11/06/2010

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA BOA CONVIVÊNCIA CONJUGAL

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA BOA CONVIVÊNCIA CONJUGAL
Obs.: As citações bíblicas são tiradas da Bíblia Viva

Um escritor – Guido Mantega – no livro “Sexo e Poder”, escreveu: “Antes de morder a maçã do pecado, o homem vivia no paraíso e desfrutava dos favores divinos. Bastava esticar o braço para alcançar as frutas maduras ou apanhar tudo o que precisasse para se saciar. Mas foi só o Criador virar as costas, para o volúvel mortal botar as manguinhas de fora e abocanhar o fruto proibido. Assim, perdeu as mordomias celestiais e foi condenado a pegar no batente para sobreviver, perseguido pelos desejos pecaminosos que reprime até hoje”

Um dos grandes fatores causadores de contínuas “encrencas” na relação marido e mulher é o desconhecimento ou o desprezo aos princípios de Deus para os chamados a serem esposos e esposas. Com esta reflexão, queremos nos lembrar destas “regras de convivência conjugal” que Deus nos mostra desde o Gênesis 2.18-24. Iniciamos com o que o Senhor dita para nós, os maridos. São princípios. E princípios não se vende. Ainda mais porque são princípios que vêm do coração de Deus.

I - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA O MARIDO

Primeiro Princípio - O MARIDO é o DIRIGENTE de sua casa - Em Efésios 5.23, está escrito: “Vocês, esposas, devem ser submissas à liderança de seus maridos, do mesmo modo como se submetem ao Senhor. Porque o marido toma conta da esposa...

Submissão não é um conceito de inferioridade ou um conceito de “fala quem pode, obedece quem tem juízo”. Mas implica, por parte da mulher, que ela incorpore a missão de ajudar o marido na missão dele. E, por parte do marido, que ele assuma o governo da casa. O MARIDO GOVERNA. A MULHER EDIFICA. Sem governo, a edificação fica comprometida. Sem edificação o governo pode ser inviabilizado. A comparação que Efésios faz do governo do marido igual ao de Cristo faz da missão do marido uma responsabilidade nada fácil. Mas ele é o DIRIGENTE. Para isso Deus o capacita.

Como DIRIGENTE, ele tem a palavra final nas decisões difíceis. Para isso ele tem a mulher ao seu lado. E não atrás, como “mulçumana”. Nem na frente como “Jezabel”. Ela foi tirada do lado do homem e não da cabeça ou dos pés. O que implica que TODA DECISÃO VEM DO ACORDO ENTRE ELES.

Segundo Princípio – O MARIDO é o PASTOR da casa, segundo o modelo do salmo 23. O salmo 23 traduz também - e muito bem - a função do marido, como PASTOR. Aquele que provê o corpo e o espírito. Não deixando que nada falte. Que guia. Que exorta, com a vara. Que anima com o cajado. Que põe a mesa do partir do mão. Que com a mão da misericórdia e da bondade está sempre presente no caminhar do dia de sua esposa e filhos. Que sente prazer em se entregar pela casa. É ele o referencial para a mulher e para os filhos.

Terceiro Princípio – O MARIDO é TODO DA ESPOSA. Cabe ao marido oferecer à esposa um amor limpo de perturbações, de traumas, de adultérios, de imoralidades, mas sem medo de viver a SEXUALIDADE descrita em Cantares. O que chamamos de “amor eros”. Ser todo da esposa, para que a esposa seja toda dele. Não ter medo de ser erótico com a esposa. O que vamos ver, mais na frente.

Quarto Princípio – O MARIDO é CORAÇÃO E HONRA PARA A ESPOSA. Cabe ao marido cobrir a sua esposa de elegância e afabilidade. De carinho. De compreensão. De respeito E de paciência. Sua relação com a esposa deve se caracterizar pela AFETIVIDADE. Isto tem o nome de “amor ágape”. Colossenses 3.19, diz: “E vocês, maridos, devem ser amorosos e bondosos com suas esposas, e não tratá-las com amargura nem aspereza”. E não com má-vontade e rabugice. Pedro, o apóstolo, instrui a cada marido a tratar a sua esposa com dignidade - I Pedro 3.7. Ou seja, uma relação sem contenda. Uma relação onde as “cargas” são divididas.

Cabe ao marido exercer a sabedoria em tudo que concerne às coisas da vida da casa. Quanto depender dele, por onde quer que vá, carrega a esposa consigo. O chamado da esposa é para ser “auxiliadora” competente do marido, e não sua “empregada” eficiente e barata. Ela não é uma simples “parideira” e “arrumadeira” ou uma “diarista”. Mas é, também, e, muito mais, UMA CONSELHEIRA. Eu creio que ela não aprecia muito o título de “dona de casa”. Mas prefere o título de companheira do marido em sua missão. Leiam e entendam o que está em I Pedro 3.7.

Quinto Princípio - O MARIDO é COMPANHEIRO DA ESPOSA. Cabe ao marido ser COMPANHEIRO. Exercitar o que chamamos de “amor fileo”. Isto significa ser amigo, parceiro e apoiador. Significa: Entrosamento físico. Emocional. Profissional. Ministerial. Financeiro. E, acima de tudo, entrosamento espiritual. Esta “competência” pode ser entendida também na leitura de 1 Pedro 3:7.

II – PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA ESPOSA

PRIMEIRO PRINCÍPIO - A ESPOSA RECONHECE O MARIDO COMO DIRIGENTE. É assim que a Palavra de Deus inicia seu discurso sobre os deveres da esposa. Está em Efésios 5:22: “Vocês, esposas, devem ser submissas à liderança de seus maridos, do mesmo modo como se submetem ao Senhor”. Em Colossenses 3:17ss: “E tudo quanto fizerem ou disserem, seja como se vocês fossem representantes do Senhor Jesus, e vão com Ele á presença de Deus o Pai para dar-Lhe graças. Vocês, esposas, submetam-se aos seus maridos, porque isso foi o que o Senhor planejou para vocês”. E em 1 Pedro 3:1: “Esposas, acomodem-se aos planos de seus maridos; porque assim, se eles se recusarem a prestar atenção quando vocês lhes falarem a respeito do Senhor, serão ganhos pelo comportamento respeitoso e puro de vocês; a vida piedosa de vocês lhes falará melhor do que quaisquer palavras”.

A palavra que aparece nos textos citados é “submissa”. Esta declaração bíblica gera, em um primeiro momento, desconforto à mulher, porque ela é estimulada a ser independente, no falar e nas decisões. Algumas chegam a acusar a Deus de “machista”. Mas, se se começa a compreender o que Senhor quer dizer, quando continuamos a leitura nos versos 25 e no 27, aí entendemos que, do homem, Deus exige que ele se empenhe em “apresentar a sua esposa gloriosa sem uma única mancha, ou ruga, ou qualquer outro defeito, mas sim, santa e sem nenhuma imperfeição” – v. 27. Ao homem é dada a obrigação de manter uma mulher virtuosa, feliz, saudável, bonita, cuidada. Espero que isto sirva para acalmar a “rebeldia” da mulher!...

Todavia, há que se perguntar: o que é submissão? Submissa, aqui, será, porventura, a mulher sem vontade, sem possibilidade de expressar seus desejos? Quando, no verdadeiro sentido – o sentido bíblico – é a mulher submissa ao seu próprio marido?

Em primeiro lugar, quando ela reconhece o marido como o DIRIGENTE – o cabeça. Portanto, submissão, antes de ser um comportamento, é UMA ATITUDE. Sem essa compreensão íntima, toda tentativa da mulher de agir com submissão cai num comportamentalismo patológico, que conduz a uma vida estressante, um relacionamento sufocante e servil, um compromisso meramente exterior.

Em segundo lugar, a mulher é submissa ao seu marido, quando ela ASSUME O SEU PAPEL DE SUB-MISSÃO, ou seja, missão de base, missão de apoio, de alicerce. A idéia de Deus para a mulher é, assim, expressa em Gênesis: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja... idônea”. Aí está o “ministério de submissão” da mulher. Quando o marido consegue enxergar esse ministério de apoio criado por Deus para ele, a submissão deixa de ser algo apavorante, fantasmagórico, a tranca que faz silenciar as discussões desagradáveis em família, para significar a ponte de comunicação, centro de apoio, o fiel da balança.

SEGUNDO PRINCÍPIO – A ESPOSA É CORAÇÃO E HONRA SEU MARIDO. Paulo escreve em Efésios 5:33: “Portanto, eu torno a dizer; um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio; e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o marido - obedecendo, elogiando-o e honrando-o”. Isto nos parece óbvio, mas a clareza dessa afirmação não nos tem sido tão clara assim nas afirmações e reconhecimentos diários de muitas famílias. Honrar é atentar-se no cuidado do marido e da família, não como serva, mas como mulher de Deus, que tem poder nas suas palavras e coração de carne – veja 1 João 4:19-21 e João 13:35. Respeito no trato, no comportamento. Mulheres há que se referem a seus maridos como se esses fossem autênticos palhaços... Seja ele bom ou mau, melhor ou pior, ele é seu marido. É quem participar de sua intimidade. É aquele que lhe dá filhos. É aquele a quem, um dia, você sonhou entregar seu corpo, sua alma, seu espírito, a mente, a vida. Respeite-o, porque, ao respeitá-lo, você se respeita a si mesma.

Honrar é andar em acordo com o marido no governo da casa, na educação dos filhos, na elaboração e execução de projetos.

TERCEIRO PRINCÍPIO - A ESPOSAÉ COMPANHEIRA DO MARIDO. “Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos” - Tito 2:3-4. Isto, também, nos parece óbvio. Paulo se refere ao amor entrega, doação, aquele que extrapola ao romântico. Lembre-se que, na Bíblia, amor desemboca inevitavelmente em gestos concretos, não em meras confissões, que se exteriorizam da boca para fora. Como auxiliadora, ela está pronta a apoiar, exortar e confortar. Confira em Gênesis 2:18 e Provérbios 31:10-12.

A mulher colocada ao lado do homem tem o ministério de “ajudadora idônea” para ajudar o seu homem” a se aperfeiçoar no seu caráter e se tornar o seu pastor e o pastor de seus filhos. Ser companheira sempre bem arrumada e pronta a acompanhar o marido e satisfazê-lo em suas necessidades. Isto você pode conferir em 1 Coríntios 7:3-5, Cantares 2:16 e 1 Pedro 3:4-6.

Na compreensão de COMPANHEIRA, a esposa é aquela que edifica sua casa. Já dissemos, antes, que o GOVERNO do marido só é possível se a esposa se empenhar na EDIFICAÇÃO da casa. Veja o que diz Paulo a Tito 2:2-5: Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos e a serem sensatas e ter a mente pura, gastando o tempo em seus próprios lares, sendo bondosas e obedientes ao marido, de maneira tal que a fé cristã não possa ser criticada por aqueles que as conhecem”.

Existem outros textos que aumentam a nossa compreensão desse assunto. Provérbios 31:11 atesta a honestidade da mulher na... moral. Ela é honesta no nível moral dos seus relacionamentos. Provérbios 31:26 nos fala da sensatez da mulher no ensino: “Quando ensina seus filhos, ela mostra sabedoria, ensinando e corrigindo com amor”.

QUARTO PRINCÍPIO – A MULHER É ADMINISTRADORA DE SUA CASA. Leia de novo o texto de Tito 2:2-5 citado acima. Isso não quer, necessariamente, dizer que ela deva ser uma “expert” na decoração, ou assinante da revista “Casa e Jardim”. Provérbios 31 apresenta-nos o perfil da mulher no contexto mais amplo das Escrituras sagradas. Isso posto, resta-nos dizer, sem demagogia, que o trabalho de uma mulher em casa deveria merecer o “Nobel da Família”, ou alguma coisa parecida, pois é algo muito sério ocupar-se num trabalho que não tem compensação, não aparece aos olhos.

Todavia, ADMINISTRAR A CASA é um princípio que vai além do que lavar e varrer a casa, cozinhar, lavar panelas, lavar e passar roupa, etc. Mas, sim, exercitar o papel de administradora dos bens e dos valores de seu lar. “Ela compra os tecidos e faz as roupas da família. Sem se cansar, ela anda à procura da melhor comida para sua família, procurando sempre o preço mais barato. Antes de o sol raiar ela já está de pé, preparando a primeira refeição da família e planejando o serviço de suas empregadas. Ela sabe negociar! Compra um terreno e planta uma horta, com o dinheiro que ganhou com seu trabalho. Ela está sempre disposta e não foge do trabalho pesado.” – Provérbios 31:13-17. Exercitar a criatividade, disponibilizando os dons que Deus lhe deu para estabelecer um clima de equilíbrio, de harmonia e de novidades de vida – “O Espírito Santo manifesta o poder de Deus através de cada um de nós como um meio de ajudar a toda a igreja.” - 1 Coríntios 12:7; “Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos, e a serem sensatas e ter a mente pura, gastando o tempo em seus próprios lares, sendo bondosas e obedientes ao marido, de maneira tal que a fé cristã não possa ser criticada por aqueles que as conhecem” - Tito 2:3-5. Aprender a discernir os fatos do casamento, para usar da sabedoria que vem do alto frente a atitudes a serem tomadas, “com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” - Efésios 6:18; e “Permaneçam sempre em oração” – 1 Tessalonicenses 5:17.

Apesar de, nesta época de intenso progresso, mentalidades tacanhas confirmarem a mulher a “aquecerem a barriga no fogão e resfriá-la no tanque”, Provérbios 31:16-17 no fala de uma mulher que tem iniciativas próprias. A autêntica mulher do século 21! Nada de lerda, indolente, apática, que não se mexe, não faz nada.

QUINTO PRINCÍPIO – A ESPOSA CUIDA DE SUA BELEZA. Há mulheres que se cuidam de cumprir a sugestão de Pedro em sua primeira carta, capítulo 3, versos 2-4 que diz: “Não se preocupem com a beleza exterior que depende de jóias, ou de roupas bonitas, ou de penteados. Sejam belas interiormente, em seus corações, com o encanto duradouro de um espírito amável e manso, que é tão precioso para Deus”. E nesta de não entendimento do que a Palavra de Deus diz, algumas mulheres andam mansas, esquálidas, caipiras, desgrenhadas, envelhecidas, enrugas, desajeitadas, antiquadas, insípidas, sem cheiro, sem brilho. Como um homem pode sentir gozo em ficar perto de uma mulher desse jeito!

É claro que as esposas devem entender que a sua maior beleza vem do coração. Não há dúvida que o que importa, nas mulheres, é uma disposição mansa – uma submissão amável – e quieta – sem agitação e sem indelicadeza. Mas cuidar do corpo faz bem à alma e ao espírito. O Espírito Santo de Deus quer morar em um corpo bem cuidado.

Há que se compreender que Pedro está falando de adornos berrantes, exagerados, que muitas vezes, não embelezam, mas são ridículos. Está falando de enfeites dispendiosos, caros. De enfeites que ressaltam mais a vaidade que a beleza da alma. Está falando de mulheres que se deixam dominar pela obsessão da moda. Daquelas mulheres que não querem ficar menos que as “socielaites”. Isso não significa que as mulheres – por serem cristã – devam descuidar da sua aparência exterior. O corpo da mulher, geralmente, é o que, primeira seduz o homem. Ele continua querendo ver sua mulher “bem torneada”, de corpo bem cuidado, perfumado, bem feminino. Se puder e não pesar no orçamento da casa, faça o “concerto” adequado do seu corpo. Mas, que isso não seja uma obsessão depressiva.

CONCLUSÃO

Há de se estar atento às mudanças contínuas das relações inter-pessoais, que podem envelhecer, revigorar-se, enfraquecer-se. Adoecer e morrer. O ato de casar-se corresponde ao nascimento da relação, cujo desenvolvimento pode trazer grandes descobertas de vida e graça, ou levar para caminhos de desgraças. Isto depende da forma como se enfrentam as circunstâncias, que atuam sobre a vida conjugal. A responsabilidade pela construção e cuidado dos relacionamentos depende de nossa criatividade, em amor.

É urgente que fiquemos atentos à direção de Deus para a vida conjugal. Caso contrário, a definição dos papéis de marido e de mulher será tirada dos parâmetros que a sociedade mostra e impõe. Ou seja, cobra-se do outro aquilo que a sociedade manda que cobremos. Mulheres que cobram dos homens o empenho das funções “femininas”. Na abertura de mercado para a mulher, esta se liberta do serviço de mulher, ou,então, os papéis se invertam. Como resultado, instala-se um jogo de poder instigado pelas “potências sociais”. Assim, a relação homem-mulher torna-se uma relação de dois seres empurrados e motivados por modelos que não são próprios de cada um.

Diante disso, o diálogo se faz necessário, para que o casal entre em acordo, não perca o foco de sua missão e se conduza de forma mais criativa, sem adotar modelos estranhos à vida conjugal. Este tipo de diálogo ajuda o entendimento sobre a visão de família, porque o casal aprende a refletir, organizar e reestruturara própria vida, que se torna uma escola viva para os filhos.

Euler Pompeu de Campos
Pastor do Ministério Sal da Terra12 - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA BOA CONVIVÊNCIA CONJUGAL
Obs.: As citações bíblicas são tiradas da Bíblia Viva

Um escritor – Guido Mantega – no livro “Sexo e Poder”, escreveu: “Antes de morder a maçã do pecado, o homem vivia no paraíso e desfrutava dos favores divinos. Bastava esticar o braço para alcançar as frutas maduras ou apanhar tudo o que precisasse para se saciar. Mas foi só o Criador virar as costas, para o volúvel mortal botar as manguinhas de fora e abocanhar o fruto proibido. Assim, perdeu as mordomias celestiais e foi condenado a pegar no batente para sobreviver, perseguido pelos desejos pecaminosos que reprime até hoje”

Um dos grandes fatores causadores de contínuas “encrencas” na relação marido e mulher é o desconhecimento ou o desprezo aos princípios de Deus para os chamados a serem esposos e esposas. Com esta reflexão, queremos nos lembrar destas “regras de convivência conjugal” que Deus nos mostra desde o Gênesis 2.18-24. Iniciamos com o que o Senhor dita para nós, os maridos. São princípios. E princípios não se vende. Ainda mais porque são princípios que vêm do coração de Deus.

I - PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA O MARIDO

Primeiro Princípio - O MARIDO é o DIRIGENTE de sua casa - Em Efésios 5.23, está escrito: “Vocês, esposas, devem ser submissas à liderança de seus maridos, do mesmo modo como se submetem ao Senhor. Porque o marido toma conta da esposa...

Submissão não é um conceito de inferioridade ou um conceito de “fala quem pode, obedece quem tem juízo”. Mas implica, por parte da mulher, que ela incorpore a missão de ajudar o marido na missão dele. E, por parte do marido, que ele assuma o governo da casa. O MARIDO GOVERNA. A MULHER EDIFICA. Sem governo, a edificação fica comprometida. Sem edificação o governo pode ser inviabilizado. A comparação que Efésios faz do governo do marido igual ao de Cristo faz da missão do marido uma responsabilidade nada fácil. Mas ele é o DIRIGENTE. Para isso Deus o capacita.

Como DIRIGENTE, ele tem a palavra final nas decisões difíceis. Para isso ele tem a mulher ao seu lado. E não atrás, como “mulçumana”. Nem na frente como “Jezabel”. Ela foi tirada do lado do homem e não da cabeça ou dos pés. O que implica que TODA DECISÃO VEM DO ACORDO ENTRE ELES.

Segundo Princípio – O MARIDO é o PASTOR da casa, segundo o modelo do salmo 23. O salmo 23 traduz também - e muito bem - a função do marido, como PASTOR. Aquele que provê o corpo e o espírito. Não deixando que nada falte. Que guia. Que exorta, com a vara. Que anima com o cajado. Que põe a mesa do partir do mão. Que com a mão da misericórdia e da bondade está sempre presente no caminhar do dia de sua esposa e filhos. Que sente prazer em se entregar pela casa. É ele o referencial para a mulher e para os filhos.

Terceiro Princípio – O MARIDO é TODO DA ESPOSA. Cabe ao marido oferecer à esposa um amor limpo de perturbações, de traumas, de adultérios, de imoralidades, mas sem medo de viver a SEXUALIDADE descrita em Cantares. O que chamamos de “amor eros”. Ser todo da esposa, para que a esposa seja toda dele. Não ter medo de ser erótico com a esposa. O que vamos ver, mais na frente.

Quarto Princípio – O MARIDO é CORAÇÃO E HONRA PARA A ESPOSA. Cabe ao marido cobrir a sua esposa de elegância e afabilidade. De carinho. De compreensão. De respeito E de paciência. Sua relação com a esposa deve se caracterizar pela AFETIVIDADE. Isto tem o nome de “amor ágape”. Colossenses 3.19, diz: “E vocês, maridos, devem ser amorosos e bondosos com suas esposas, e não tratá-las com amargura nem aspereza”. E não com má-vontade e rabugice. Pedro, o apóstolo, instrui a cada marido a tratar a sua esposa com dignidade - I Pedro 3.7. Ou seja, uma relação sem contenda. Uma relação onde as “cargas” são divididas.

Cabe ao marido exercer a sabedoria em tudo que concerne às coisas da vida da casa. Quanto depender dele, por onde quer que vá, carrega a esposa consigo. O chamado da esposa é para ser “auxiliadora” competente do marido, e não sua “empregada” eficiente e barata. Ela não é uma simples “parideira” e “arrumadeira” ou uma “diarista”. Mas é, também, e, muito mais, UMA CONSELHEIRA. Eu creio que ela não aprecia muito o título de “dona de casa”. Mas prefere o título de companheira do marido em sua missão. Leiam e entendam o que está em I Pedro 3.7.

Quinto Princípio - O MARIDO é COMPANHEIRO DA ESPOSA. Cabe ao marido ser COMPANHEIRO. Exercitar o que chamamos de “amor fileo”. Isto significa ser amigo, parceiro e apoiador. Significa: Entrosamento físico. Emocional. Profissional. Ministerial. Financeiro. E, acima de tudo, entrosamento espiritual. Esta “competência” pode ser entendida também na leitura de 1 Pedro 3:7.

II – PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA ESPOSA

PRIMEIRO PRINCÍPIO - A ESPOSA RECONHECE O MARIDO COMO DIRIGENTE. É assim que a Palavra de Deus inicia seu discurso sobre os deveres da esposa. Está em Efésios 5:22: “Vocês, esposas, devem ser submissas à liderança de seus maridos, do mesmo modo como se submetem ao Senhor”. Em Colossenses 3:17ss: “E tudo quanto fizerem ou disserem, seja como se vocês fossem representantes do Senhor Jesus, e vão com Ele á presença de Deus o Pai para dar-Lhe graças. Vocês, esposas, submetam-se aos seus maridos, porque isso foi o que o Senhor planejou para vocês”. E em 1 Pedro 3:1: “Esposas, acomodem-se aos planos de seus maridos; porque assim, se eles se recusarem a prestar atenção quando vocês lhes falarem a respeito do Senhor, serão ganhos pelo comportamento respeitoso e puro de vocês; a vida piedosa de vocês lhes falará melhor do que quaisquer palavras”.

A palavra que aparece nos textos citados é “submissa”. Esta declaração bíblica gera, em um primeiro momento, desconforto à mulher, porque ela é estimulada a ser independente, no falar e nas decisões. Algumas chegam a acusar a Deus de “machista”. Mas, se se começa a compreender o que Senhor quer dizer, quando continuamos a leitura nos versos 25 e no 27, aí entendemos que, do homem, Deus exige que ele se empenhe em “apresentar a sua esposa gloriosa sem uma única mancha, ou ruga, ou qualquer outro defeito, mas sim, santa e sem nenhuma imperfeição” – v. 27. Ao homem é dada a obrigação de manter uma mulher virtuosa, feliz, saudável, bonita, cuidada. Espero que isto sirva para acalmar a “rebeldia” da mulher!...

Todavia, há que se perguntar: o que é submissão? Submissa, aqui, será, porventura, a mulher sem vontade, sem possibilidade de expressar seus desejos? Quando, no verdadeiro sentido – o sentido bíblico – é a mulher submissa ao seu próprio marido?

Em primeiro lugar, quando ela reconhece o marido como o DIRIGENTE – o cabeça. Portanto, submissão, antes de ser um comportamento, é UMA ATITUDE. Sem essa compreensão íntima, toda tentativa da mulher de agir com submissão cai num comportamentalismo patológico, que conduz a uma vida estressante, um relacionamento sufocante e servil, um compromisso meramente exterior.

Em segundo lugar, a mulher é submissa ao seu marido, quando ela ASSUME O SEU PAPEL DE SUB-MISSÃO, ou seja, missão de base, missão de apoio, de alicerce. A idéia de Deus para a mulher é, assim, expressa em Gênesis: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja... idônea”. Aí está o “ministério de submissão” da mulher. Quando o marido consegue enxergar esse ministério de apoio criado por Deus para ele, a submissão deixa de ser algo apavorante, fantasmagórico, a tranca que faz silenciar as discussões desagradáveis em família, para significar a ponte de comunicação, centro de apoio, o fiel da balança.

SEGUNDO PRINCÍPIO – A ESPOSA É CORAÇÃO E HONRA SEU MARIDO. Paulo escreve em Efésios 5:33: “Portanto, eu torno a dizer; um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio; e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o marido - obedecendo, elogiando-o e honrando-o”. Isto nos parece óbvio, mas a clareza dessa afirmação não nos tem sido tão clara assim nas afirmações e reconhecimentos diários de muitas famílias. Honrar é atentar-se no cuidado do marido e da família, não como serva, mas como mulher de Deus, que tem poder nas suas palavras e coração de carne – veja 1 João 4:19-21 e João 13:35. Respeito no trato, no comportamento. Mulheres há que se referem a seus maridos como se esses fossem autênticos palhaços... Seja ele bom ou mau, melhor ou pior, ele é seu marido. É quem participar de sua intimidade. É aquele que lhe dá filhos. É aquele a quem, um dia, você sonhou entregar seu corpo, sua alma, seu espírito, a mente, a vida. Respeite-o, porque, ao respeitá-lo, você se respeita a si mesma.

Honrar é andar em acordo com o marido no governo da casa, na educação dos filhos, na elaboração e execução de projetos.

TERCEIRO PRINCÍPIO - A ESPOSAÉ COMPANHEIRA DO MARIDO. “Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos” - Tito 2:3-4. Isto, também, nos parece óbvio. Paulo se refere ao amor entrega, doação, aquele que extrapola ao romântico. Lembre-se que, na Bíblia, amor desemboca inevitavelmente em gestos concretos, não em meras confissões, que se exteriorizam da boca para fora. Como auxiliadora, ela está pronta a apoiar, exortar e confortar. Confira em Gênesis 2:18 e Provérbios 31:10-12.

A mulher colocada ao lado do homem tem o ministério de “ajudadora idônea” para ajudar o seu homem” a se aperfeiçoar no seu caráter e se tornar o seu pastor e o pastor de seus filhos. Ser companheira sempre bem arrumada e pronta a acompanhar o marido e satisfazê-lo em suas necessidades. Isto você pode conferir em 1 Coríntios 7:3-5, Cantares 2:16 e 1 Pedro 3:4-6.

Na compreensão de COMPANHEIRA, a esposa é aquela que edifica sua casa. Já dissemos, antes, que o GOVERNO do marido só é possível se a esposa se empenhar na EDIFICAÇÃO da casa. Veja o que diz Paulo a Tito 2:2-5: Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos e a serem sensatas e ter a mente pura, gastando o tempo em seus próprios lares, sendo bondosas e obedientes ao marido, de maneira tal que a fé cristã não possa ser criticada por aqueles que as conhecem”.

Existem outros textos que aumentam a nossa compreensão desse assunto. Provérbios 31:11 atesta a honestidade da mulher na... moral. Ela é honesta no nível moral dos seus relacionamentos. Provérbios 31:26 nos fala da sensatez da mulher no ensino: “Quando ensina seus filhos, ela mostra sabedoria, ensinando e corrigindo com amor”.

QUARTO PRINCÍPIO – A MULHER É ADMINISTRADORA DE SUA CASA. Leia de novo o texto de Tito 2:2-5 citado acima. Isso não quer, necessariamente, dizer que ela deva ser uma “expert” na decoração, ou assinante da revista “Casa e Jardim”. Provérbios 31 apresenta-nos o perfil da mulher no contexto mais amplo das Escrituras sagradas. Isso posto, resta-nos dizer, sem demagogia, que o trabalho de uma mulher em casa deveria merecer o “Nobel da Família”, ou alguma coisa parecida, pois é algo muito sério ocupar-se num trabalho que não tem compensação, não aparece aos olhos.

Todavia, ADMINISTRAR A CASA é um princípio que vai além do que lavar e varrer a casa, cozinhar, lavar panelas, lavar e passar roupa, etc. Mas, sim, exercitar o papel de administradora dos bens e dos valores de seu lar. “Ela compra os tecidos e faz as roupas da família. Sem se cansar, ela anda à procura da melhor comida para sua família, procurando sempre o preço mais barato. Antes de o sol raiar ela já está de pé, preparando a primeira refeição da família e planejando o serviço de suas empregadas. Ela sabe negociar! Compra um terreno e planta uma horta, com o dinheiro que ganhou com seu trabalho. Ela está sempre disposta e não foge do trabalho pesado.” – Provérbios 31:13-17. Exercitar a criatividade, disponibilizando os dons que Deus lhe deu para estabelecer um clima de equilíbrio, de harmonia e de novidades de vida – “O Espírito Santo manifesta o poder de Deus através de cada um de nós como um meio de ajudar a toda a igreja.” - 1 Coríntios 12:7; “Ensine as mulheres mais idosas a serem calmas e atenciosas em tudo quanto fizerem. Não devem andar de um lado para outro falando mal dos outros e não devem beber demais, e sim ser mestras do bem. Estas mulheres mais idosas devem instruir as mulheres mais jovens a viverem sossegadamente, a amarem o marido e os filhos, e a serem sensatas e ter a mente pura, gastando o tempo em seus próprios lares, sendo bondosas e obedientes ao marido, de maneira tal que a fé cristã não possa ser criticada por aqueles que as conhecem” - Tito 2:3-5. Aprender a discernir os fatos do casamento, para usar da sabedoria que vem do alto frente a atitudes a serem tomadas, “com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” - Efésios 6:18; e “Permaneçam sempre em oração” – 1 Tessalonicenses 5:17.

Apesar de, nesta época de intenso progresso, mentalidades tacanhas confirmarem a mulher a “aquecerem a barriga no fogão e resfriá-la no tanque”, Provérbios 31:16-17 no fala de uma mulher que tem iniciativas próprias. A autêntica mulher do século 21! Nada de lerda, indolente, apática, que não se mexe, não faz nada.

QUINTO PRINCÍPIO – A ESPOSA CUIDA DE SUA BELEZA. Há mulheres que se cuidam de cumprir a sugestão de Pedro em sua primeira carta, capítulo 3, versos 2-4 que diz: “Não se preocupem com a beleza exterior que depende de jóias, ou de roupas bonitas, ou de penteados. Sejam belas interiormente, em seus corações, com o encanto duradouro de um espírito amável e manso, que é tão precioso para Deus”. E nesta de não entendimento do que a Palavra de Deus diz, algumas mulheres andam mansas, esquálidas, caipiras, desgrenhadas, envelhecidas, enrugas, desajeitadas, antiquadas, insípidas, sem cheiro, sem brilho. Como um homem pode sentir gozo em ficar perto de uma mulher desse jeito!

É claro que as esposas devem entender que a sua maior beleza vem do coração. Não há dúvida que o que importa, nas mulheres, é uma disposição mansa – uma submissão amável – e quieta – sem agitação e sem indelicadeza. Mas cuidar do corpo faz bem à alma e ao espírito. O Espírito Santo de Deus quer morar em um corpo bem cuidado.

Há que se compreender que Pedro está falando de adornos berrantes, exagerados, que muitas vezes, não embelezam, mas são ridículos. Está falando de enfeites dispendiosos, caros. De enfeites que ressaltam mais a vaidade que a beleza da alma. Está falando de mulheres que se deixam dominar pela obsessão da moda. Daquelas mulheres que não querem ficar menos que as “socielaites”. Isso não significa que as mulheres – por serem cristã – devam descuidar da sua aparência exterior. O corpo da mulher, geralmente, é o que, primeira seduz o homem. Ele continua querendo ver sua mulher “bem torneada”, de corpo bem cuidado, perfumado, bem feminino. Se puder e não pesar no orçamento da casa, faça o “concerto” adequado do seu corpo. Mas, que isso não seja uma obsessão depressiva.

CONCLUSÃO

Há de se estar atento às mudanças contínuas das relações inter-pessoais, que podem envelhecer, revigorar-se, enfraquecer-se. Adoecer e morrer. O ato de casar-se corresponde ao nascimento da relação, cujo desenvolvimento pode trazer grandes descobertas de vida e graça, ou levar para caminhos de desgraças. Isto depende da forma como se enfrentam as circunstâncias, que atuam sobre a vida conjugal. A responsabilidade pela construção e cuidado dos relacionamentos depende de nossa criatividade, em amor.

É urgente que fiquemos atentos à direção de Deus para a vida conjugal. Caso contrário, a definição dos papéis de marido e de mulher será tirada dos parâmetros que a sociedade mostra e impõe. Ou seja, cobra-se do outro aquilo que a sociedade manda que cobremos. Mulheres que cobram dos homens o empenho das funções “femininas”. Na abertura de mercado para a mulher, esta se liberta do serviço de mulher, ou,então, os papéis se invertam. Como resultado, instala-se um jogo de poder instigado pelas “potências sociais”. Assim, a relação homem-mulher torna-se uma relação de dois seres empurrados e motivados por modelos que não são próprios de cada um.

Diante disso, o diálogo se faz necessário, para que o casal entre em acordo, não perca o foco de sua missão e se conduza de forma mais criativa, sem adotar modelos estranhos à vida conjugal. Este tipo de diálogo ajuda o entendimento sobre a visão de família, porque o casal aprende a refletir, organizar e reestruturara própria vida, que se torna uma escola viva para os filhos.

Por: Pr Euler P. Campos

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