No fim do segundo ano da faculdade, a vida que Henry Cloud havia planejado começou a se dissolver em questões impossíveis de ser ignoradas sobre relacionamentos e futuro profissional. Esse período de luta pessoal o colocou num caminho de busca e descoberta em direção ao cerne da Bíblia – uma viagem que ele e John Towsand, seu colega, têm continuado desde esse momento.
Suas descobertas como Deus produz crescimento e transformação em nossa vida foram mais que uma surpresa. Na verdade, foram determinantes para modelar completamente a maneira de abordar o desafio do aconselhamento.
Em A Chave do Crescimento, os autores apresentam princípios atemporais de crescimento encontrados nas Escrituras com aplicações práticas, diferentes de tudo o que você já ouviu iu pensou. Mesmo que tudo esteja bem ou que você esteja passando por circunstâncias adversas, as idéias contidas neste livro são essenciais para seu progresso espiritual e emocional. Este livro mostra que todo crescimento é espiritual, e você pode experimentá-lo de um modo que jamais julgou possível.
Eu repasso para o amigo e amiga apenas um capítulo para que sintam o gosto e seja abençoado.
Henry e John Towsand são doutores em Psicologia Clínica pela Biola University. São autores de Limites, Limites no Casamento, Limites para ensinar aos filhos, Limites no namoro e Criando filhos vencedores, publicados pela Editora Vida. Residem com a família em Newport Beach, Califórnia, EUA
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Euler P Campos
MINHA INTRODUÇÃO: Há
um livro que considero precioso, de uma riqueza, que não se pode desprezar, para
quem busca alcançar a maturidade espiritual e emocional. Seu nome: “A CHAVE DO CRESCIMENTO – Princípio bíblicos
para alcançar a maturidade espiritual e emocional”. Seu autor: Henry Clouds
e John Townsend. E uma das seções deste
livro me chamou a atenção e que desejo compartilhar com os amigos. É o capítulo
que traz o título O “PLANO B” DE DEUS: AS PESSOAS e que começa com este pensamento:
“Para ser realmente bíblico e realmente eficaz, o processo de crescimento deve
incluir o Corpo de Cristo”. No correr da digitação, tentarei emitir algumas
opiniões para reforçar os pensamentos expressos pelo autor.Espero que um dia,
ao menos com o grupo “CASAIS EM TRATAMENTO” que reúne às terças-feiras possamos
ter um encontro com base neste texto.
Uma observação: alguns pensamentos do autor que, precisam ficar
gravados em nossa mente, eu os digitei em MAIÚSCULAS. É bom que eles sejam
lidos, no mínimo, duas vezes para ficarem firmes na mente e no coração. Abra os
olhos, os ouvidos e o coração e comece ler agora.
Quando estava passando pela minha própria
experiência de “chegar ao fundo do poço”, eu – Henry - saí para jantar com um
amigo cristão. Contei que estava deprimido e que estava muito decepcionado com
Deus. Tinha pedido a ajuda dele e não estava me sentindo melhor. Achava que
quando se ora, Deus faz a pessoa sentir-se melhor e eu ainda me sentia péssimo.
Tinha chegado à conclusão de que ele não estava me ajudando muito.
Meu amigo ouviu atentamente e disse que realmente
não sabia muito sobre isso, mas conhecia alguém que sabia. Ele me deu o telefone de Bill. Foi bom
conversar com ele, mas fiquei mal por ver que o único amigo cristão que eu
conhecia bem não sabia o que eu devia fazer para que Deus me ajudasse a sentir
melhor. Pensei: “será que Deus realmente faz as pessoas se sentirem melhor?”
Liguei para o número que meu amigo me deu.
Acontece que Bill estava fazendo seminário. Ele e sua esposa, Julie, tinham
muita experiência em ministrar para estudantes universitários.
Fui conhecê-los e nos entendemos bem. Senti-me
diferente ao lado deles. Eles me falaram sobre Deus. Queriam saber tudo a meu
respeito e a respeito de minha “fé” recém-descoberta. Contei-lhes sobre o
problema de minha mão, minha luta de jogar golfe sentindo dor por dois anos e
minha decisão de desistir de tudo. Depois contei que tinha pensado no que
queria fazer e realmente não tinha conseguido chegar a nenhuma conclusão. “Mas acho que não deveria estar me sentindo
desse jeito. Sinto que alguma coisa está errada”, disse.
Não vou contar tudo o que aconteceu porque é uma
longa história. A versão resumida é que esse casal realmente me acolheu. Eles
decidiram que queriam me “discipular”, um conceito do qual eu nunca tinha
ouvido falar. Eles acharam que eu precisava aprender mais sobre Deus, e como eu
estava sem horizonte algum, pensei: “por que não?” Decidi trancar a matrícula
da faculdade por um semestre, pensar sobe a vida, viver com Bill e Julie e “ser
discipulado”.
MINHA
OBSERVAÇÃO: Hoje, em nossas igrejas, faz-se apelos para
aceitar Jesus como único e suficiente Salvador, mas não se oferece ao “nascido
de novo” um programa de discipulado e, assim, continuamos com “nascidos de novo”
continuando crianças na fé e no entendimento das coisas de Deus.Observação:
entendo discipulado diferente de Escola Dominical. Discipulado implica a boa
vontade e a amizade de um mentor espiritual.Veja a baixo um modelo de mentor
espiritual.
Continua o autor: Aprendi muito sobre Deus. Bill era um ótimo
professor. Ele me deu acesso a todos os seus livros e me levou às suas aulas.
Ele me mostrou onde ficava a biblioteca do seminário, e eu me apaixonei pelo
estudo da teologia. Ele me ensinou sobre a doutrina e como interpretar a Bíblia
e tentava responder a todas as minhas perguntas.
Com o passar do tempo, senti que algo em mim
estava mudando. Não sei como colocar isso em palavras, mas era como se Deus
estivesse emergindo. Uma estrutura de entendimento sobre Deus começou a se
formar conforme eu estudava a Bíblia. A experiência com Deus começou a acontecer quando aprendi a dedicar
um tempo à oração [às vezes, horas],
tanto sozinho como com Bill e Julie. Algumas vezes, conseguia realmente sentir
que Deus estava na sala.
Enquanto Bill me ensinava sobre Deus, Julie
conversava comigo sobre minha vida. Quando me abri, descobri que havia muita
coisa dentro de mim que eu nunca tinha imaginado. O vazio que eu estava
sentindo não era vazio, mas tristeza e mágoa. Sabia que estava triste com a
perda do meu sonho de jogar golfe profissionalmente, mas descobri outras perdas
e feridas também. Julie estava lendo um material sobre aconselhamento que
falava sobre um “inventário” da alma e estudamos o material juntos. Com isso,
aprendi que eu tinha muita coisa que precisava ser tratada. Descobri que não
tinha apenas feridas, mas problemas com
perdão, tanto em relação a mim mesmo como em relação a pessoas contra às quais
eu guardava rancor. Tirei um grande peso dos ombros quando passei por esse
processo.
MINHA OBSERVAÇÃO: A atitude de Julie nos chama a atenção para o seguinte: para formar
alguém para a plenitude da vida espiritual não é suficiente o conhecimento
bíblico e teológico, mas também, sem exclusão, o tratamento da alma. Há muitos
“sábios” no meio evangélico que sofrem
de “câncer” psicológico, em parte, por resistência em procurar a cura. É
preciso que nos lembremos que, para o cristão, toda a vida em seus vários
aspectos espiritual, psíquico e físico é espiritual.
Ao mesmo tempo, Bill e Julie me encorajaram a
entrar para um pequeno grupo que examinou a minha vida. Aprendi coisas sobre mim mesmo e como me
relacionar com as pessoas. Os membros do grupo me ensinaram que eu era “emocionalmente
desapegado” e não permitia que as pessoas se aproximassem de mim. Eles me
mostraram que eu sabia muito pouco sobre amor e baseava grande parte de minha
vida no desempenho e nas realizações, e não me “apoiava na intimidade”. Eles
desafiaram todos os meus padrões de relacionamento.
Quando eu estava errado, eles me confrontavam. No
princípio me sentia mal e cheio de culpa, mas depois descobri a liberdade que
vem quando se é confrontado com amor. Descobri que as pessoas podiam me
disciplinar e, ao mesmo tempo, ficarem do meu lado, e não contra mim.
MINHA
OBSERVAÇÃO: Pequeno grupo, não importa o nome – é
importante. Mas sua validade só pode ser
medida se todos entendem que há o
compromisso com todos por um e de um por todos, no respeito, na
misericórdia e na verdade. Ou seja se, houver respeito, verdade e misericórdia
nos relacionamentos. E seu sentido perde a validade se o grupo se reúne,
apenas, por obediência ao pastor e para
cumprir um programa de estudos e se os problemas pessoais são “proibidos” de
serem compartilhados. É desgastante e perigoso um grupo de pessoas que têm a
mesma fé e a mesma graça mas vivem escondidos debaixo de máscaras.
Uma outra coisa aconteceu nessa mesma comunidade.
Bill e Julie e outros perceberam algo a meu respeito que eu não sabia. Eles
disseram que eu tinha um dom especial para compreender a Bíblia quando se
relaciona a questões de aconselhamento e eu tinha o dom de entender esses
assuntos. No que me dizia respeito, eu estava sentindo desejo cada vez maior de
estudar a Bíblia e aconselhamento. Esses dois caminhos, o externo e o interno,
se fundiram e, em pouco tempo, eu sabia que Deus estava me chamando para entrar
no campo do aconselhamento cristão.
MINHA
CHAMADA DE ATENÇÃO: Até aqui, o autor do livro em questão “A CHAVE
DO CRESCIMENTO”. Mas, a seguir, vem o
que mais nos interessa descobrir: DEUS USA AS PESSOAS PARA NOS CURAR. Vamos
continuar seguindo Henry Clouds.
Um dia, algum tempo depois de eu mesmo fazer
aconselhamento descobri que a minha depressão e a sensação de vazio tinham
desaparecido. Na verdade, eu me sentia bem em relação à vida e a mim mesmo. Ao
examinar meus sentimentos, descobri que eu estava feliz e desapontado ao mesmo
tempo. Deus tinha mudado a minha vida. Minha vida tinha dado uma volta de 180
graus. Mas Deus não tinha me curado quando busquei a cura. Ele não tinha me
transformado de maneira sobrenatural. Para mim, a transformação espiritual era
o Plano A de Deus. Conversei sobre essa decepção com as pessoas e todas me
disseram a mesma coisa: “Mas Deus usa as pessoas também”.
Odiava ouvir aquela frase. Queria que Deus
tocasse em minha depressão instantaneamente e me curasse. Mas ele usou as
pessoas para me ajudar. Cheguei a chamar isso de Plano B de Deus. Achava que,
quando Deus intervinha de maneira sobrenatural e curava, era o Plano A e que
essa era a verdadeira cura espiritual. Quando ele me usava para curar, era o
Plano B, que era “inferior”, mas eficaz. Assim, lá estava eu, agradecido e um
pouco desapontado com a minha nota B. Era bom, mas senti como se eu tivesse
ganhado um lugar nas arquibancadas, e não nas numeradas.
Então, um dia, fiz uma descoberta na Bíblia que
mudou a minha visão do Plano B: “Dele
todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce
e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a
sua função” - Efésios 4:16.
Mal podia acreditar. Li o versículo de novo. Além
de ser verdade que “Deus usa as pessoas também”, esse não era o Plano B nem um
plano inferior! De fato, as pessoas ajudarem outras pessoas era o Plano A! A Bíblia
dizia isso. E havia mais: não era apenas
as pessoas que estavam fazendo isso, mas o próprio Deus! Deus estava
operando diretamente por meio das pessoas quando elas me ajudaram. Então o
Plano B, afinal, era o Plano A original.
MINHA
OBSERVAÇÃO: É bom você ler de novo o último parágrafo. Todo
mundo conhece a fala de Deus de que “não é bom que o homem fique só”; mas deve
conhecer também que esta afirmação não se aplica apenas como a necessidade de
homem e mulher se casar e, sim, que ninguém será saudável se “ficar na sua” sem
relacionamentos com outros. Desgraçada [sem graça] é a pessoa não ter amigos e
não querer ter.
Queria que Deus me curasse, mas pensei que tinha
de me “conformar” por ele ter usado as pessoas para isso. Mas era Deus que estava fazendo isso por
meio das pessoas. Pode parecer simples, mas para mim a idéia era
transformadora. Ajudou-me a entender que Deus não estava distante e neutro,
apenas delegando coisas às pessoas. Ele não delegava
o processo às pessoas. Usava as
pessoas como seus uniformes. Ele veio para viver dentro das pessoas e, então,
realizou seus desejos e vontades por meio delas em um ministério chamado o
Corpo de Cristo. Jesus estava comigo o tempo todo, pois estava em todas aquelas pessoas que me
ajudaram. Deus estava usando as pessoas em seu Plano A:
A
Bíblia fala: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros,
administrando fielmente a graça de deus em suas múltiplas formas. Se alguém
fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com
a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado
mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém” - 1 Pedro 4:10-11.
Esperava que Deus me desse sua graça pela
transformação sobrenatural; ele me deu pelo seu povo. Esperava que ele falasse
comigo diretamente, ele falou por seu povo. Esperava que ele me desse uma
orientação na vida; ele era a força por trás da orientação que as pessoas me
deram. Esperava que ele curasse a minha depressão; ele enviou pessoas especiais
para me consolarem.
Percebi que o próprio Deus estava curando a minha
depressão por meio de meus amigos Bill, Julie e outros. Não me sentia mais como
se fizesse parte do Plano B. Tinha recebido o próprio Deus e a cura que ele
sempre tinha planejado me dar por meio de seu povo. Aprendi o que Paulo tinha
vivido com sua própria depressão, quando disse; “Deus, porém, que consola os abatidos, consolou-nos com a chegada
de Tito” - 2 Coríntios 7:6.
Quando entrei para o curso de pós-graduação e
estudei teologia, descobri que essa é a doutrina da igreja. Essa doutrina
sustenta que a igreja, com seu espírito imanente, é a verdadeira presença
física de Cristo na terra atualmente. É verdade que, quando dois ou mais se
reúnem, ele está presente - Mateus 18:20. É verdade que ele está dentro de cada
crente. É verdade que o corpo é o santuário de Deus - 1 Coríntios 3:16. No
Antigo Testamento, Deus vivia no santuário e no Santo dos Santos. Hoje, ele
vive nos templos de carne humana. Ele vive em nós e, onde quer que estejamos,
ele está. Que realidade maravilhosa!
LEIA
DE NOVO este último parágrafo e pense na sua igreja. É
nela que você pode encontrar a cura que procura. Se nada tiver acontecendo e
você se acha um anônimo, vá ao seu pastor e se abra com ele.
Essa descoberta, naquele momento da minha vida,
foi extremamente pessoal. Inspirou-me a uma grande ação de graças e a um
verdadeiro sentimento de que Deus cuida de mim e atua em minha vida. Mas eu não
fazia idéia da importância que esse fato exerceria posteriormente, na minha
vida profissional.
MINHA
CHAMADA DE ATENÇÃO: A cada tópico que o autor Henry escreve, a
gente vai enchendo o pensamento de novidades que estavam escondidas a nós. O
que estamos fazendo é tentando ruminar os fatos da experiência que ele - o
autor - experimentou. E vem agora um aprofundamento maior com a descrição DO
PAPEL QUE O CORPO EXERCE NO CRESCIMENTO. De agora pra frente, quando se falar
do Corpo, entenda-se a Igreja de Cristo que acontece toda vez que os cristãos
se reúnam, não importa o lugar: células, encontros, retiros. Senhor Henry pode falar.
Muitos anos depois, essa realidade se tornou
muito mais do que um testemunho pessoal de como Deus cura. Tornou-se uma base
para a compreensão de tudo o que fazemos como profissionais. Se você pretende
ajudar as pessoas a crescer, precisa entender
a necessidade do relacionamento para o crescimento. [Eu
tenho uma ficção na palavra RELACIONAMENTO como se ela fosse descoberta a cada
momento] Não raro, as pessoas na igreja que ensinam outras a crescer eliminam
o papel do CORPO. Na verdade, às vezes, ensinam a seus estudantes que eles não
precisam das pessoas, que Cristo sozinho é suficiente ou que a Palavra ou
oração é suficiente. Orientam as pessoas, de forma ativa e direta, a nunca depender
das pessoas, pois acham que isso é errado.
MINHA
OBSERVAÇÃO: estamos cheios de, ainda, hoje, crentes super-espirituais,
incluindo pastores, que desaconselham ou, mesmo, proíbem suas ovelhas e irmãos de consultarem terapeutas da alma ou
jogar os remédios fora. Isto, para mim, é falta de critério e ofensa a Deus que
está por trás de qualquer profissional que cuida e trata de sua criatura, o
homem. Não sabem esses “espirituais” que o resultado de qualquer obra e,
principalmente, obra de cura a Glória é de Deus?
Mas a Bíblia ensina que todas essas coisas, inclusive as pessoas,
fazem parte do processo. Então, em relação aos diferentes aspectos do
crescimento das pessoas, queremos deixar bem claro o papel do Corpo. Anos de
pesquisa e de experiência reforçam essa realidade bíblica: você precisa se relacionar para crescer.
O relacionamento com as pessoas faz parte da
ordem criada. [Eu digo: observe a preciosidade de afirmação!] A
independência do relacionamento é independência do próprio Deus, pois ele está presente
no Corpo; também é independência da forma como ele planejou o nosso
crescimento. Como Paulo disse em Efésios, “crescer
nele” significa que o Corpo realizará a sua função de auxiliar um ao outro -
Efésios 4:15-16.
Se você ajuda outras pessoas a crescer e descobre
uma área da vida na qual uma pessoa precisa de algo de Deus, pense em outras
pessoas como parte da solução. Procure os recursos disponíveis no Corpo para
suprir as necessidades dessa pessoa e ajudá-la a crescer.
MINHA
OBSERVAÇÃO: Todo aquele que é chamado pelo nome de filho de
Deus, independente de ministérios. ou não, tem a responsabilidade básica de
ajudar as pessoas, não importando a fé, a classe social e a cor, a crescer em
tudo. E será cobrado por isso.
Vejamos o papel que o Corpo de Cristo exerce no
crescimento das pessoas. Precisamos deixar claro que nossa intenção não é
apresentar uma teologia completa da igreja e descrever tudo que a igreja faz
para os indivíduos. Os livros de doutrina é que fazem isso. O que queremos
fazer é ressaltar os processos mais importantes que ocorrem dentro do Corpo
quando as pessoas entram no processo de crescimento. É importante saber o
seguinte: O crescimento bíblico foi criado para incluir outras pessoas como
instrumentos de Deus. Para ser realmente bíblico e realmente eficaz, o processo
de crescimento deve incluir o Corpo de Cristo. Sem o Corpo, o processo não é
nem totalmente bíblico nem ortodoxo.
MINHA
PERGUNTA: será que as igrejas têm consciência formada
desta responsabilidade e missão? Não será talvez por causa desta
irresponsabilidade que as igrejas estão ficando vazias e o número de crentes
sem igreja cresce?
Então, vejamos rapidamente alguns papeis que o
Corpo exerce. Se tínhamos tanta atenção na leitura até aqui, muito mais
precisamos agora. É uma questão de querermos entender.
Primeiro:
LIGAÇÃO AFETIVA.
MINHA
INTRODUÇÃO: A maioria dos problemas conjugais e familiares
e nas igrejas têm suas raízes na carência de afetos que se traduzem: ausência
paterna e materna, negação de abraços e beijos, não valorização das coisas e
dos fatos bons,, na falta de significância dos relacionamentos e outros. O
resultado é a sociedade e a família do crime. Filhos sujos, “mulambentos” e
fantasmas perambulando e jogados pelas ruas e o número de crentes nas penitenciárias.
Pessoas que não encontraram monitores amigos de suas vidas. Ausência de afetos
gera ausência de Deus.
A necessidade mais básica da vida das pessoas é a
ligação afetiva. As pessoas que se apegam a outras prosperam e crescem, e as
que não o fazem, murcham e morrem. [Leia, de novo, esta afirmação] É um
fato clinicamente comprovado, por exemplo, que desde a infância até a idade
adulta, a saúde depende dos contatos sociais que uma pessoa tem. Os bebês e as
pessoas idosas morrem por falta de afeto, e as pessoas em geral desenvolvem
alguma doença e depois não conseguem se recuperar.
No plano emocional, a ligação afetiva é um
elemento básico para a psique, o coração e o espírito. Quase todo problema
emocional ou psicológico, de uma compulsão à depressão, tem como uma de suas
principais causas o isolamento emocional. A recuperação desses problemas sempre
implica em ajudar a pessoa a se relacionar com os outros, de uma forma mais
profunda e saudável.
Ironicamente, um problema comum na comunidade
cristã são as pessoas darem muito mais atenção à religião do que à ligação
afetiva que a Bíblia prescreve e, conseqüentemente, seu estado piora. [Leia
de novo esta afirmação] Da mesma forma, as pessoas sentem-se distantes
de Deus porque não se ligaram ao seu Corpo. Paulo descreve o problema da
seguinte maneira: “Trata-se de alguém que
não está unido à cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por
seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus” - Colossenses 2:19.
O claro ensinamento do Novo testamento é que o
Corpo de Cristo deve ser formado por pessoas unidas por uma forte ligação
afetiva, que se ajudam e enchem os corações umas das outras. Quase todo dia
recebemos telefonemas e cartas de pessoas que contam sobre suas vitórias em
alguma área da sua vida porque se uniram a um grupo de um determinado lugar e
resolveram seus problemas. Como lidamos basicamente com cristãos e organizações
cristãs, as histórias de sucesso, em geral, são de crentes que há anos tentam
superar algum problema “sozinhos com Deus”.
MINHA
OBSERVAÇÃO: há um esforço de algumas igrejas quererem
resolver os atritos entre os membros e a indiferença provendo churrascos,
cafés, chás, passeios, etc. Estou convencido que essas iniciativas são boas
mas. perdem o sentido se não forem temperadas com um forte e sincero espírito
de amizade afetiva..
A autora de uma dessas cartas, Sandy, disse: “Há anos luto contra a depressão e a
incapacidade de ter bons relacionamentos. Orei, li a Bíblia e tentei todas as
coisas que achava que deveria fazer. Então, minha igreja criou um grupo que
usou seu livro. Mal pude acreditar no que aconteceu em minha vida quando
comecei a conversar abertamente com as
pessoas. Senti-me ligada, e agora tudo mudou. Não dá para dizer o quanto o
grupo foi importante. Sinto-me que estou ligada a Deus novamente”.
O que ela descobriu foi que, embora buscasse o
crescimento espiritual e a cura há algum tempo, nem todos os elementos do
crescimento funcionaram até que ela experimentou estar “unida por seus [do corpo] ligamentos
e juntas” e, então, alcançou o “crescimento
dado por Deus”. Pelo pequeno grupo ao qual ela se juntou, o Corpo realizou
sua função na vida dela.
Essa ligação atua também nas pessoas que estão se
recuperando de um vício ou de um comportamento compulsivo. Dificilmente, elas
se recuperam da dependência sem se unirem a um sistema de apoio. Algumas
abandonam seus comportamentos compulsivos, mas os padrões de relacionamento não
mudam e, com freqüência, elas têm uma recaída quando não fazem o trabalho em
grupo. O motivo é complexo, mas parte dele é que a própria alienação desses
indivíduos os leva ao vício. Paulo diz que essa “entrega à depravação” acontece por estarem “separados da vida de Deus” – Efésios 4:18-19.
Quando as pessoas perdem a ligação afetiva com os
outros e suas almas ficam carentes de relacionamento, a necessidade de amor se
transforma numa fome insaciável, que tentam suprir com outra coisa, que pode
ser: uma substância química, sexo, comida, compras ou jogo. Mas nada disso
satisfaz, porque a verdadeira necessidade é a ligação com Deus e com as
pessoas. Quando a encontram, o poder do vício desaparece. É por isso que muitas
pessoas no ministério encontram a solução para os seus vícios somente quando
entram para um grupo de apoio. Antes disso, elas vivem isoladas no ministério e
acham que precisam se esconder por causa de sua posição.
MINHA
OBSERVAÇÃO: os vários ministérios da igreja não podem e não devem ser somente
um serviço [significado da palavra “ministério”] de cobrança de resultados ou
para satisfazer uma necessidade da igreja. Mas, não devem esquecer de lado as
pessoas que os compõem, sendo para elas um grupo de apoio espiritual e
emocional em que podem confiar nos momentos de tribulações e confusões
pessoais. Caso contrário os ministérios se tornaram grupos de doentes e de
escândalos afetando toda a igreja.
Portanto, se você está no processo de crescimento
ou é responsável pelo crescimento de outros, encare a ligação afetiva como um
elemento básico para as pessoas crescerem. Elas crescem, antes de mais nada,
por meio da ligação com Deus, mas também por meio da ligação com as pessoas do
Corpo. E, como vimos, se não tiverem a última, não terão o que precisam da
primeira e perdem alguns da provisão de Deus.
Segundo:
DISCIPLINA E ESTRUTURA
MINHA
INTRODUÇÃO: Nosso autor - Henry Cloud – aproveitando o
testemunho de seu aconselhamento a um amigo – Jerry – vai, agora, nos dar uma
lição que desconhecemos ou não damos a mínima atenção. Grupos se criam no
intento de oportunizar tempo de recuperação e cura espirituais, conjugais e
emocionais-afetivas. Com o tempo, por falta de DISCIPLINA E DE COMPROMISSO o
grupo continua, simplesmente, como uma reunião que, aos poucos perde o sentido.
Pessoas que se reúnem por reunirem, desde que não aparece uma razão “mais
interessante”. Desejo muito que os CASAIS EM TRATAMENTO que estão se reunindo
conosco leiam, com muita atenção, este tópico. E, agora, Sr. Henry Could pode
continuar com sua mensagem.
- Eu só
preciso de mais autodisciplina – Jerry me disse – Sei que tenho todo o meu potencial para alcançar os meus objetivos, mas
parece que não consigo me determinar a fazer tudo que tenho de fazer.
- E
onde você vai conseguir essa “autodisciplina”? – Perguntei.
- O
que você quer dizer com “onde eu vou consegui-la”?
- Ora,
exatamente o que disse. Você não tem nenhuma autodisciplina. Se tivesse, teria
feito as coisas que não fez. Portanto, concordo que você precisa de
“autodisciplina”. Apenas gostaria de saber onde você irá consegui-la, porque
obviamente não a tem. E já que não a tem para dar a si mesmo, gostaria de saber
onde vai consegui-la.
- Vou
aprender a ser disciplinado.
- Você
não está entendendo. Se pudesse disciplinar a si mesmo, não precisaria de
autodisciplina. Você a teria. Mas não tem. Então, mais uma vez, pergunto: onde
você irá consegui-la.
Ele olhou para mim com uma expressão de quem
acabou de fazer uma descoberta, mas foi pego no pulo. Dava para ver que ele
tinha entendido. Suas chances de disciplinar a si mesmo eram nulas. Mais um dia
de ilusão, apenas o levaria a outro fracasso.
- Acho que não sei. Onde posso consegui-la? –mele perguntou timidamente.
Bem, não é difícil de adivinhar. Todo mundo
consegue da mesma forma. A autodisciplina é sempre fruto da “disciplina do
outro”. Algumas pessoas são disciplinadas por outras desde criança e, depois,
interiorizam a disciplina em seu caráter. Elas passam a possuí-la. Outras não
são disciplinadas no início da vida e só ganham autodisciplina quando aprendem
com os outros e a interiorizam e assimilam. Não é uma coisa do outro mundo,
apenas a maneira que Deus planejou para o nosso crescimento. Os outros nos
disciplinam e, então, nós aprendemos a fazer isso sozinho. É como todas as
outras coisas da vida: aprendemos o que recebemos dos outros, [como está escrito
em 1 Coríntios 4:7.
-
Como? Como posso ser disciplinado pelos outros?
-
Agora você fez a pergunta de um milhão de dólares e se entender a resposta e
fizer isso, terá a disciplina que está buscando.
Continuamos a conversar e analisarmos como esse
processo acontece exatamente. Jerry tinha de encontrar respaldo com um parceiro
responsabilizador, entrar para um grupo que lhe oferecesse tarefas específicas,
obter correção e uma análise sobre o cumprimento das tarefas, sofrer as
conseqüências quando não agisse corretamente, submeter-se à estrutura das
reuniões de grupo a qualquer custo, ligar para o seu amigo quando se sentisse
tentado a fraquejar e conseguir o apoio necessário para se sentir motivado,
superar seus medos e resistências e curar a dor que o levou à
irresponsabilidade entre outras coisas.
Com a estrutura de suas tarefas, as reuniões de
grupo, a submissão à estrutura, o respaldo do seu parceiro e uma análise sobre
tudo isso, Jerry começou a interiorizar o que sua alma nunca teve: disciplina.
Finalmente, ele a adquiriu, mas conseguiu com os outros. Como diz Hebreus
12:11; “Nenhuma disciplina parece ser
motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz
fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados”. Ele tinha
de ser “exercitado por ela”, e não fazer isso sozinho. E o Corpo de Cristo foi
o agente disciplinar.
MINHA
OBSERVAÇÃO. Um dos sinais sérios de grupos que se “reúnem
por reunirem” é o não levar a sério a motivação e o objetivo que criaram o
grupo – células, encontros e outros. NÃO HÁ DISCIPLINA. Não há um sério
compromisso: Horário não é respeitado; não se faz preparação para a reunião;
sugestões são, apenas, sugestões; as ausências não são comunicadas; as tarefas
solicitadas não são feitas, as dificuldades pessoais não são compartilhadas. É
assim que os grupos não produzem curas e não concorrem para o crescimento. Não
há cura nem crescimento sem disciplina.
Jesus explica, mais tarde, o papel disciplinar do
Corpo em Mateus 18:15-17 quando diz:
“Se seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com
ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o
ouvir, leve consigo mais um dos dois outros, de modo que “qualquer acusação
seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas”. Se ele se recusar
a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja,
trate-o como pagão ou publicano”.
O Plano A de Deus, “estar presente”, opera quando
seu Corpo se une para ajudar alguém a assumir o controle de sua vida. Esse é o
papel do Corpo na disciplina: ajudar as pessoas a recuperarem a liberdade [ou
colher o “fruto de justiça e paz”]
que se ganha com o autocontrole. A Bíblia diz em vários momentos, como em
Mateus 18:15-16; Gálatas 1:2; Tito 3:q0, que devemos buscar disciplina,
estrutura e correção com as pessoas que Deus nos dá e que teremos problema se
não o fizermos. “O zombador não gosta de
quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio” - Provérbios 15:12.
Portanto, quando tentar ganhar autocontrole sobre
alguma área em sua vida, considere a função persistente da disciplina. E se
você estiver ajudando outras pessoas a crescer, inclua o papel da “disciplina
do outro” na receita, caso contrário o crescimento estagnará. Seja
individualmente ou num grupo, precisamos de disciplina, estrutura e correção
que os outros nos proporcionam.
Terceiro: RESPONSABILIDADE
MINHA
INTRODUÇÃO: Não pode jamais haver cura se não houver
responsabilidade quer do ajudador como do “necessitado”. E, se não houver esta
responsabilidade da parte do “necessitado”, Deus nada pode fazer. No termo
“responsabilidade” está incluído o sentido de “peso” que se precisa pagar para
se obter o que se quer. Vamos continuar lendo com atenção o que Henry tem a
dizer. Mas, se se exige do “precisado” responsabilidade,
ele também precisa encontrar um ajudador responsável ou então ele ficará
sozinho e nunca será curado.
A responsabilidade é muito importante, e a Bíblia
diz repetidamente que devemos desenvolvê-la em nossa vida. Mas há uma ressalva:
a responsabilidade não é a cura para a
falta de autocontrole. Quando um homem está com um problema, em geral,
recomenda-se que procure um grupo de responsabilização. Nele, terá de responder
a uma série de perguntas que mostrará como ele está se saindo em várias áreas e
se fraquejou. No caso de fraquejar, ele confessa, é perdoado e compromete-se a
melhorar. Tudo isso é muito importante.
O problema com a responsabilidade é que tudo o
que ela faz é “responsabilizar”. É como o termômetro do carro: ele acusa o
problema no motor, mas não pode consertá-lo. Da mesma forma que o carro precisa
de um mecânico para consertá-lo, as pessoas precisam de ajuda além do
diagnóstico do grupo de responsabilização. Uma pessoa com problema precisa
entrar num processo de disciplina e estrutura conforme mencionamos, além de
encontrar a cura para o que estiver provocando o seu mau comportamento. A
responsabilidade é apenas um sistema de monitoramento que lhe diz quando ela
precisa de ajuda.
Quando um problema aparece, o papel do grupo
responsabilizador muda. Ele deve não apenas ver como a pessoa está se saindo,
mas também se ela está fazendo as outras coisas que deveria para resolver o seu
problema.
Já participei do processo disciplinar de vários
líderes espirituais e sempre exijo que eles tenham um parceiro
responsabilizador ou grupo de responsabilização, não como agente da mudança, mas para ter certeza de que eles estão
buscando esse agente. No caso de um vício, eles estão indo às reuniões? Estão
fazendo terapia? Estão seguindo as disciplinas espirituais? O segredo é que o
processo não se resume na responsabilidade. Ela é necessária, mas não basta.
Quarto: GRAÇA E PERDÃO
MINHA INTRODUÇÃO: Já li este livro a chave do crescimento, de Henry
Clouds e John Townsend, duas vezes. e se eu ler de novo, vou me sentir surpreso
com que irei descobrir. Graça e perdão é o de que mais precisamos. A mesma
graça nos lembra que ela e o perdão estão à nossa disposição. Estão disponíveis
de uma maneira simples e bem “carnal”. Podemos senti-las pelo toque das
pessoas, pelos seus olhos e pela suas palavras. E a forma mais facilitada para
ter acesso a elas é buscar as pessoas e confessar. É disto que henry vai nos
falar agora.
Por definição, graça é uma coisa que não podemos
dar a nós mesmos. Vem de fora de nós, é um favor não merecido; não podemos
fazer nada para merecê-la. E, como vimos neste capítulo, um elemento “de fora”
que Deus usa para nos conceder sua graça são as pessoas. [Leia
de novo a última afirmação]. Ao usar seus dons, as pessoas estão
“administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas” – 1 Pedro
4:10. Deus nos elegeu mordomos da administração de sua graça. [Minha
observação: que afirmação mais cheia de graça esta final]
Muitos ministros ouvem as pessoas dizerem: “Minha mente sabe que Deus me perdoa e me
aceita, mas não sinto isso em meu coração”. Memorizam os versículos sobre
perdão, amor e aceitação de Deus, sua condição de graça e todas as doutrinas
relacionadas. “Sabem” as informações
de cabeça, mas estão longe de “saber”
de coração. Costumam achar que esse conhecimento “racional” de alguma forma “penetrará” em seu coração. Não é assim
que acontece.
A mente e o coração funcionam de maneiras
diferentes. A mente funciona ganhando,
assimilando e acomodando novas informações. Reunimos dados, os comparamos com o
que já sabemos e formamos um entendimento da nova informação conforme ganharmos
“saber”.
Enquanto a mente funciona “reunindo informações”, o coração funciona “reunindo experiências”. É como um médico que aprende a operar. Ele
precisa estudar livros, mas também precisa entrar na sala de operação e fazer
pessoalmente uma cirurgia para “saber”
como operar. Da mesma forma, podemos saber o que os livros dizem sobre a graça
de Deus, mas, enquanto não a experimentarmos, o nosso “saber” está apenas na mente. [Acrescento: não adianta
eu ter um chip na cabeça que guarda a Bíblia inteira, se eu não entrar de
cabeça, falando, agindo, fazendo no dia-a-dia suas lições]
Para experimentar a graça de Deus, no entanto,
nosso coração precisa estar ligado a ela. [Leia
de novo esta frase].
Certamente, podemos nos ligar a Deus “verticalmente”
pela oração, mas, para sentirmos a sua graça completamente, precisamos abrir
nosso coração para a sua expressão total, “horizontalmente”,
por meio de outras pessoas. [MINHA
OBSERVAÇÃO:Eu costumo dizer que a cruz
inteira do cristão se levanta com a minha relação vertical com Deus e
horizontal com as pessoas. Esta é a cruz que nos salva]. Para nos ligarmos totalmente à graça de Deus,
temos de ir aonde ela está, e ele decidiu colocá-la nas outras pessoas. [Leia de
novo este pensamento]. Então, aqueles que apenas estudam os “fatos” da
graça de Deus e não experimentam o amor que as outras pessoas lhes dão, como
Pedro nos orienta, não conseguirão compreender a graça.
Mas, para nos ligarmos ao amor de Deus, não
precisamos apenas das pessoas, mas também fazer com que nosso coração se abra
para elas. Temos de ser abertos e nos expor para que a graça e a aceitação
operem. Muitas pessoas “têm comunhão”
com outras, mas compartilham tão pouco nessa comunhão que nada acontece em seu
coração. Como Paulo disse em Coríntios:
“Falamos
abertamente a vocês, coríntios, e lhes abrimos todo o nosso coração! Não lhes
estamos limitando nosso afeto, mas vocês estão limitando o afeto que têm por
nós. Numa justa compensação, falo como a meus filhos, abram
também o coração para nós” – 2 Coríntios 6:11-13
Portanto, para que o crescimento aconteça, é
preciso que haja experiências nas
quais o coração esteja aberto aos outros. Caso contrário, ele será conhecido
somente pela mente e nunca experimentado nos planos que Deus planejou.
Esse é um dos significados do que está por trás
de Tiago 5:16, que diz: “Portanto,
confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem
curado”. Muitos cristãos fazem a confissão vertical de 1 João 1:9, na qual
confessam a Deus, mas não às pessoas. [Leia de novo esta última
afirmação]. Assim, em sua mente, “sabem” que estão perdoados e são amados, mas não “sabem”
em seu coração. Fomos feitos para experimentar ambas as coisas e é também por
isso que Jesus ordena que amemos uns aos outros.
MINHA
OBSERVAÇÃO: Não saber no coração que os pecados estão
perdoados gera um incômodo que pode ser mais pesado que o pecado. O nome deste
incômodo é o complexo de culpa que ataca as pessoas com a mentira de que tudo
que acontece de errado em sua vida e na vida da família é o castigo de seu
pecado que já foi mais que perdoado. Isto chamamos de falsa culpa. E bicho
danado é mestre em nos acusar dos crimes que cometemos e foram perdoados pela
graça.
Alguns anos atrás, tratamos de um pastor que
sofria de compulsão sexual. Durante anos, Joe lutou contra e trabalhou com medo
e a culpa causados por esse problema. Ele confessou e orou muito a Deus, mas
não conseguiu quebrar seu círculo vicioso. Finalmente, o sentimento de fracasso
e a depressão se tornaram tão grandes que ele se internou em nossa clínica e
entrou para o grupo que eu coordenava.
Em uma manhã, quando fui fazer uma sessão com o
grupo, a enfermeira me disse que Joe não tinha comparecido. Ele alegou que não
estava com vontade. O que realmente estava acontecendo, porém, é que, na noite
anterior, Joe tinha dado uma “escorregada”.
Ele se sentia tão culpado que não queria se reunir com o grupo. Fui ao seu
quarto e o convenci a participar.
Quando os membros do grupo começaram a contar
suas histórias. Alguém perguntou a Joe se ele estava bem. Ele disse que sim,
mas ninguém acreditou. Desde que tinha entrado no grupo, ele basicamente
ajudava os outros, como fazia em sua vida profissional, e não falava de sua
dor. Mas, nessa manhã em especial, não permiti que ele se esquivasse.
Estimulei-o a compartilhar com o grupo e ele, finalmente, concordou.
Enquanto contava a história, ele ficou olhando
para o chão. Ele falou dos anos que passou extravasando no sexo e do medo de
que, quando estivesse pregando, alguém da noite anterior o reconhecesse. Sua
vida era um pesadelo de duplicidade. Ele contou que ficou deprimido e alienado,
principalmente, por não conseguir parar. Pintou um retrato horrível. [Já conheci
alguém igual].
Então, algo aconteceu. Enquanto Joe olhava para o
chão e contava sua história, olhei em volta da sala e vi que todos os membros
do grupo estavam com os olhos marejados. Eles se compadeceram por ele. Dava
para sentir que o lugar estava cheio de compaixão e graça. Mas também vi que
Joe tinha se ligado á graça oferecida a ele.
- Joe,
quero que levante a cabeça e olhe para o grupo – eu disse.
- Não, não
posso.
- Sim, você pode. Vamos, olhe.
Ele resistiu mais um pouco, mas eu insisti. Finalmente,
com certa relutância, ele olhou para as outras pessoas na sala e viu os mesmos
olhos marejados e compadecidos que eu tinha visto. Ele viu os sorrisos amáveis.
Ele viu a aceitação. Em resumo, pela primeira vez, ele viu graça. E desabou. Foi
como uma panela de pressão. Ele se jogou para frente e chorou como um bebê.
Naquele momento, ele venceu o vício. Obviamente, havia ainda muito a fazer, mas
o poder de seu vício tinha sido vencido quando ele experimentou a graça no
fundo de sua alma.
Até então, sua experiência da graça tinha sido
apenas teoricamente. Ele não tinha experimentado a graça “em carne”, como diz o Novo Testamento. Mas quando o Corpo fez o
seu trabalho, “administrando a graça de
Deus em suas múltiplas formas”, a cura aconteceu.
O importante é saber que, às vezes, a graça está á nossa disposição,
mas nós não estamos abertos para ela. Podemos encontrar muita aceitação e graça, mas
enquanto a mágoa e a culpa ocuparem nosso coração, não experimentaremos a graça, e a distância entre nossa mente e nosso
coração continuará.
MINHA
SUGESTÃO: Leia este último parágrafo novamente, com
atenção, quase soletrando. Acontece que, por desconhecer ou duvidando que a graça está nossa
disposição nós vivemos em uma terrível pobreza de alma e de propósitos e perdemos
a oportunidade de sermos graça para quem está ao nosso redor.
Portanto, como Paulo, veja se você está ajudando
os outros a “abrirem” o coração
também. Crie situações em que você se abra todo o coração um para o outro para
que a função do Corpo quanto à graça seja realizada. A graça precisa ser
experimentada para ser conhecida. Muitos cristãos vivem experiências com o
Corpo aos domingos em um banco de igreja, mas não em particular, quando
poderiam compartilhar sua dor e abrir seu coração. [Leia de novo este último pensamento]. No
entanto, é assim que a cura acontece. A comunhão no domingo, em um jantar ou em
um grupo de estudo da Bíblia é ótima, mas a comunhão que vem do fundo do
coração é a que cura.
MINHA ESPERIÊNCIA: Passei
por uma experiência em que não senti a graça de Deus nos irmãos. Estava
iniciando minha caminhada na fé. Por revelação em um evento especial na igreja
da qual participava, o pregador que eu não conhecia nem ele a mim, me perguntou
porque eu não era ainda pastor. Nesta noite mesmo, a liderança, me acolheu e me
apresentou como pastor. Mas, para entrar de cara limpa no ministério, em um
encontro programado com o presidente da igreja, abri meu coração e resumi minha
história de experiências nada edificantes. A primeira avaliação foi: “Você não
poderá assumir governo na igreja”. Em um primeiro momento, isto não me causou
estranheza. Mas, posteriormente, senti-me decepcionado. No mesmo momento de
nossa confissão, foi-me dito que deveria confessar todos os meus pecados para a
toda a liderança da igreja. Aceitei, sem relutância. Mas foi muito duro! Eram
muitos os líderes. Dentre esses muitos, uma ou duas pessoas, apenas, se aproximaram e deram graça. Todavia,
posteriormente, jamais vi a graça da parte da liderança; pelo contrário, rejeição
e desinteresse. Tínhamos e temos encontros presenciais de corpo, mas, não de
coração. Abracei um ministério de casais
sem A...QUE...LE...
reconhecimento!... O que sossega é a
GRAÇA que vem do SENHOR!.
Quinto: APOIO E FORÇA
MINHA INTRODUÇÃO: Pensei que Henry já
tinha falado tudo, quando fui surpreendido por mais uma lição, mais um passo no
entendimento da importância das pessoas no plano de Deus para a cura das várias
espécies de doenças e feridas que possamos ter. Mas, não. Ele, ainda, vem com
uma aparente novidade. “Aparente” porque se trata de algo que conhecemos mas
temos relutância em valorizar o significado das pessoas em nossa vida. É
chocante ouvir de alguém que não quer ter amigo para não sentir-se
comprometido. E, assim, com este pensamento retrógado social e espiritual, este
“alguém” está dando passos para sua maior pobreza. O autor – Henry – vai querer
nos ensinar que as pessoas, principalmente quando partes do Corpo de Cristo –
são os “agentes antiinflamatórios... que ajudam a reconstruir uma
estrutura celular mais forte”. E, mais: reforça “para usarmos o resto do
Corpo com todos os seus agentes de cura”, ainda que reconheçamos a necessidade
do estudo da Bíblia e a oração.
No
livro Limites para ensinar aos filhos,
contei uma história de sobre minha mãe em um período difícil da vida de nossa
família. Quando eu estava com quatro anos de idade, tive um problema na perna
que me deixou dois anos de molho, na cama, de cadeira de rodas, com um aparelho
na perna e, depois, de muletas. De um dia para o outro, eu, que era uma criança
muito ativa, tornei-me um garoto com uma série de incapacidade. O médico disse
aos meus pais que era imperativo que eu fizesse as coisas sozinho e que não
deviam me mimar, fazendo tudo por mim.
Lembro-me
de um incidente na igreja, em que meus pais estavam me fazendo subir um longo
lance de escada de muletas. Eu me esforcei e demorei um bom tempo, mas eles me
estimularam. Eu tropecei, me endireitei e continuei a subir, passo a passo.
Tenho certeza de que não foi fácil ter de assistir.
De
repente, atrás de nós, ouvi uma mulher dizer ao marido: “Não é um absurdo os pais deixarem a criança fazer isso?
Não
lembro do que meus pais disseram, mas anos depois quis saber como minha mãe
tinha conseguido se controlar. Ela é um das pessoas mais afetuosas que conheço,
além de ser muito atenciosa, do tipo que não consegue pôr cachorro para fora de
casa quando está chovendo. Imagino como foi difícil para ela deixar uma criança
deficiente lutar sozinha quando ela poderia ter ajudado. Então, anos mais
tarde, perguntei-lhe:
- Você uma das pessoas mais co-dependentes que
conheço. Como você conseguiu me deixar sofrer, lutando contra tudo o que tinha
de lutar, sem correr para me ajudar?
- Emmett – ela disse.
- Emmett?
- Sim, Emmet. Todo dia, quando eu tinha de fazer alguma coisa que não
conseguia enfrentar, eu chamava Emmet, chorava minhas mágoas e ouvia ela dizer
que eu tinha de fazer. Ela me ajudava toda vez. Era horrível.
Emmett era a melhor amiga de minha mãe, uma
cristã maravilhosa. O que minha mãe descobriu foi que, sozinha, ela não
conseguiria fazer o que era preciso. Mas com ajuda, conseguiria. Ela estava
sendo “edificada” – 1 Tessalanonicenses 5:11.
Quando apoiamos alguma coisa, a sustentamos. O
apoio é necessário em todo o processo de crescimento. Enfrentamos tarefas e
realidades que estão além de nossas forças e possibilidades, por isso,
precisamos do apoio dos outros. [ Leia de
novo este último pensamento]. Como disse Paulo: “Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos, confortem os
desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos” – 1
Tessalonicenses 5:14. E também: “Levem os
fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” – Gálatas
6:2. O apoio permite que as pessoas enfrentem o pesar, as provações, o
crescimento e os tempos difíceis.
Recentemente, almocei com uma amiga que não via
há anos. Ela estava se saindo muito bem em seu trabalho como líder leiga em uma
igreja. Perguntei sobre seus filhos e ela orgulhosamente me contou sobre eles
e, depois, disse:
- Nós perdemos um.
- O que aconteceu? – perguntei.
- Bem, com quatro meses de vida ele morreu de síndrome da morte súbita
infantil. Um belo dia, ele, simplesmente, não acordou.
Fiquei estupefato e senti um aperto no coração.
Tinha uma filha com essa idade na época. Era difícil imaginar os pais
conseguirem superar um momento como aquele. Mas ali estava ela, alguns anos
depois, passando bem. Minha amiga falou sobre tudo o que Deus estava operando
em sua vida e o quanto era abençoada e grata. Realmente fiquei emocionado com o
que tinha acontecido e por ela ter superado, então perguntei o óbvio:
- Como? Como você conseguiu superar isso?
A resposta dela foi imediata e cheia de
convicção:
- O Corpo – ela disse e depois de um minuto repetiu: - O Corpo.
Ela, então contou-me dos amigos e da comunidade
da igreja que os ajudaram e ficaram ao lado deles durante toda a experiência,
apoiando-os quando eles não conseguiram se sustentar e seguir em frente.
Era essa a resposta para o que eu estava
buscando. Como os pais conseguem enfrentar a morte de um filho e superá-la
daquele jeito? Somente com o Corpo. Pois
é isso o que o corpo físico faz quando uma célula sofre. Ele envia a cura à
parte machucada do corpo. Se você feriu o braço, por exemplo, o corpo envia
anticorpos, agentes curadores, sangue oxigenado, glóbulos brancos, informações,
agentes antiinflamatórios etc. para aquele membro. E eles fazem o trabalho de
cura. Foi isso o que aconteceu com minha amiga e seu marido. Não como passar por isso sozinho. Mas,
como disse Jesus, o inferno pode jogar muitas coisas em nosso caminho, até a
morte, mas a igreja, o Corpo, vence tudo – Mateus 16:18. Nada é capaz de
sobrepujar a igreja. [Leia de novo estas três última linhas]
Muitas pessoas, entretanto, desligam-se da igreja
e da função de cura e proteção que ela oferece. Em seu isolamento, ou pelo
menos no plano isolado de crescimento que seguem, elas se tornam presas fáceis
para os portões do inferno esmagá-las. [Leia
de novo estas três linhas]. É como a
história de Jesus sobre o pastor e sua ovelha – Lucas 15:3-7. Os lobos não
atacam um rebanho inteiro, mas uma única ovelha perdida. É ela que está em
perigo. Como Jesus disse, ele deixaria as noventa e nove para encontrá-la e
resgatá-la.
Quando as pessoas tentam crescer espiritual e
emocionalmente sem as funções orgânicas e metabólicas do corpo, em essência,
desviam-se do caminho e ficam sujeitas às forças da morte. E o inferno as
domina, até que restabeleçam a ligação e obtenham cura com o Corpo. [Leia de novo esta última afirmação]. Considere estes versículos sob essa
luz:
“Trata-se
alguém que não está unido à cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e
unido por seus ligamentos e juntas, efetua
o crescimento dado por Deus” – Colossenses 2:19. “Dele todo
o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas cresce e edifica-se a
si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” –
Efésios 4:16.
O Corpo de Cristo cura a si mesmo, da mesma forma
que o corpo físico. Cada parte tem uma função na cura, como acontece também no
corpo, físico. OS ANTICORPOS CONTRA A INFECÇÃO SURGEM NA FORMA DE DISCIPLINA E
DA ESTRUTURA COMO INDIVÍDUOS QUE CONFRONTAM COM AMOR E AJUDAM A PESSOA A LUTAR
CONTRA AS “INFECÇÕES” DO PECADO EM SUA VIDA. Eles impõem fronteiras e limites
contra o mal que tomou conta da pessoa, por dentro e com os outros. Eles ajudam
a lutar.
Os outros, com graça e amor, trazem a cura para a
ferida como agentes antiinflamatórios. Eles choram com os que choram – Romanos
12:15 – e expulsam a doença. Trazem ensinamento e verdade para a ferida e
ajudam-na a reconstruir uma estrutura celular mais forte pelo dom do
ensinamento e assim por diante. O Corpo tem uma ampla gama de dons e, quando
uma pessoa fica exposta a todos os ingredientes do crescimento no Corpo, a
infecção é curada. Foi assim que Deus planejou. Esse é o PLANO A.
É também por isso que vemos pessoas sinceras e
espirituais passarem anos lutando contra problemas que tentam superar pelo
estudo da Bíblia e pela oração. Embora isso seja necessário, não é só isso o
que a Bíblia diz para usarmos nessa situação. ELA DIZ PARA USARMOS O RESTO DO
CORPO COM TODOS OS SEUS AGENTES DE CURA. Assim, o membro pode recuperar a
saúde. Como disse a minha amiga: “O Corpo”.
Não sei se ela compreendia totalmente a extensão da teologia que comunicou com
aquela resposta de como havia superado sua dor. Mas a Bíblia compreende. Ela
ordena.
O
autor – Henry – passa, agora, a nos ensinar o que a Bíblia ordena. Como tudo o que ela ensina, o
que ela ordena para facilitar nossa cura é sério e importante
A. INSTRUIR A PESSOA POR INTEIRO
MINHA
INTRODUÇÃO: Toda pessoa vive em um contexto amplo que,
querendo, ou não, mexe no que ele é e no que ele faz. O contexto espiritual não
exclui o natural; o natural não exclui o espiritual. Pelo que entendo ao ler
esta parte que Henry descreve é que o Corpo não pode ajudar, apoiar e instruir
a pessoa por “pedaços”, mas por inteiro: corpo, alma e espírito. Vamos
e entender.
Em meados da década de 1980, John [o co-autor do livro “A Chave Do
Crescimento”, do qual estamos tirando estes ensinamentos] e eu abrimos um
hospital psiquiátrico que se expandiu em uma série de clínicas em mais de
trinta e cinco cidades na região oeste dos Estados Unidos. Como temos convênio
com companhias e hospitais públicos, companhias de seguro e outros, tínhamos de
conhecer muito, não apenas o nosso campo, mas também sobre os sistemas de
assistência de saúde e o mundo dos negócios em geral para que a nossa
empreitada desse certo. Com o tempo, as clínicas acabaram causando um impacto
no ministério, mas nunca teríamos feito isso se uma coisa não tivesse
acontecido primeiro.
Um mentor cristão que Deus colocou em minha vida
ajudou-me no preparo dessa tarefa. Ele me colocou sob sua guarda assim que
concluí o curso de pós-graduação e desafiou-me a usar o meu diploma no
aconselhamento cristão, além de tratar as pessoas individualmente. Ele me
estimulou, me ensinou e me mostrou como consolidar os negócios com hospitais, estações
de rádio e empresas de seguro.
Foi então que descobri que DEUS QUER QUE
DESENVOLVAMOS TODOS OS NOSSOS DONS E
TALENTOS, E NÃO APENAS OS “ESPIRITUAIS”. Não raro, o crescimento espiritual
afeta somente as áreas da vida que se relacionam com Deus, como a oração, o
estudo da Bíblia e a adoração. No entanto, na verdade, TUDO NA VIDA PERTENCE A
DEUS, E A BÍBLIA FALA DE TODAS AS COISAS.
Muitas passagens falam sobre a importância do
trabalho e de usar os dons de maneira proveitosa na vida – Provérbios 27:23-27,
por exemplo. Então, por que não incluímos o descuido espiritual da carreira das
pessoas em nosso discipulado com elas? A FORMA COMO AS PESSOA SE SAEM NO
TRABALHO E NO DESENVOLVIMENTO DE SUAS CARREIRAS É UMA PARTE IMPORTANTE DO SEU
PROCESSO DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL.
Questões de caráter como diligência, perseverança, honestidade,
responsabilidade, enfrentar o fracasso e correr riscos são traços desenvolvidos
espiritualmente que determinam o sucesso na vida. Tudo isso deveria ser
incluído nos modelos de crescimento espiritual.
O crescimento profissional normalmente está
vinculado ao processo de instrução. Na verdade, ouso dizer que ninguém nunca
foi bem-sucedido sem um mentor. Se uma pessoa tem êxito na vida, é porque
muitas outras a tomaram “sob suas asas” para ajudá-la a progredir e se
desenvolver no seu campo, quer tenham consciência disso ou não. Mas, em geral,
atribuímos nosso sucesso a um chefe ou colega.
Entretanto, a instrução de um mentor, em nossa
opinião, é ideal quando se dá no contexto da “igreja”, por dois motivos.
Primeiro, as questões de caráter, que afetam drasticamente a vida profissional
da pessoa, são mais bem trabalhadas em favor dela e, segundo, porque ajuda
integrar a vida da pessoa, eliminando todas as
divisões que comumente se faz entre trabalho e vida espiritual. O MELHOR
É QUE A PESSOA SEJA INSTRUÍDA POR UM MENTOR CAPAZ DE VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO
EM SEU CAMINHO DE FÉ E DE CRESCIMENTO EM CRISTO.
Sou muito grato por meu desenvolvimento ter se
dado no contexto da igreja, com pessoas que compartilhavam meus valores e minha
vida. Esse papel importante do Corpo ajuda as pessoas a crescer. ACHAMOS QUE É
UM ULTRAJE DEIXAR O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE FORA DA JURISDIÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL E DELEGÁ-LO ÀS EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES. É como
deixar a criação dos filhos totalmente a
cargo do sistema educacional. Sem dúvida, ele tem a sua função. Mas o
discipulado não se resume apenas à oração, ao testemunho e ao relacionamento
com Deus. Trata-se também de se esforçar “para
saber bem como suas ovelhas estão” e dar “cuidadosa atenção aos seus rebanhos” – Provérbios 27:23. Devemos
fornecer instrução em todos os aspectos da vida como parte do crescimento
espiritual no Corpo e, depois, devemos não apenas ajudar as pessoas a
alcançarem o sucesso, mas também ajudá-las a resolver a divisão entre suas
vidas espiritual e profissional.
Recentemente, um amigo que está abrindo um
negócio contou-me que tinha decidido comprar uma casa e que estava preste a
fazer isso. Um empresário cristão mais velho e sábio, que o instruiu quando ele
abriu a empresa, mostrou-lhe um versículo em Provérbios pertinente à sua
decisão: “Cuida dos teus negócios lá
fora, apronta a lavoura no campo e depois edifica a tua casa” – Provérbios
24:27. Por causa dessa orientação bíblica, meu amigo disse que decidiu,
primeiro, investir o seu dinheiro em seu negócio e crescer.
Foi uma boa decisão de negócios, mas aconteceu no
contexto da instrução espiritual e como parte da vida espiritual. Gostaria que
o Corpo fizesse mais por seu povo, pois certamente é esse o seu papel. Como consultor
de negócios, conheço muitos cursos de
negócios que não são apenas fracos, mas antiéticos em relação ao modo
como Deus quer que administremos nossos talentos e nossa produtividade.
B – PESAR
MINHA
INTRODUÇÃO: Quem de nós nunca sofreu uma perda? E quantos
ficaram sozinhos num processo de perda? E pior, muitos ficaram sozinhos em um
processo longo de perda mergulhados em lágrimas “de sangue”. E não poucos cultivam
o pesar como fazendo parte da vida. O autor continua falando aos nossos ouvidos
que o pesar tem sentido dentro de um relacionamento. As pessoas atacadas por
este sentimento não podem e não devem esconder o seu pesar e muito menos ficar
ruminando, chegando ao absurdo de sentir prazer. Mas, buscar pessoas confiáveis
para compartilhar e aprender com suas experiências. O pesar é uma experiência
que, conforme for vivenciada, pode fazer bem. É novidade, ao menos para mim,
quando Henry diz que o pesar é necessário para o crescimento. Ele [Henry]mesmo
afirma: “Quando alguém morre, quando
acontece um outro tipo de perda ou dor na vida, temos de ser capazes de
enfrentar a experiência e seguir em frente, para deixarmos o coração aberto a
novas experiências e relacionamentos. Livramo-nos do sofrimento e da dor pelo
pesar e, então, guardamos as lições que essas experiências nos proporcionam”.
Mas, vamos em frente, ouvindo o que o nosso amigo autor vai nos dizer.
Um dos processos mais importantes da vida é o
pesar. Deus criou o pesar para nos ajudar a superar as coisas. Quando acontecem
coisas ruins na vida, temos de resolvê-las. Resolver uma coisa ruim é como
digerir a comida. Na vida, basicamente digerimos as experiências; passamos por
elas, as analisamos, aproveitamos o que é útil e eliminamos o resto.
QUANDO ALGUÉM MORRE, QUANDO ACONTECE UM OUTRO TIPO DE PERDA OU DOR NA
VIDA, TEMOS DE SER CAPAZES DE ENFRENTAR A EXPERIÊNCIA E SEGUIR EM FRENTE, PARA
DEIXARMOS O CORAÇÃO ABERTO A NOVAS EXPERIÊNCIAS E RELACIONAMENTOS. LIVRAMO-NOS
DO SOFRIMENTO E DA DOR PELO PESAR E, ENTÃO, GUARDAMOS AS LIÇÕES QUE ESSAS EXPERIÊNCIAS
NOS PROPORCIONAM.
Pela tragédia, aprendemos sobre a fidelidade de
Deus e que o amor e o apoio dos outros nos ajuda a superá-la. Aprendemos que,
quando as coisas ruins acontecem, podemos enfrentá-las e ter esperança quanto o
futuro. Aprendemos sobre as pessoas não confiáveis para podermos evitá-las na
próxima vez. É isso o que acontece em um bom programa da igreja de ajuda aos
divorciados, que é um recurso muito melhor do que, logo em seguida,
aventurar-se a ter outro relacionamento mal sucedido.
Descrevemos anteriormente como o pesar funciona e
como promove o crescimento. Mas agora, com relação ao Corpo, gostaríamos de
enfatizar que o pesar só pode se dar no
contexto do relacionamento. PRECISAMOS QUE OS OUTROS NOS SUSTENTEM ENQUANTO
PASSAMOS PELO PROCESSO DE DESILUSÃO E ESQUECIMENTO. ALÉM DISSO, PRECISAMOS TER
ALGUMA COISA BOA EM MÃOS PARA PODERMOS LARGAR UMA COISA RUIM. É COMO O
TRAPEZISTA: ELE SÓ LARGA O TRAPÉZIO QUANDO AVISTA O OUTRO.
Se as pessoas não tiverem um sistema de apoio
para se sustentarem não conseguirão sofrer por um bom relacionamento que estiver
perdido ou por um mal relacionamento do que precisam desistir, As pessoas
também precisam da opinião e das observações dos outros para aprender com a
experiência e conter todas as suas distorções e emoções. Esse respaldo dos
outros e a contenção, conforme veremos, são essenciais para o processo do
pesar. Quando as pessoas lamentam, conseguem melhorar. Salomão disse: “Melhor é a tristeza do que o riso, porque
com a tristeza do rosto se faz melhor o coração” – Eclesiaste 7:3. A Bíblia
Viva elucida mais a questão com a sua versão desse versículo: “A tristeza é melhor que a alegria porque ela
nos purifica”.
O pesar é a maneira de Deus nos ajudar a
enfrentar e superar a perda. E precisamos que os outros nos ajudem a fazer
isso. Por isso, a Bíblia diz: “Alegrem-se
com os que se alegram; chorem com os que choram” – Romanos 12:15. Se
fizermos isso, as pessoas descobrirão que realmente é verdade o que Jesus
disse: “Bem-aventurados os que choram
porque serão consolados” – Mateus 5:4.
NOSSO
TESTEMUNHO: Nossa família passou por grandes pesares: um
filho que passou pela penitenciária pó
tráfico de droga que se converteu graças o apoio de um amigo que, na ocasião
passava a lua de mel na região. Durante o tempo fechado na prisão, sua irmã –
nossa filha – voltando da visita a ele veio a falecer por acidente com o carro.
Ela deixou três filhos. Mais tarde, véspera de Natal o outro filho foi atingido
por uma bala de um assaltante que tentava roubar de uma loja próxima.Em todo
esse processo fomos assistidos pelos muitos amigos e pelo Corpo ao qual viemos
a fazer parte. Foi um pesar forte, mas Deus, pelas pessoas viveu conosco este
pesar. E a vitória veio!
Como o pesar é absolutamente necessário para
continuarmos a viver bem e é uma parte essencial do processo de crescimento,
precisamos nos certificar de que aconteça da melhor forma quando ajudarmos as
pessoas a crescer. A única maneira de fazermos isso é no relacionamento, o
caminho que Deus planejou para que isso acontecesse. É por isso que temos os
canais lacrimais no canto dos olhos. O pesar de uma pessoa deve ser evidente
quando ela olhar nos olhos de outra. É um processo relacional: quando a pessoa
sofre o pesar da maneira correta,com
outras pessoas, consegue tocar a vida.
C. A CURA
MINHA
INTRODUÇÃO: O autor fala mais detalhadamente sobre a cura e o coração quebrantado no capítulo 14
do livro de que estamos tirando este texto, “mas agora cabe mencionar que ela
ocorre dentro do Corpo. Os relacionamentos fornecem atenção, apoio, estrutura e
o bálsamo do amor que cura a ferida”.
“Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas” –
Salmo 147:3. Sabemos por todos os mandamentos do Novo Testamento que o Corpo de
Cristo deve realizar essa função com ele.
A cura faz parte do processo do pesar, mas também
é um processo em si. Mágoas como rejeição, maus-tratos e abandono causam
feridas profundas na alma das pessoas. Essas feridas precisam ser lancetadas,
tratadas, medicadas e protegidas, e outros processos devem ser aplicados. Esse
processo também acontece no Corpo.
Se essas mágoas forem tratadas profundamente, as
pessoas não as repetirão em outros relacionamentos e não tentarão medicar suas
feridas de forma pecaminosa, como, por exemplo, com drogas, álcool, jogo, sexo
ilícito e outras luxúrias. Se o Corpo oferecer o remédio, aquele que cura e não
apenas alivia a dor, o ciclo destrutivo do pecado será interrompido.
D. CONFRONTAR E CONTER O PECADO E ADMINISTRAR A
VERDADE
MINHA
INTRODUÇÃO: Leia com atenção as histórias que Henry vai
contar. Pode ser que você esteja em situação semelhante direta ou indiretamente.
Mais um exemplo da atuação do Corpo de Cristo – Igreja. Nós cristãos, como
igreja Corpo de Cristo, nos reunimos com freqüência mas, não nos conhecemos nem
como pessoas integradas no mesmo Corpo. E desconhecemos que muitos dos que
sentam conosco no banco estão vivendo problemas terríveis em suas vidas. E
pior, pastores e líderes desconhecem suas ovelhas. E os irmãos “sofredores” por
não sentirem acolhimento, ficam sozinhos, sem saber onde buscar cura. Por isso, também, o irmão
“sofredor” não busca, porque se esconde atrás da vergonha ou do medo ou, se
busca, não obedece ao apoio. É por essa insensibilidade do Corpo que o pecado
como uma infecção hospitalar – mais grave que qualquer outro tipo de
desequilíbrio pessoal , a cada dia que passa, não é confrontado pelos “amigos”
e irmãos de fé. Irmãos se destroem – até
morrem – pela infecção do pecado porque os que estão ao seu redor não vêem, não
sentem e não agem.
A conversa seria difícil, mas sabíamos que era
inevitável. Michael era filho de um grande amigo, e meus outros amigos e eu o
conhecíamos bem. O vimos crescer e agora o víamos afundar cada vez mais nas
drogas. Estávamos preocupados com sua saúde.
Também estávamos preocupados com o envolvimento
de sua família. Com 24 anos, Michael deveria ser considerado adulto, mas ainda
era muito dependente da família e submisso ao seu controle. De fato, achávamos
que isso era parte do problema.
Conforme descobrimos mais a respeito do
comportamento destrutivo de Michael, achamos que ele precisava de ajuda, mas
também achamos que deveríamos ajudá-lo como amigos e deixar seus pais fora
disso. Na nossa opinião, eles estavam num processo de negação há algum tempo e
ele precisava encarar seus problemas diretamente, como adulto, com amigos
adultos. Então preparamos uma intervenção.
Meus amigos e eu chamamos Michael para um
jantar. No fim do jantar, dissemos que
queríamos conversar com ele. O clima estava tenso e ele sabia que algo estava
para acontecer.
Começamos afirmando nosso amor por ele e dizendo
que, por amá-lo, queríamos falar com ele. Dissemos que sabíamos de seu vício e
achávamos que ele corria perigo. Queríamos saber o que ele pretendia fazer a respeito disso. Dissemos que se ele
não fizesse nada, estávamos prontos para fazer o que fosse necessário para ele
encarar o problema. Mas queríamos conversar com ele antes de falar com sua família, com seu patrão ou com sua comunidade.
A princípio, Michael refugou. Negou que tivesse
um problema. Demos provas de que sabíamos e não arredamos o pé. Fizemos ele
enfrentar a verdade.
Também contamos sobre situações em nossas vidas
nas quais precisamos de ajuda. Não achávamos que ele era diferente de nós,
embora seus problemas fossem outros. Não nos considerávamos nem um pouco
superiores a ele; na verdade, nos identificávamos com seu problema de estar
estagnado e não saber como melhorar.
Então, Michael cedeu e chorou. Ele contou que era
muito difícil para ele, especialmente com relação à sua família. Nós lhe
dissemos que compreendíamos e que o ajudaríamos a conseguir ajuda. Indicamos um
bom terapeuta e prometemos ajudá-lo a manter-se responsável no processo de
recuperação.
Duas coisas aconteceram. Michael começou a fazer
terapia e a se recuperar muito bem. Sua vida mudou completamente e ele cresceu
em vez de permanecer na negação. Em dois anos, ele terminou uma série de maus
relacionamentos, conheceu uma mulher
maravilhosa e casou-se com ela. Ela foi a primeira mulher emocionalmente
saudável que ele namorou na vida.
Dava para ver, por suas escolhas, que ele estava realmente melhorando.
Não obstante, seus pais ficaram muito bravos
conosco. Eles acharam que tínhamos agido pelas costas deles e nos metido em um
problema da família. Eu compreendia o que eles queriam dizer e achava que
estávamos certos. Tínhamos agido sem o seu conhecimento. Mas fizemos isso
intencionalmente. EXPLIQUEI AO PAI QUE ACHÁVAMOS QUE O PROBLEMA DE SEU FILHO
ERA CAUSADO, EM PARTE, PELA DEPENDÊNCIA EM RELAÇÃO À FAMÍLIA E QUE ESSE ERA UM
DOS MOTIVOS QUE O IMPEDIA DE ENFRENTAR A VIDA ADULTA COM RESPONSABILIDADE.
PORTANTO, LEVAR O PROBLEMA AO CONHECIMENTO DOS PAIS, PARA NÓS,SERIA COMO
CONTINUAR A TRATÁ-LO COMO UMA CRIANÇA. Considerávamos que ele era adulto e
achamos que o Corpo de Cristo que o conhecia tinha uma responsabilidade em
relação a ele como indivíduo, e não como filho de alguém. Assim, contamos ao
pai que estávamos certos de nossa decisão e tristes por ele se sentir traído.
Nossa intervenção causou um certo estremecimento
em nossa relação por um tempo, mas também fez os pais encararem os problemas de
seu relacionamento com o filho. Isso levantava outra questão. Estávamos agindo
com responsabilidade, enquanto Corpo de
Cristo, em relação a Michael como irmão. E o mais importante para nós era isso
e não agradar a família. Era importante que o Corpo realizasse sua função.
Então, PARTE DA FUNÇÃO DO CORPO É AGIR E CONTER
OS EFEITOS DO PECADO NA VIDA DOS OUTROS. O CORPO, ÀS VEZES, FUNCIONA COMO
“ANTICORPO”. SEU PAPEL É LUTAR CONTRA A INFECÇÃO. Em Mateus 18:18-19, vemos que
duas ou mais pessoas juntas podem impedir o processo destrutivo do pecado pela
disciplina do Corpo. Como diz Paulo: “Irmãos,
se alguém for surpre4endido em algum pecado, vocês, que são espirituais,
deverão restaurá-lo com mansidão” – Gálatas 6:1. É o papel do Corpo
intervir e salvar as pessoas da destruição na qual se encontram.
Mas o segredo é saber fazer. Lembrem-se de que
trata-se do Corpo de Cristo. Jesus faz isso, como diz o versículo, num espírito
de mansidão. Ele, um sumo sacerdote que pode se compadecer de nossas fraquezas
– Hebreus 4:15 -, nunca foi crítico ou condenador em relação aos que estavam
sem necessidade ou em pecado. Com mansidão, ele os restaurou e nunca os
dominou. Ele disse à mulher pega em adultério: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado” –
João 8:11. PARA QUE UM ATO SEJA VERDADEIRAMENTE DO CORPO, É PRECISO QUE
ACONTEÇA COMO SE JESUS ESTIVESSE PRESENTE EM CARNE, POIS É ISSO QUE O CORPO É. Portanto, ao confrontar,
faça-o dessa forma, falando como quem transmite as palavras de Deus – 1 Pedro
4:11.
E. UM MODELO
MINHA INSTRODUÇÃO: Este
modelo cabe bem ao nosso grupo CASAIS EM TRATAMENTO. Amigo tem uma importante
significância na vida do outro. Um grupo que se reúne para buscar tratamento
precisa de amigos que, sem medo, mas em amor, possa confrontar o pecado ou o
desajuste do outro. E o outro precisa entender o amor de quem o confronte. Para
quem se acha no papel de amigo a única motivação de seu relacionamento é o amor
acrescido da amizade.
Um dia, num grupo que eu liderava, uma mulher
confrontou outra sobre uma coisa que esta tinha feito. Quando ela levantou o
problema, falando a verdade com amor, a outra respondeu, reconhecendo seu
comportamento, e elas se reconciliaram.
Ao ver isso, notei uma coisa interessante. Uma
nova participante do grupo olhava para elas com uma expressão de incredulidade.
Finalmente, interrompi e perguntei a ela o que estava acontecendo.
- Eu só
estava observando – ela disse – Nunca
vi coisa igual.
- O quê? – perguntei.
- Bem, ela
estava brava com aquela mulher e contou para ela. E elas não brigaram. Apenas
conversaram a respeito e depois tudo
ficou bem. Nunca vi nada parecido.
Ela explicou que era a primeira vez que via alguém
levantar um problema com outra pessoa e a conclusão não ser grave. Tinha sido
diferente de ambos os lados. A forma como a primeira mulher levantou o problema
foi diferente de tudo o que ela já tinha visto e a forma como a segunda
respondeu, sem ficar na defensiva, também foi diferente. Ela também disse que
teve um novo sentimento de esperança, esperança de que seus próprios
relacionamentos no futuro não tivessem de ser da forma como foram no passado.
Tudo o que ela sabia era o que tinha visto, o que tinha aprendido com o exemplo
dos ouros durante os anos.
Não podemos fazer o que nunca vimos ninguém
fazer. Precisamos de modelos que nos mostrem como agir. Paulo e João falam da
dinâmica do exemplo. Paulo diz:
“De
fato, vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, pois, apesar de muito
sofrimento, receberam a palavra com alegria que vem do Espírito Santo. Assim,
tornaram-se modelo para todos os crentes que estão na Macedônia e na Ásia” – 1
Tessalonicenses 1:6-7.
E João diz que devemos andar como Jesus andou,
seguindo seu exemplo – 1 João 2:6. DEUS CRIOU OS SERES HUMANOS COM A
NECESSIDADE DE PRIMEIRO OBSERVAR OS OUTROS FAZEREM O QUE ELES PRECISAM APRENDER
PARA DEPOIS INTERIORIZAR ESSE EXEMPLO E SER CAPAZ DE REPETI-LO.
O exemplo que aprendemos tem um efeito duradouro
em nós, seja bom ou mau. Esse é um dos motivos pelos quais a Bíblia enfatiza a
confissão não apenas dos pecados das pessoas, mas também dos pecados dos pais –
Neemias 9:2. Temos de ver o exemplo errado que estamos seguindo para
abandoná-lo. O objetivo é substituir o mau exemplo pelo exemplo das pessoas que
“imitam a Cristo”, pessoas no Corpo
que nos mostrem como ele faria, então, poderemos fazer da mesma forma. Como
disse Paulo, imitamos aqueles que o imitam. Seu Corpo continua a sua caminhada
na terra e os outros imitam-no.
F – A UNIVERSALIDADE DAS INPERFEIÇÕES E DO
SOFRIMENTO
MINHA
INTRODUÇÃO: Quando eu estava lendo esta fala de Henry,
pensei em nossos retiros de pastores e líderes. Somos chamados, pagamos um
preço, muitas vezes, para ouvirmos mensagens, traçar programas para a igreja,
sermos cobrados. A cabeça fica cheia de palavras “filosóficas” e bonitas – nem
sempre ungidas – e a mente continua confusa ou a vida íntima com Deus segue com
suas feridas. O pré-letor é “adorado”, “glorificado” como um personagem puro e
“impecável” que ninguém vai conhecer. Tudo bem montado com script seriamente
elaborado e imutável. Mas no script não há espaço para as pessoas se mostrarem
quem são, como estão e o que farão. Estamos falando de retiro de líderes. Mas o
mesmo pode acontecer com retiros ou encontros ou células de mulheres, de homens,
de jovens, de casais e outros. E a vida continua.
Fui líder de um retiro de pastores em um lugar
afastado durante alguns dias. Oito pastores de todo o país reuniram-se para dar
apoio um ao outro e para dar e aprender o que eu estava apresentando. Na
primeira noite, pedi que contassem como estavam suas vidas e seus ministérios e
quais eram suas expectativas quanto aos dias que passaríamos juntos.
Formamos um círculo e cada um contou uma história
diferente. O primeiro pastor tinha passado por uma desagradável divisão da
igreja. O segundo estava tendo problemas sérios no casamento. O terceiro estava
lidando com a traição de um antigo colega de ministério. O quarto estava bem e
queria aprender a lidar com o sucesso. O quinto estava péssimo. E, então, o
sexto disse uma coisa que jamais esquecerei.
Ele era o mais jovem do grupo, um destaque em sua
denominação. Os outros membros do grupo eram mais velhos e experientes, alguns
exerciam ministérios muito importantes. Para ele, eles eram modelos do que ele
deveria ser.
Quando chegou a sua vez, perguntei o que ele
gostaria de compartilhar.
- Bem –
disse ele – quero apenas dizer que já me
sinto bem melhor. Parece que vocês estão tão complicados quanto eu!
O grupo caiu na risada, pois todos sabiam
exatamente o que ele estava dizendo. Sendo o mais jovem do grupo, ele tinha
expectativas irreais sobre como esses sábios deveriam ser. Achava que eles
tinham tudo sob controle. Todos eram bem sucedidos em suas carreiras e nas
coisas que desejavam fazer. Ao mesmo tempo, todos tinham problemas sérios. Foi
uma surpresa para ele.
MINHA
OBSERVAÇÃO: Confesso que sou rebelde quando se trata de
exaltar pessoas por aquilo que elas parecem e pelos títulos que as qualificam.
Esta “rebeldia” eu não aprendi na igreja. É minha atitude desde criança, quando
no seminário tínhamos que nos desfilar em homenagem a uma autoridade. É
impressionante como idolatramos pessoas pela sua fala, pelos seus títulos,
enfim, pelo seu “estrelato”. Não quero dizer que não possamos ouvir sua fala.
Podemos, sim, ouvir sua fala que, independente de quem ele seja, pode nos
ensinar, nos edificar, nos colocar perto de Deus. Podemos ser amigos dele e
respeitá-lo. Mas ele continua tão pecador como eu; tão frágil como eu; com
problemas como eu; talvez até precisando de mim como eu posso precisar dele.
Mas “morrer de amores” por ele, não é meu estilo. Eu mesmo, não sei ainda se é
orgulho, recebo elogios mas sou reticente... Não confio muito. O que peço é que
orem por mim. Orar por mim me faz melhor bem que um elogio... Esqueça e
continue lendo o que Henry escreveu.
Foi muito mais do que isso. Foi confortador. Esse
jovem rapaz tinha descoberto que não era tão diferente afinal de contas. Ele
achava o que a maioria das pessoas pensa até reunir-se com outras que são
honestas o suficiente para dizer como estão realmente. Ele achava que era o
único que tinha problemas. Descobrir que os outros, inclusive os bem-sucedidos,
também tinham, foi de grande ajuda. Sua vergonha, medo e culpa diminuíram e ele
ganhou esperança e exemplos de como lutar. Ele descobriu que você não precisa
ter tudo sob controle para ser um seguidor de Cristo. Veja o que o apóstolo
Paulo disse ao seu “grupo”:
“Não que eu tenha obtido tudo isso ou tenha sido
aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois também para isso fui alcançado
por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as
que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado
celestial de Deus em Cristo Jesus” – Filipenses 3:12-14.
“Irmãos, não queremos que vocês desconheçam
as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da
nossa capacidade de suportar, ao ponto de perdermos a esperança da própria
vida” – 2 Coríntios 1:8.
Paulo foi sincero ao deixar os outros verem que
ele também podia sofrer, ficar desesperado com a vida e não ter tudo sob
controle. É uma arte que se perdeu em muitos círculos cristãos. Quando as
pessoas descobrem que os outros também têm problemas, acontecem coisas
maravilhosas.
Em primeiro lugar, elas se sentem menos culpadas,
envergonhadas e com menos receio de que alguma coisa esteja errada com elas.
Em segundo lugar, ganham uma visão mais precisa
do padrão pelo qual estão tentando viver. Com freqüência, esse padrão é
sobre-humano. Ao ver os outros, o padrão muda para uma pessoa real que cresce,
sofre, não tem tudo sob controle, mas enfrenta tudo isso.
Em terceiro lugar, ganham esperança e habilidade
para resolver problemas. Descobrem pelo sofrimento e pelos testemunhos dos
outros que as pessoas realmente melhoram e resolvem problemas muito sérios da
vida. Vêem como esses batalhadores imperfeitos realizam tudo isso e ganham um
modelo para superar o que estão enfrentando naquele momento.
Em resumo, descobrem que estamos todos no mesmo
barco. Embora nossos problemas sejam diferentes, uma coisa é certa: todos nós
sofremos. E essa é uma das melhores coisas que um membro do Corpo pode dar ao
outro: o conhecimento de que não estamos sós nesse sofrimento. Ninguém escapa.
Portanto, ninguém precisa ter vergonha de não ter tudo sob controle. O
sofrimento é universal.
G. DISCIPULADO
Em minha história de cura no início deste
capítulo, falei do processo de discipulado. Muitas pessoas conhecem a
importância de trazer alguém para debaixo de sua asa e transmitir os princípios
da fé para ele.
A Bíblia tem muitos exemplos de pessoas que
investiram seu tempo com outras; seu valor não pode ser subestimado. UM COISA É
SENTAR NUMA IGREJA E RECEBER OS ENSINAMENTOS SOBRE A FÉ. MAS OUTRA, MUITO
DIFERENTE É APRENDER OS DESÍGNIOS DE DEUS NUMA RELAÇÃO DIRETA COM UM DIRETOR
ESPIRITUAL OU DISCIPULADOR. [Eu acrescento: para discipular não é necessário ser pastor ou líder; BASTA
SER UM AMIGO que é chamado filho de Deus]. Nesse contexto, a doutrina pode ser
transmitida de uma forma pessoal e pertinente à vida real. Perguntas podem ser
feitas. O pecado pode ser confessado e a responsabilidade, oferecida. O
encorajamento pode estar integrado ao processo de aprendizagem espiritual. Em
resumo, o desenvolvimento da fé torna-se um processo relacional no qual o
desenvolvimento pessoal e a fé misturam-se naturalmente.
Em muitos círculos de espiritualidade de
auto-ajuda, o discipulado é uma arte esquecida. É considerado muito rigoroso ou
religioso. Essa visão pode surgir em parte pela forma como o discipulado foi
realizado nas últimas décadas em alguns meios evangélicos, o que deixou um
gosto amargo na boca de alguns dos atuais líderes cristãos. De certa forma,
esses líderes estão tentando poupar os outros das más experiências que eles
tiveram. Mas, em geral, eles também acabam impedindo as boas.
Veja se o processo de um discipulado, seja como
discípulo ou discipulador, poderia ter um papel maior em sua vida. Encorajamos
esse exercício como uma função do Corpo, para todas as pessoas, com dois
objetivos. O primeiro é colocar-se “sob” os cuidados de um diretor ou mentor
espiritual e prestar contas desse processo. O segundo é oferecer o mesmo a
alguém mais novo ou menos maduro na fé. Ambos são importantes e exercem um
papel no desenvolvimento das pessoas que o Corpo deveria assumir. Seria
maravilhoso se todos pudesse experimentar o que Paulo disse sobre o seu
trabalho com as pessoas e, depois, também passar isso para os outros:
“Pois vocês
sabem que tratamos cada um como um pai
trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que
vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória”
– 1 Tessalonicenses 2:11-12
MINHA
OBSERVAÇÃO: Creio que quando chega na igreja e toma
decisão de seguir o Evangelho, a liderança deveria entregar este “novato” aos
cuidados de um membro mais experimentado para acompanhá-lo e discipulá-lo por
um certo tempo, ainda que funcione a Escola Dominical, que está desaparecendo.
Assim o “novato” vai sentir-se que entrou em uma família e acolhido de coração.
DICAS
1. Analise seus sentimentos em relação ao Plano
A. Descubra se você concorda com Deus usar as pessoas para cumprir a vontade
dele em sua vida ou o que você gostaria que ele fizesse. Descubra se você tem
alguma coisa contra o plano dele quanto ao envolvimento das pessoas em sua vida.
2. Verifique se você está desligado do Plano A.
Descubra se você se desvinculou da provisão de Deus para você.
3. Faça uma relação de sua vida sobre os
elementos fornecidos pelo Corpo: ligação afetiva, disciplina e estrutura,
responsabilidade, graça e perdão, apoio e força, instrução, pesar, modelos,
cura e confrontação.
4. Descubra se você experimenta a universalidade
do sofrimento e da imperfeição pela relação íntima com as pessoas.
5. Descubra se você foi pessoalmente discipulado
ou se precisam ser.
6. Procure uma orientação para encarar o
crescimento espiritual como uma renovação total e um crescimento em uma nova
família, a família de Deus. ENCONTRE UMA COMUNIDADE QUE OFEREÇA ESSES
ELEMENTOS. Mas não deixe nunca de se integrar a uma comunidade apesar das
frustrações que possa ter experimentado na igreja.
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