04/03/2011

Módulo - 4 Deus Se Revela Quem Ele É

A Bíblia não contém um tratado sobre Deus, não se afasta e distancia como quem descreve um objeto. Não nos convida a falar de Deus mas, sim, a ouvi-lo falar e a responder-lhe, confessando a sua glória e servindo-lhe. Contanto que se permaneça na obediência e ação de graças, é possível formular o que Deus diz de si mesmo na Bíblia. Deus não fala de si do mesmo modo no Antigo Testamento e no Novo Testamento, quando se dirige a nós pelos seus profetas e quando pelo seu Filho (Hb 1:1s). Mais que em qualquer outro assunto, impõe-se, aqui, de maneira rigorosa, a distinção entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, pois “ninguém jamais viu a Deus; só o Filho único que está no seio do Pai o deu a conhecer” (Jo 1:18). Como é preciso rejeitar a herética oposição entre o Deus vingativo do Antigo Testamento e o Deus bom do Novo Testamento, assim é preciso manter que só Jesus Cristo nos revela o segredo do único Deus dos dois Testamentos.


Podemos conhecer a Deus, através de algumas formas determinadas por Ele mesmo. Uma dessas formas é a revelação. Deus se revelou a nós de tal forma que podemos, inclusive, discernir seus atributos, qualidades e características. Em verdade, seus atributos coincidem com o seu ser.


A existência de Deus


Argumentos Naturalistas Para A Existência de Deus. 1. COSMOLÓGICO. Da palavra grega kosmo, “mundo”. O Universo é um efeito que exige uma causa adequada, e a única causa suficiente é Deus. Sl 19:1. Rm 1:20; Mt 6:26-30

2 . TELEOLÓGICO. Da palavra grega telos, “fim”. O universo não apenas prova a existência de um Criador, mas indica a existência de um Arquiteto, um Planejador. Rm 1:18-20. Há um propósito no universo que indica a existência de Deus como seu Planejador. Sl 19:1-6; 139:14

3. ANTROPOLÓGICO. Da palavra grega anthropos, “homem”. Já que o homem é um ser moral e intelectual, deve ter um Criador que também seja moral e inteligente. At 17:29. A natureza moral, os instintos religiosos, a consciência e a natureza emocional do homem argumentam em favor da existência de Deus.

4. ONTOLÓGICO. Da palavra grega ontos, “existente, ser”. O homem tem a idéia inerente de um Ser Perfeito. Esta idéia, naturalmente, inclui o conceito de existência, já que um ser, em tudo mais perfeito, que não existisse, não seria tão perfeito quanto um ser perfeito que existisse. Portanto, visto que a idéia de existência está contida na idéia de um Ser Perfeito, esse Ser Perfeito deve necessariamente existir.

5 – HISTÓRICO. O argumento baseia-se nos fatos da história, onde a presença de Deus é evocada. Primeiro, a prática dos cultos dedicados à divindade, comum a todos os povos e tribos da terra. Este sentimento religioso do homem pode indicar a existência daquele com quem o homem tenta se relacionar (At 17:27). Mas também, e sobretudo, os fatos ocorridos na história de Israel, explicados e aceitos como atos de Deus na história. Como entender aqueles acontecimentos portentosos na vida de Israel, senão como atos de Deus mesmo? É o profetismos, com predições de acontecimentos extraordinários e cumprimentos exatos? De fato, os vestígios de Deus podem ser encontrados na história, assim como na criação e no próprio homem.

Todos esses argumentos são válidos e coerentes com a revelação bíblica. São argumentos baseados em fatos da natureza, da experiência e da história, elaborados pela razão humana. Eles são muito úteis para aquele que crê e deseja ter um fundamento racional para a sua fé.

Argumentos Bíblicos Para A Existência de Deus. Em parte alguma, a Bíblia trata de provar a existência de Deus, mediante provas formais. Reconhece-se como fato auto-evidente e como crença natural do homem. A Bíblia, em parte alguma, propõe uma série de provas da existência de Deus como preliminar à fé; declara o fato de Deus e chama o homem a aventurar-se na fé. “O que se chega a Deus, creia que há Deus”, é o ponto inicial da relação entre o homem e Deus. Os autores bíblicos tanto presumem quanto defendem a existencia de Deus. Os autores bíblicos tanto presumem quanto defendem a existencia de Deus.

A Bíblia, em verdade, fala de homens que dizem em seus corações que não há Deus, mas esses são “tolos”, isto é, os ímpios praticantes que expulsaram a Deus dos seus pensamentos, porque já o expulsaram das suas vidas. Esses pertencem ao grande número de ateus praticantes, isto é, esses que procedem e ateus teóricos, isto é, esses que pretendem aderir à crença intelecctual que nega a existência de Deus. Note-se que a declaração “não há Deus “ não implica dizer que Deus não exista, mas sim que Deus não se ocupa com negócios do mundo. Contando com a sua existência, os homens corrompem-se e se comportam de maneira abominável. Sl 14: “Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem. 2 O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus. 3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. 4 Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o Senhor? 5 Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos. 6 Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu refúgio. 7 Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel”.


A natureza de Deus – conceito bíblico


Quem é, e que é Deus? A melhor definição é a que se encontra no Catecismo de Westminster: “Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”. A definição bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus. O “nome” de Deus, na Bíblia, significa mais do que uma combinação de sons; representa seu caráter revelado. Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome. Ex: 6:3: “Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome Jeová, não lhes fui conhecido”. – e 33: 19:”Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer”. Também no capítulo 34:5-6: “O Senhor desceu numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome Jeová. 6 Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade”.

Adorar a Deus é: invocar seu nome – Gn 12:8:”Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou a sua tenda, ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor”. - temê-lo – Dt 28:58: “Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, o Senhor teu Deus”; - louvá-lo – 2 Sm 22:50: “Por isso, ó Senhor, louvar-te-ei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome” - glorificá-lo – Sl 86:9: “Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome”.

É sacrilégio tomar seu nome em vão, ou profaná-lo ou blasfemá-lo. – Ex 20: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão”. (Cf Lv 18:21; 24:16).

Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seu nome - Mt 6:9:”Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome”.

O nome do Senhor defende o seu povo, e por amor do seu nome não os abandonará - Sl 20:1: “O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja”. (Cf 1 Sm 12:22).

O nome de Deus. Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos na Bíblia e que falam de sua natureza: A – ELOHIM (Deus) – emprega-se sempre que sejam descritos ou implicitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A forma plural significa a plenitude de poder e representa a Trindade.

B – JEOVÁ – “Senhor” na versão de Almeida – Deus não permanece alheio a suas criaturas. Observando Deus a necessidade entre os homens, desceu para ajudá-los e salvá-los; é o nome do relacionamento entre o verdadeiro Deus e seu povo. Ao assumir esta relação, ele revela-se a si mesmo como Jeová, o Deus da Aliança. Este nome significa “Eu me manifestei, me manifesto, e ainda me manifestarei”. A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes encontrados nos concertos entre Jeová e seu povo. Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se como JEOVÁ-RAFA , “o Senhor que cura” (Ex 15:26). Os oprimidos pelo inimigo invocam JEOVÁ-NISSI, “o Senhor nossa bandeira” (Ex 17:8-15). Os carregados de cuidados aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, “o Senhor nossa paz”(Jz 6:24). Os peregrinos na terra sentem a necessidade de JEOVÁ-RA`AH, “o Senhor meu Pastor”(Sl 23:1). Aqueles que se sentem sob condenação e necessidades da justificação, esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSDKENU, “o Senhor nossa justiça” (Jr 23:6). Aqueles que se sentem desamparados aprendem que ele é JEOVÁ-JIREH, “o Senhor que provê”(Gn 22:14). E quando o reino de Deus se houver concretizado na terra, será ele conhecido como JEOVÁ-SHAMMAH, “o Senhor está ali” (Ez 48:10). JEOVÁ-SABBAOTH, “o Senhor dos Exércitos”(1 Sm 1:3). JEOVÁ-MACCADESHKEM, “o Senhor que santifica” (Ex 31:13). JEOVÁ-EL GMOLAH, “O Senhor deus da recompensa” (Jr 51:56). JEOVÁ NAKEH, “o Senhor que fere” (Ez 7:9).

C – EL (Deus) - usado em certas combinações: EL-ELYON. Gn 14:18-20, o “Deus altíssimo”, o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses. “O mais forte dos fortes” (Is 14:13-14). EL-ROI, “o forte que vê” (Gn 16:13). EL-SHADDAI, “o Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo”(Ex 6:3. EL-OLAM), “o eterno Deus” (Gn 21:33). “O Todo Poderoso” – (Gn 17:1-2).

D – ADONAI – literalmente “Senhor” ou “Mestre” e dá idéia de governo e domínio - Ex 23:17; Is 10:16.33. Por causa do que Deus é e do que tem feito, ele exige o serviço e a lealdade do seu povo. Este nome no Novo Testamento aplica-se a Cristo glorificado.

E – PAI, emprega-se tanto no Antigo como no Novo Testamento. Em significado mais amplo o nome descreve a Deus como sendo a Fonte de todas as coisas e Criador do homem; de maneira que, no sentido criativo, todos podem considerar-se geração de Deus. - At 17:28. Todavia, esta relação não garante a salvação. Somente aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito são seus filhos no sentido íntimo da salvação ( Jo 1:12-13).


Os atributos de Deus


Sendo Deus um ser infinito, é impossível que qualquer criatura o conheça, exatamente, como ele é. No entanto, ele, bondosamente, revelou-se mediante linguagem compreensível a nós. A Bíblia é essa revelação. Por exemplo: Deus diz acerca de si mesmo: “Eu sou Santo”; portanto, podemos afirmar: Deus é Santo. A santidade, então, é um atributo de Deus, porque a santidade é uma qualidade que podemos atribuir ou aplicar a ele. Dessa forma, com a ajuda da revelação que Deus deu de si mesmo, podemos regular os nossos pensamentos acerca de Deus.

* Definição. Um atributo é uma propriedade intrínseca ao seu sujeito, pela qual ele pode ser distinguido ou identificado.

Classificações dos atributos. A maioria dos sistemas de classificação dos atributos baseia-se no fato de que alguns deles pertencem, exclusivamente, a Deus (e.g., infinitude) e outros se encontram, de maneira limitada e num sentido relativo, também no homem (e.g., amor); assim, a terminologia dessas classificações inclui incomunicáveis e comunicáveis; absolutos e relativos; imanentes e transitivos; constitucionais e pessoais.

Atributos Absolutos, Incomunicáveis Ou Constitucionais: 1. SIMPLICIDADE. Deus é incomplexo, não composto, indivisível. Jo 4:24. Problema. A simplicidade de Deus invalida a doutrina da Trindade? Não, porque a simplicidade tem a ver com a essência de Deus, e a Trindade com a Sua subsistência. - 2. UNIDADE. Deus é UM. Dt 6:4. - 3. INFINITUDE. Deus não tem término ou fim. 1Rs 8:27; At 17:24. - 4. ETERNIDADE. Deus não está sujeito à sucessão do tempo.. Gn 21:33; Sl9:2. Problema. Seria o tempo irreal para Deus? Não. Ele reconhece a continuidade dos acontecimentos, mas todos os acontecimentos, passados, presentes e futuros, são igualmente vividos para Ele. - 5. IMUTABILIDADE. Deus é imutável em natureza e prática. Tg 1:17. Problema. Será que Deus muda de idéia ou se arrepende (Gn 6:6), como parece acontecer de nossa perspectiva; ou seria isto uma expressão do decreto permissivo de Deus? Ou é uma maneira antropomórfica de descrever aparentes mudanças no curso dos acontecimentos? - 6. ONIPRESENÇA. Deus está em todo lugar - não em todas as coisas, que é o panteísmo. Sl 139:7-12. - 7. SOBERANIA. Deus é o governante supremo do universo. Ef 1. 8. ONISCIÊNCIA. Deus conhece todas as coisas, reais e possíveis. Mt 11:21. - 9. ONIPOTÊNCIA. Deus possui todo o poder. Ap 19:6.

Atributos Relativos, Comunicáveis Ou Pessoais: 10. JUSTIÇA. Equidade moral, imparcialidade no trato com Suas criaturas. At 17:31. - 11. AMOR. A busca divina do bem maior das criaturas na manifestação de Sua vontade. Ef 2:4-5. - 12. VERDADE. Concordância e coerência com tudo que é representado pelo próprio Deus. Jo 14:6. - 13. LIBERDADE. Independência divina de Suas criaturas. Is 40:13-14. 14. SANTIDADE. Retidão moral. 1Jo 1:5.


Atributos que “mexem” com a nossa vida


Vamos, agora, destacar alguns atributos que falam e “mexem” com a nossa vida:

A GLÓRIA DE DEUS – “Glória” é um termo familiar aos crentes. E, normalmente, revela o ser de Deus visivelmente, revela a sua deidade, sua majestade incomparável. Um termo paralelo a esse pode ser “transcendência”, que se refere a algo que ultrapassa a realidade finita que vivemos. – Ex 19: 1-8 lemos: “No terceiro mês depois que os filhos de Israel haviam saído da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai.2 Tendo partido de Refidim, entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam; Israel, pois, ali acampou-se em frente do monte. 3 Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim. 5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; 6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 Veio, pois, Moisés e, tendo convocado os anciãos do povo, expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado. 8 Ao que todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo”.- 19:16-22: - “o terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu.17 E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. 18 Nisso todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente. 19 E, crescendo o sonido da buzina cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz. 20 E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu. 21 Então disse o Senhor a Moisés: Desce, adverte ao povo, para não suceder que traspasse os limites até o Senhor, a fim de ver, e muitos deles pereçam. 22 Ora, santifiquem-se também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, para que o Senhor não se lance sobre eles”. - 24:17:”Ora, a aparência da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel”

Ezequiel, no capítulo 1, descreve uma visão que teve dessa glória transcendente. Não deixe de ler.

Alguns textos mostram que essa glória resplandecia na face de Jesus. Na visão de Paulo na estrada de Damasco - 2 Co 4:6: - “Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”. (Cf Jo 1:14).

O atributo “Glória” pode resumir vários outros termos usados para expressar vários aspectos do ser de Deus.:

A ETERNIDADE DE DEUS – Deus não tem limites – 1 Tm 6:16: “ ...aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém”. Confira Rm 11:33

A EXISTÊNCIA PRÓPRIA DE DEUS – Ele não depende de mais nada para existir – Gn 1:1: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. - antes de tudo, Deus era – At 17:25:“...nem tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas”. Veja ainda Is 40:13

IMUTABILIDADE DE DEUS – Ml 3:6: - “Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. Também Hb 13:8 - Toda a idéia de aliança e promessas de Deus se firmam nesse atributo de Deus. Ele é fiel. Ele não muda com seu povo.

O SENHORIO DE DEUS – “Senhor” é o título mais freqüente de Deus no Antigo Testamento. A palavra hebraica é Jeová. Este nome significa a sua lealdade a seu povo e a infalibilidade de suas promessas com seu povo. Está escrito em Ex 3:13-15: “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14 Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 15 E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração”.

Outro nome relativo a esse atributo é SOBERANIA. Ele reina sobre tudo e todos, incluindo : os governos humanos – Em Pv 21:1: “Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer”. (cf Dn 4:35) - o destino da vida e do homem – At 18:21: - ...antes se despediu deles, dizendo: Se Deus quiser, de novo voltarei a vós; e navegou de Éfeso. (cf Rm 15:32) - até mesmo os menores detalhes da vida estão sob sua soberania – Mt 10:29: - “Não se vendem dois passarinhos por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.”

Ele é Deus em si mesmo, e reina sobre todos que clamam seu poder e autoridade - Is 45:6: - “Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro”. – 43:11: - “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador”. – 44:8: - “Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço nenhuma”. 45:21 – “Anunciai e apresentai as razões: tomai conselho todos juntos. Quem mostrou isso desde a antigüidade? quem de há muito o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim”.

Este senhorio é expresso também em três diferentes aspectos da pessoa de Deus:

1 - Onipotência – Ele é todo poderoso – Gn 17:1: - “Quando Abrão tinha noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê perfeito” – 18:14: - “Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor? - Mc 10:27: - Jesus, fixando os olhos neles, respondeu: Para os homens é impossível, mas não para Deus; porque para Deus tudo é possível”.

2 - Onipresença – Ele está em todo lugar. Ele vê tudo – Sl 139:7-12: “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? 8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. 9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. 11 Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; 12 nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa”. (cf At 5:1-11.23:11; Is 43:13; Ap 6:9)

3 - Onisciência – Deus sabe tudo. Ele é perfeito – Sl 139:1-12: - “Senhor, tu me sondas, e me conheces. 2 Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. 3 Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. 4 Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces. 5 Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir. 7 Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? 8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. 9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. 11 Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; 12 nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa”. (cf Ap 20:12; Jo 14:6; Cl 2:3)

Antes de continuarmos o estudo dos atributos de Deus e tomando como textos referenciais Lv 11:44: - “Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum animal rasteiro que se move sdfb fbsobre a terra” (cf Jo 3:16), cabe uma observação: As dificuldades para entender os atributos de Deus aparecem mais freqüentemente quando estudamos santidade e amor. Muitas pessoas têm questões não esclarecidas sobre a tensão que existe entre o Deus Santo da Lei e o Deus de Amor do Evangelho. Alguns resolvem essa questão, enfatizando um Deus austero, rigoroso, que busca altos padrões morais, levando assim seu povo ao julgamento final. Outros superenfatizam o Deus de Amor, fazendo de Deus um ser sentimental, que se torna condescendente, desprovido de força moral. O Deus da Bíblia é santo e cheio de amor.

SANTIDADE – Deus é Santo – Santidade é o atributo central no ser de Deus. E esse atributo é mais enfatizado no Antigo Testamento - Lv 11:44: - “Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum animal rasteiro que se move sobre a terra”; - 19:2: - “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. (cf Js 24:19; 1 Sm 6:20; Sl 22:3; Is 57:15)

O elemento fundamental na palavra hebraica qodesh, traduzido por santo fala mais das implicações positivas da palavra, dedicação ao Senhor (dono). Quando a palavra se refere a Deus ela traz duas implicações:

A - Deus é separado de todos os outros seres – “Só Jeová é Deus”. Nesse sentido a santidade de Deus é similar à sua glória, expressa na visão de Isaías - Is 6:3: - “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória”. - e na visão de João, cerca de mil anos depois - Ap 4:8: - “Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir”. - 1 Tm 6:16: - “ ...aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém”.


B - Essa santidade é também atribuída ao Filho - Mc 9:2: - “Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou à parte sós, a um alto monte; e foi transfigurado diante dele”. (cf Lc 1:35; At 9:3; Ap 1:12) - e ao Espírito Santo - Lc 11:13: - “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (cf At 2:4; 4:31; Ef 4:30: )

2 - A santidade de Deus também implica na sua separação de tudo aquilo que resiste e se opõe a Ele. Santidade é um atributo de sua virtude que o põe em padrões absolutamente inalcansáveis por outros seres, antes d´Ele. Ele é absolutamente puro e perfeito, sem nenhum pecado ou sombra de mal. Seu ser é o derramar de toda justiça, verdade, bondade. - Is 12:6: - “Exulta e canta de gozo, ó habitante de Sião; porque grande é o Santo de Israel no meio de ti”. – 55:5: - “Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu a ti correrá, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou”.

Israel tinha que buscar um padrão de santidade assim para ele e, hoje, a igreja deve fazer isso. - 1 Co 6:18: - “Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”. (cf 1 Ts 4:3.7)

AMOR DE DEUS – Deus é amor. Essa é a melhor definição bíblica de Deus – “Deus é amor” - 1 Jo 4:8-10: - “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos. 10 Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”.

A palavra, aqui, é ágape, que descreve um tipo de amor de quem ama aquilo que não merece, não é digno de ser amado. Isso é demonstrado quando Israel não merecia. - Dt 7:7: - “O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo”. (cf Os 3:1)

O amor de Deus é ligado a um elemento chamado graça, uma atitude de dar de graça ao que não merece. Seu amor é livre, e decide amar resgatando pecadores, em Jesus. Três aspectos do amor de Deus a serem notados:

1 - O amor ágape é expresso principalmente na redenção de pecadores, freqüentemente referido como bondade. - At 14:17: - “Contudo não deixou de dar testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo-vos de mantimento, e de alegria os vossos corações”.

2 - Misericórdia de Deus é o amor de Deus, quando esse encontra o pecado do homem. Na misericórdia, Ele perdoa a transgressão do pecador. Misericórdia teve um alto preço para Jesus, quando Ele aceitou todas as conseqüências do pecado na cruz. - Ef 2:4: -“ Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou”, (cf Tt:3:5 )

3 - A aliança é um elemento bíblico chave para que entendamos a noção do amor de Deus. Ela refere ao amor de Deus expresso, quando Deus se entregou para ter relacionamento com o ser humano. Através da aliança, Deus se compromete “livremente” a libertar seu povo e permanecer seu Deus. A palavra hebraica para graça – chen, chesed, é um termo relativo à aliança que implica em lealdade no amor, permanência, imutabilidade. Esse aspecto do amor de Deus é a segurança máxima do cristão. - 2 Tm 2:13: - “... se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo”.

A nossa firmeza no amor de Deus não depende em quanto nós estamos firmes em nossa fé em Cristo. E não é qualificado pela nossa desobediência e inconstância. O coração de Deus bate por nós. Ele nos ama com amor incompreensível pelos padrões humanos. Ele não depende de nós para nos amar. Ele veio até nós e compartilhou seu amor voluntária e gratuitamente. É nesse fato que encontramos segurança e paz.

Postado por: Pr Euler P. Campos
04/03/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário