordialmente, uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” – Romanos 12:10. Uma relação de amor e não de medo. Onde há amor, não há medo, ”antes, o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo produz tormento” – 1 João 4:18. Uma relação de amigos, pelo que Deus diz: “Em todo o tempo ama o amigo e na tribulação nasce um irmão” – Provérbios 17:17.

Mas, eu quero dizer: o referencial do mundo melhor é buscado em Deus, que tudo fez e que “tem planos de paz que nos dá uma esperança e um futuro” – Jeremias 29:11. Toda busca do homem no próprio homem para um mundo melhor tem falhado, porque o coração do homem é enganoso, e como, também, lemos em Provérbios 27:26: “aquele que confia no seu coração é insensato”.

VI – CONTEÚDOS, MÉTODOS E RECUROS

Os conteúdos escolares não podem continuar sendo transmitidos como estranhos, distantes da realidade; nem como algo morto, estático, que favorece a aceitação passiva. Para que sejam atingidos os objetivos educacionais é importante que os conteúdos sejam vistos como vivos, dinâmicos e, mais do que isso, sejam redescobertos e reconstruídos pelos próprios alunos que, assim, sentir-se-ão sujeitos da própria educação e estarão aprendendo a redescobrir e reconstruir a realidade e o mundo em que vivem. Além do mais, o professor precisa crer no que ensina. Que ele, com segurança, possa dizer: “Cri, por isso falei” – 2 Coríntios 4:13. E os alunos sejam convencidos a dizerem: “Também nós cremos”.

Se assim forem encarados e tratados, os conteúdos escolares deixarão de ser considerados chatos, sem sentido e sem utilidade, para tornarem-se atraentes e úteis, na medida que vêm satisfazer a curiosidade dos estudantes e seu estudo traz-lhes prazer. Na medida em que a cada aula, o aluno seja surpreendido por coisas novas para sua mente e para o seu coração.

Conteúdos apresentados dessa forma exigem a mudança dos métodos de ensino. O aluno não pode continuar sendo paciente do processo, mas deve transformar-se em agente. Portanto, cabe substituir os métodos em que o aluno apenas ouve, apenas copia, apenas repete. Em seu lugar é preciso utilizar os métodos ativos, que levam o aluno a questionar, a procurar respostas para problemas, a ser estimulado a oferecer soluções para situações concretas, vividas no dia-a-dia.

Além de ativos, os métodos escolares precisam conduzir à melhoria da convivência social, para que a solidariedade substitua a violência e a guerra, para que todos tenham uma vida digna. Para tanto, nada melhor do que os métodos de trabalho coletivo, de trabalho em grupo, nos quais a competição e o individualismo são substituídos pela cooperação e pela solidariedade.

A violência é real. O salmista diz: “A cidade está vestindo-se de violência” – Salmo 73:6. Também, na escola. Nesses dias a televisão dava notícia de agressões de alunos a professores, seguidas de ameaças. Na carta aos romanos, Paulo descreve uma realidade que é a nossa. “Não há justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente. Veneno de víbora está debaixo de seus lábios. A sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue; nos seus caminhos há destruição e miséria, e não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos” – Romanos 3:10-18.

E no livro do profeta Oseias, o Senhor diz: “O meu povo é destruído porque lhe falta conhecimento” – Oseias 4:6.

A sociedade tem buscado soluções para a violência. Mas, eu quero dizer uma coisa: Toda solução fora de Deus está fadada ao fracasso, a ser inútil. Somente em Jesus “autor e consumador de nossa fé” – Hebreus 12:2 – e de todas as coisas, há resposta contra a violência. Nenhuma ciência e tecnologia, nenhum messias humano e profeta deste mundo, nenhuma religião é capaz de gerar paz. Nenhuma educação, que encosta Deus, forma homens de caráter e de paz. Jesus no evangelho diz: “Sem mim nada podeis fazer” – João 15:5. Felizmente, muitas escolas em Uberlândia, têm aberto suas portas para que Jesus seja anunciado aos alunos. E mudanças já começam a acontecer.

Não estamos falando de religião. Religião é um mal. Religião gera rituais frios ou rituais shows, gera idolatrias, gera hipocrisias. Religião não transforma ninguém. Estamos falando de um encontro pessoal com um Deus vivo que dá a paz que o mundo não pode dar – João 14:27. De um Jesus que é o “único caminho, a única verdade e a única vida” – João 14:6.

VII – POR UMA NOVA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A democratização da escola, a integração escola-comunidade, um novo e mais humano relacionamento entre professores e alunos, e conteúdos, métodos e recursos mais apropriados só poderão tornar-se realidade na medida em que os poderes públicos, os educadores e os alunos e os diversos segmentos sociais passarem a adotar efetivamente uma nova filosofia da educação. Para tanto descrevemos apenas quatro pontos que consideramos fundamentais.

Não basta que a educação seja uma prática social. É necessário que alcance na organização a prioridade que ainda não tem. A educação, como prática que capacita o indivíduo a viver de forma autônoma e madura na sociedade, convivendo de igual para igual com seus semelhantes, precisa deixar de ser tratada como um serviço de segunda categoria, de importância subalterna, para tornar-se um setor prioritário, pois da seriedade com que for tratado e dos recursos que dispuser dependerá, em grande parte, a superação dos graves desafios enfrentados pelo nosso país.

Embora seja uma prática social que visa enquadrar o indivíduo na chamada “sociedade adulta”, não podemos atribuir à educação um papel de simples moderadora da personalidade da criança e do jovem, e em função de uma acomodação passiva e submissa à ordem vigente. Muito mais do que isso, o objetivo fundamental é proporcionar aos educandos a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades. Se é verdade que tal desenvolvimento deve levar à preparação para o trabalho, é também verdade que deve propiciar a preparação para o exercício consciente da cidadania e a auto-realização. Portanto, não se trata de modelagem, de produção em série de seres submissos e passivos; trata-se, isto sim, de ajudar o estudante a tomar consciência da realidade em que vive, para que nela atue de forma a transformá-la.

Um aspecto muitas vezes esquecido é o ponto de vista do aluno acerca da escola.O aluno vai à escola por obrigação ou por prazer? Não acreditamos que a escola deva ser tão desagradável que só através da obrigação e da força consiga manter os estudantes dentro dos seus muros. Pelo contrário, na medida em que o desejo de aprender e a curiosidade são naturais e universais nos seres humanos, e na medida em que a escola procura satisfazer esse desejo e essa curiosidade, acreditamos que nela os alunos encontrem uma fonte de prazer, de satisfação, de realização pessoal. Cabe, então, aos poderes públicos, aos educadores, aos alunos e à própria comunidade refletir sobre a situação e procurar seguir sempre mais os caminhos que fazem da escola um lugar de prazer e alegria para todos.

A educação, sendo uma prática social, não pode restringir-se a ser puramente livresca, teórica, sem compromisso com a realidade local e com o mundo em que vivemos. Sem compromisso com o aluno que é espírito, alma e corpo. O conhecimento é tanto mais eficiente quanto se fizer na prática e levar a uma prática coerente e consciente. À educação cabe, por isso mesmo, assumir um compromisso claro e confirmado, continuamente, na prática da sala de aula, no sentido de um esforço constante que contribua para a eliminação da miséria e da fome e para construção de uma sociedade mais justa.

Finalmente, toda esta nova filosofia será vã, se Deus não fizer parte da vida do educador. O livro de Provérbios faz um alerta: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte” – Provérbios 14:12. Em outro lugar, a Palavra de Deus diz: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” – Colossenses: 2:8. Portanto, amados, “buscai o Senhor enquanto se pode achar” – Isaías 55:6, “porque bom é o Senhor para a alma que o busca” - Lamentações 3:25; porque “quem o acha, acha a vida” – Salmo 8:35; e “é o galardoador dos que o buscam” – Hebreus 11:6. E porque “todos os caminhos do Senhor são amorosos” – Salmo 25:10. Não tenham medo de Deus na sua vida. Foi ele que fez você. Ele ama você. Ele quer estar com você. É ele quem vai lhe instruir e ensinar para saber qual o caminho a seguir – Salmo 32:8. Não tenham medo de anunciar o amor de Deus na sua escola. Seus alunos estão com fome e de Deus.

CONCLUSÃO

Nesta noite de festa, o Senhor fala a você: “Levanta-te, agora... Ninguém te poderá resistir, todos os dias de tua vida... serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. Esforça-te, e tem bom ânimo... Tão somente esforça-te, e sê muito corajoso... Não te mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo. Não pasmes, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo por onde quer que andares” – Josué 1:2.5-7.9

Por: Pr Euler P. Campos

22/06/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário