24/01/2011

JÓ – UM HOMEM DE FAMÍLIA – Jó 1:1-5

INTRODUÇÃO – Na Bíblia, o livro de Jó está está no grupo dos chamados livros poéticos que são Jó, Salmos, Provérbios e Eclesiastes. Há estudiosos que dizem que o livro de Jó é “o maior poema, tanto da literatura antiga como da moderna”. Os estudiosos, também, dizem que Jó não fazia parte de Israel e que seu livro foi uma das mais antigas obras literárias – não só bíblicas - em existência. É um dos mais antigos senão o mais antigo da Bíblia. No meio de muitos estudiosos da Bíblia, inclusive alguns crentes, Jó é uma fantasia. Ou seja Jó é um simples personagem da galeria da crendice. Nós cremos, com a maioria dos estudiosos, que Jó é uma pessoa real. Viveu em uma época anterior a Moisés. Talvez tenha vivido antes do povo de Deus.

1. O FOCO É A FAMÍLIA - Em todos estes anos que tenho lido a Bíblia, descobri que nela só existem duas famílias segundo o coração de Deus: a de Josué que se comprometeu a servir o Senhor. “Eu e minha casa serviremos a Deus, o Senhor” – Josué 24:15 e a de Jó, que santificava sua família com holocaustos – verso 5. Nem a família de Abraão, nosso pai na fé foi modelo. Basta ver a confusão familiar porque, com estímulo da mulher Sara, gerou um filho com a funcionária da casa.

Quando se pensa em Jó, vem à mente seus sofrimentos. Conhecemos Jó pela história de seu terrível sofrimento. Nesta noite, não quero falar dos sofrimentos de Jó. O nosso foco é buscar na família de Jó o que o Espírito Santo tem a ensinar à nossas famílias.

2. A LIÇÃO DE JÓ PARA A FAMÍLIA. Nós mais conhecemos Jó como a encarnação do sofrimento. Ele, pelos sofrimentos que passou, descobriu melhor o Deus que ele já adorava. E nós, pela graça do Espírito Santo, nos primeiros cinco versículos do livro descobrimos um homem pastor e sacerdote de sua família. Um homem 100% crente E aprendemos como pode e deve ser uma família de crente. E isso é tremendo!

O Espírito Santo de Deus quer nesta noite lembrar às famílias de sua missão perante Deus e perante os homens. Não resistamos a este Espírito. O livro nos revela, em Jó, como ser um pai de família. Deus nos mostra o testemunho de um homem verdadeiro adorador. Um homem de caráter. Um homem comprometido com sua família. Um homem de relacionamento. Um marido e pai presente. Um pastor que cuida da esposa e dos filhos. Um sacerdote que “oferecia holocaustos segundo o número de todos os filhos” – v. 5. Um homem sempre em oração e sacrifícios ao Senhor para a purificação de sua casa. Cuidadoso da santidade de sua casa. Vamos conhecer a família da qual foi gerente e pai.

Uma família de adoradores. Jó com sua família entendeu que Deus deve ser buscado não por aquilo que ele faz ou dá. Não pelas suas promessas e milagres. Mas, sentia-se diante de Deus como alguém com quem vale muito a pena ficar íntimo, e com quem é prazeroso andar. Uma família verdadeiramente crente. Isto porque Jó foi o pai sacerdote da casa que fez da sua família uma casa cheia do temor de Deus. Uma casa, em tudo, fiel a Deus.

É importante lembrar que, até o versículo 5 do capítulo 1 Jó, não tinha noção muita clara de Deus, como o povo de Israel tinha e como nós temos. Ele conhecia a Deus por ouvir falar. Mas, cremos que o Espírito de Deus colocou em seu coração o desejo de estar sempre diante do Senhor. Só depois de passar por todo o sofrimento é que ele vai se expressar dizendo: “Antes eu te conhecia só de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem” (42:5). Hoje, nós temos muito mais de Deus do que ele. Se isto é verdade como está, então, a nossa família crente?

Jó, como o pai atento à formação espiritual de sua família, criava momentos de culto familiar. No verso 5 está escrito que ele “se levantava de madrugada e oferecia sacrifícios em favor de cada um dos filhos para purificá-los.” Jó sempre fazia este culto em família, porque pensava que um dos filhos poderia ter pecado, ofendendo a Deus. Os pais, que estão aqui, pensam nos possíveis pecados de seus filhos? Sua família está vivendo o Espírito de Deus ou o espírito do mundo?

Jó ensinava sua família a buscar a Deus não por causa de suas promessas e milagres mas, porque Deus é, antes de tudo, o Senhor da vida que quer de seus adoradores uma coisa só: obediência. É triste como 90% dos crentes só buscam e conhecem a Deus pelas suas promessas e milagres. E a Igreja, nestes últimos tempos, pregado isso... Não se prega mais sobree a cruz e a santificação. Qual família aqui já pensou em um programa de culto familiar semanal ou mensal? Nossa família está pensando isso. A primeira missão de pai e mãe crentes é construir uma família de adoradores.

Família de caráter. Porque Jó, o pai, era um testemunho verdadeiro e presente de fidelidade ao Deus que ele cria, sua família se tornou uma casa de pessoas com caráter. No verso 1 conta que ele era um “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal”. Era um pai de quem os filhos nunca teriam vergonha. Uma família de adoradores só podem formar filhos de caráter. Adoração não combina com falta de caráter.

A Bíblia conta histórias de filhos sem caráter que envergonhavam. Exemplos foram os filhos do sacerdote Eli e do rei Davi. O livro de Jó não tem uma palavra de acusação contra seus filhos. Qual é a explicação: Uma só. Qual? Jó era inteiramente família. Um pai – presente e companheiro - que sabia amar, ensinar e disciplinar a família. Um pai que acompanhava passo a passo o crescimento dos filhos e o comportamento fora de casa e, mais ainda, nas festas e baladas. Enquanto os filhos se divertiam, Jó ficava em oração, porque temia e pensava que os filhos poderiam estar crescendo nos vícios e na malandragem diante dos homens e diante de Deus - v. 5.

Uma pergunta aos pais: Seus filhos podem se gloriar do seu testemunho de pai 100% dedicado e íntegro em sua casa, em sua profissão e na igreja? Eles podem se gabar de seus pais?

Família que se encontra. O v. 4 tem uma informação preciosa. Diz: “Os filhos de Jó iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez. E mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles”.

Mesmo Jó sendo o grande milionário da época, sua prioridade era a sua família reunida. Os familiares da casa de Jó, com freqüência, se reuniam pelo prazer de estarem juntos. Era uma gente que não abria mão do relacionamento. A maior riqueza de uma família é o relacionamento. Existe relacionamento, existe família. Não existe relacionamento, não existe família.

Nossa família tem vivido esta experiência, duas vezes por semana. Isto é sagrado! A causa das muitas famílias se desmancharem é a falta do relacionamento livre e alegre entre os pais, entre pais e filhos e entre irmãos.

Para Jô, a família reunida com toda a liberdade, sem máscaras era mais importante do que todas as suas propriedades. Aqui eu lembro do que está em Mateus 16:26: “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro mas perder sua alma?” Jó, com certeza, pensava: “o que me adianta ser o homem mais poderoso de todo o Oriente se eu perder minha mulher e meus filhos”. Nós, maridos que estamos aqui, pensamos assim também?

Esta vida de relação familiar da casa de Jó é o resultado de seu freqüente relacionamento contínua com Deus. Com o Espírito de Deus, com um pai realmente presente de corpo, alma e coração, nenhuma família se dispersa! Infelizmente, em nossa igreja e em muitas de nossas casas, há muitos filhos órfãos de pais ausentes e mulheres viúvas de maridos ausentes. Isto é pecado. Nós, maridos, já tomamos consciência que como cabeça da casa recebemos o ministério de pastor e sacerdote para cuidarmos da santificação e do relacionamento da família? Ausência do pai, gera toda espécie de maldição!

Uma família que tem amigos. Uma das maiores desgraças de uma família fechada é ela não ter amigos. Boas e grandes amizades são uma graça e enriquecem uma família. Nós, lá em casa, podemos testemunhar esta graça. Sem amigos, a família é pobre. Há famílias em nosso meio que tem medo de ter amigos. Uma , que se fecha às pessoas, cria mofo e um certo mal cheiro insuportável! Em Provérbios 17:17 está escrito: “Em todo o tempo ama o amigo, e na angústia se faz irmão”. Quantas de nossas famílias crentes sofrem e se desmancham porque não têm amigos. Um amigo que nos acompanha, nos anima, nos ensina, nos corrige é mais do que um irmão. É bênção do Senhor.

Na grande, demorada e terrível crise de Jó, os amigos se achegaram a ele. Ficaram muito tempo com ele. Ficaram com ele durante trinta e oito capítulos. Prova de que ele soube construir uma rede de amigos. Foi a presença dos amigos, com seus conselhos, muitas vezes desastrosos, que preparou Jó para melhor ver Deus com seus próprios olhos porque antes o conhecia só de ouvir falar.

Uma pergunta às famílias aqui presentes: Vocês têm amigos na sociedade e na igreja em quem podem confiar e de quem podem aprender e a quem podem ajudar?

Conclusão. Para constrangimento de Deus, as igrejas estão cheias de crentes que conhecem a Deus, apenas por ouvir falar. E não conhecem a sua verdadeira vontade. Conhecem a Deus pelas suas promessas e milagres. Conhecem a Deus pela bênção da prosperidade. E não, porque ele é o Senhor. Muitos têm somente a intenção de conhecer melhor a Deus, mas não temos o desejo de se encontrar com ele na intimidade e andar com ele. Por isso, apesar de uma vida cheia de compromissos com a Igreja, vivem no deserto ou se alimentam somente daquilo que o mundo oferece. Não basta intenção. De boas intenções o inferno está cheio. São semelhantes ao povo de Israel. Quanto este povo fazia atos contrários à vontade de Deus e Deus se irava contra ele, Israel se arrependia e .declarava intenção de cumprir toda a lei do Senhor. Era apenas intenção. E não o desejo de ser fiel. Por isso Israel estava sempre longe e nunca entendeu os propósitos de Deus.

Intenção não compromete ninguém. De boas intenções está cheio o inferno. Desejo move para o compromisso determinado

Se o chefe da casa não exercer a função de pastor e sacerdote da casa, sua família crente vai continuar adorando os deuses do mundo. Para o homem viver como filho de Deus exige-se que ele se lembre que foi criado para a glória de Deus. O primeiro ministério do crente é adorar a Deus.

Por Pr Euler P. Campos
24/01/2011

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