11/01/2011

O meu marido é o meu pastor...

Meu marido é o meu pastor… Meu pai é o meu pastor... Salmo 23
- palavra ministrada na reunião semanal do Conselho de pastores de Uberlândia – MG

Aqui, no CONPAS, nós temos sido muito abençoados pelas várias palavras ministradas. Todas nos têm levado a pensar em nossas vidas de ministros de Deus, responsáveis pelas ovelhas que o Senhor coloca sob nossa direção. Mas, hoje, eu gostaria de trazer-nos à lembrança que, antes de sermos pastores, somos maridos e pais. Esta é nossa primeira missão. O salmo 23 vai ser o fundo de nossa reflexão.

Nas celebrações de casamentos, eu costumo dizer ao noivo que, naquele momento, ele será ordenado pastor de sua esposa. O salmo 23 é uma carta modelo de princípios básicos para todo homem-esposo e homem-pai. Eu estou seguro disto, uma vez que a própria Palavra de Deus nos exorta, inúmeras vezes, que devemos andar como Jesus andou, fazer como Jesus fez. O Senhor Jesus exerceu e exerce a função de esposo de sua igreja, sendo o marido e o pastor fiel. Ele é nosso modelo. Ele é o padrão.

Quando lemos o salmo 23 com os olhos de esposos descobrimos algo maravilhoso e um entendimento gracioso do que a Bíblia ordena ao marido como “cabeça da mulher”. Antes de se apresentar como cabeça da igreja, Jesus se apresenta como o Bom Pastor. Se entendermos que somos pastores mais que cabeça, seremos mais humanos no trato com nossas esposas e filhos. O título de “cabeça da mulher” é, na maioria das vezes, usado por maridos-pastores como um álibi para o exercício da força mais do que da autoridade. Aliás, quem muito usa da força é porque pouca autoridade tem.

Vou tentar, com base no salmo, descrever algumas das principais funções ou deveres do marido-pastor.

PRIMEIRO DEVER: Verso 1 - O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.

Este versículo aponta para nosso primeiro dever: cuidar da qualidade de vida da família. O marido-pastor é aquele que está sempre promovendo a melhor qualidade de vida para sua família, tendo o cuidado para que nada lhe falte. Como? Assumindo a liderança, em todas as circunstâncias. Que jamais a família possa reclamar da falta de comida, de roupa, de lazer, por razões de descontrole financeiro ou de desatenção irresponsável do marido. É uma vergonha, mas temos visto pastores de igrejas pedindo esmolas pelas ruas. Eu conheço um caso. E, pior, alguns empurrando filhos para outras famílias cuidarem com a conversa de que Deus mandara.

Este papel é confirmado em 1 Coríntios 11:3. “Quero porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo”.

Ser cabeça não é título de chefão, de patrão. É título de guardião da família. De atalaia! É título de pastor cuidadoso!

Cuidar da qualidade de vida da família é ser o provedor dos bens materiais, afetivos e espirituais. Lembrem-se que a primeira preocupação de cuidados é a nossa casa. Se a igreja não tem condição de nos sustentar, temos que buscar trabalho fora. Infelizmente, alguns de nossos líderes anseiam serem pastores, para não trabalhar no serviço secular. É triste, mas é real: há quem abra igrejas para ser sustentado por ela. Muitas ovelhas estão sendo despeladas. Estão perdendo a gordura.

Paulo escreve, de forma contundente, em 1 Timóteo 5:8, estas palavras: “Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo”.

Já em Deuteronômio 6:6-9, o Senhor Deus nos alerta, dizendo: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas”.

SEGUNDO DEVER - Verso 2-3 – “Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma”.

É dever do marido-pastor ser o agente tranqülizador na sua casa, através do amor maduro e fiel. Estar sempre criando momentos românticos e de descanso, de refrigério “em verdes pastos e à beira de águas tranqüilas”. Um passeio, um cinema, um restaurante, uma viagem turística. É triste saber que as nossas casas de pastores são as menos românticas da comunidade. Por isso, escândalos acontecem.

Alguns pastores estão se esquecendo que são gentes. Há pastores que têm medo de serem românticos e passam este medo para a esposa. Nós, pastores, estamos precisando aprender com o Espírito Santo a não termos medo de vivermos o amor erótico com as nossas mulheres. Deus cuidou de nos instruir a respeito, nos dando um manual cheio de detalhes, de como viver nossa intimidade romanciada-conjugal-sexual-erótica: o livro Cântico dos Cânticos.

Muitas coisas podemos e, até, devemos economizar em nossas casas. Mas, se queremos uma vida conjugal feliz, uma família feliz, não podemos, nunca, economizar carinhos e afetos expressos com palavras, com toques, com gestos, com lembranças. Quem declara todos os dias á sua esposa “eu te amo”? Quem escreve bilhetinhos de amor para sua esposa? Quem leva da rua uma flor para sua esposa? Quem leva café na cama para sua esposa? Quem passeia com sua esposa, de mãos dadas, pelas ruas ou pelo shopping. Não precisamos ter medo de andar fora do ambiente ou das rodinhas sagradas. Se você é um homem de Deus, onde você pisar é sagrado. O evangelho do amor conjugal também precisa ser anunciado e mostrado.

Muitos só sabem amar na cama. E, às vezes, isto não passa de uma sessão de descarrego de espermatozóides! Não sabem amar em outro lugar da casa. Nos outros lugares da casa só sabem mandar e cobrar. Temos que sair para fora da igreja, para sermos o que Jesus diz que somos sal e luz do mundo. Há famílias de pastores que só conhecem o chão da igreja e as panelinhas de irmãos. Somos, demasiadamente atentos para responder às exigências do povo da igreja! Mas, a nossa esposa não é tão exigente! O que ela quer de nós custa pouco: é a nossa presença sedutora. Ela nos quer como namorados sempre e em todo o lugar e também na igreja!

Temos investido muito nas estruturas e logísticas das nossas casas e das nossas vidas. Mas investimos pouco ou quase nada em nossa conjugalidade romântica. Temos medo de nos entregarmos por inteiro à nossa amada. Sofremos do mal do espiritualismo esquizofrênico e diabólico. Somos muito espiritualóides. E Deus é muito claro quando diz em Efésios 5:25 - “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”. E em 1 Pedro 3:7. – “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”.

Guardemos uma verdade: o que temos que salvar não é o casamento, mas o relacionamento. Casamento sem relacionamento é cemitério. É uma forma de divórcio e separação. O romance é uma das armas de garantia para um casamento. A relação de Isaque e Rebeca, como está em Gênesis 26 foi salva, quando “Abimeleque viu Isaque acariciando Rebeca, a sua mulher”.

A falta de romance gera casais machucados, oprimidos, deprimidos, estressados, desalmados - sem alma. E nesta, quem leva a pior, geralmente, é a mulher. As clínicas terapêuticas estão cheias de mulheres de pastores.

TERCEIRO DEVER - Verso 3 - “guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome”.

É dever do marido-pastor exercitar o ministério da exortação para manter a família alerta contra os males. Um dos fatores destruidores de casamentos e famílias é a ausência e o silêncio do marido.

Como é estranho o marido-pastor tão loquaz e festivo com os irmãos, tão entusiasmado em suas pregações, competente animador de programas ao vivo, na igreja e tão mudo em casa! Como é esquisito o marido-pastor sempre presente em visitas às casas dos irmãos, de noite, de madrugada, de dia, faça sol e faça chuva, e em casa ele é uma figura decorativa e calada! Sua boca é um túmulo!

A casa está caindo. A mulher está sofrendo, os filhos estão se desviando e ele é, apenas, um corpo presente. Eu costumo dizer que a primeira promessa que os noivos deveriam fazer um ao outro, no ato do casamento, é: eu prometo conversar com você todos os dias de minha vida! Tenho certeza que muita coisa mudaria. Os divórcios diminuiriam. As doenças conjugais seriam curadas. Amado, se você fala muito com Deus, e deve falar mes...mo..., ele quer que você fale mais com sua esposa e filhos.

Quando eu reflito Gênesis 3 e 4, eu fico impressionado com o silêncio de Adão. Calado, enquanto Eva estava sendo seduzia pela serpente. Calado, enquanto Caim e Abel se desentendiam. Eu penso que Eva caiu, porque Adão era ausente. Caim matou Abel, porque Adão estava ausente. Os filhos de Eli foram terríveis, porque ele, Eli, era um ausente. A família de Davi foi uma das mais confusas porque ele, Davi, o grande vencedor de todas as guerras, era ausente na família. O comportamento de Eli e Davi é um alerta para nós. Porque, como nós, eles eram pais e pastores.

Pelo verso 3 do salmo 23, entendemos que o marido-pastor, à luz da mesma Palavra de Deus, está sempre levando sua casa pelas veredas dos princípios da cidadania justa, sem nenhuma corrupção de caráter. Está fechando as portas contra as contaminações das drogas. Está fazendo de sua casa uma referência para todas as famílias da sua comunidade. Os vizinhos podem dizer: vejam como eles se entendem. Como se amam!

Em Hebreus 3:13, achamos a ordem de Deus para nós, nesta área: “antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado”. E, também, em 2 Corintios 10:5-5: “derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.

QUARTO DEVER - Verso 4 – “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”.

Este é o versículo mais pastoral do salmo 23 que nos chama para o quarto dever do marido-pastor: ser protetor e confortador com atitudes e palavras. Viver o amor fileo. Ser amigo e companheiro. O marido-pastor e pai é figura presente e sensível em todos os momentos pelos quais pode passar a sua casa. Porque ele tem consigo a segurança e o equilíbrio da vara que ensina, orienta, e organiza e o abraço do cajado para levantar os ânimos de sua família.

Sua casa jamais perde a alegria, apesar das sombras de tribulações nem sempre esperadas. “Ainda que a casa seja abalada e os muros caiam. Ainda que as circunstâncias se agitem e rujam. Ainda que as desesperanças tremam violentamente” - ver Salmo 46:2-3 - sua esposa e seus filhos jamais sentem medo de mal algum.

Por que? Porque esposa e filhos são guiados pela vara do pastor, que afasta os animais ferozes e ameaçadores da família. No marido e pai, eles têm segurança em seus projetos de vida. A esposa pode ter segurança em sua função de cuidadora dos valores domésticos e de sua missão de mãe, conselheira e promotora de ações eclesiais, profissionais e sociais.

Com esperança firmada na direção do cajado do pastor-marido e pai, esposa e filhos sempre têm nele um lugar onde buscar descanso no cansaço, esperança no desespero, alegria na tristeza, compreensão nos erros, entusiasmo no desânimo, água no deserto existencial.

Mulher e filhos esperam do seu pastor doméstico um ombro para se encostarem, um colo para repousarem, um braço para agarrarem. Mulher e filhos de pastor podem ser a mulher e os filhos mais limpos e bonitos da comunidade... Mulher de pastor-marido não fica velha e irritante. Porque ele é um homem bonito no amor e no cuidado. É muito triste ver o pastor que é um mel, um doce de coco com os membros de sua comunidade e um fel com os de sua casa.

Este dever tem confirmação clara em Efésios 5:25-18: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”.

E em 1 Coríntios 7:3-5: . “O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”.

O QUINTO DEVER não está tão explícito no salmo 23. Como uma explicitação maior do que acabamos de ver, no verso 4, o quinto dever do MARIDO-PASTOR é: Ser rápido e constante no perdoar, servir e curar, com alegria. É o que poderíamos chamar de viver o amor ágape. O amor incondicional. Aquele amor incondicional que pregamos e vivemos na igreja é dever maior vivê-lo em nossa casa.

Eu já presenciei cenas terríveis, onde o marido-pastor soltava ódio pelos narizes, ouvidos e bocas. O homem bufava. Parecia um dragão soltando fogo pela boca. Eu sabia que ele também usava do braço para pintar a esposa de ematomas. E pensar que era e é, ainda, um homem a quem Deus ungiu com poderes espirituais!... E ele estava voltando de uma campanha de milagres e revelações no sul do país.

Quantas vezes nos dobramos para lavar os pés de nossas ovelhas da igreja... E não estendemos a mão para levantar as ovelhas da casa!...

Nós ouvimos, outro dia, que nosso nome é servidor, é dispenseiro, é garçon das revelações de deus. O título de pastor, às vezes, é uma armadilha. Ao mesmo tempo que a Palavra de Deus nos consagra “cabeça da casa”, ela também nos diz que amemos a esposa como Cristo amou a Igreja se entregando. Quem ama, primeiramente, se entrega. Quem ama serve. Será que nós ainda não nos tocamos com a cena de Jesus, o legítimo Pastor, se dobrando para lavar os pés, inclusive do que o haveria de traí-lo? Ou, dele, todo desfigurado na cruz, convidando o ladrão para entrar com ele no paraíso?

Quando escolhemos uma mulher para caminhar conosco, nos propusemos andar com ela, não importando o que haveria, sem preocupação de recompensa e agrados. À semelhança de Deus, nós nos propusemos amá-la primeiro. Não cobrar dela o amor primeiro. A nos entregar a ela. Não exigir que ela se entregasse a nós. A proposta primeira é que seríamos dela e não que ela fosse nossa.

O sentido do casamento é não querer uma mulher para ser nossa. E, sim, procurar uma mulher para sermos dela. É assim que Deus faz. Por isso, não temos nenhum direito de negar perdão, ainda que ela tenha nos machucado de forma terrível, a ponto de nos jogar no chão. Não temos nenhum direito de negar serviço a ela, ainda que simples e, à vista de machos, ridículos. Estou falando de serviços domésticos. Não temos direito algum para negar ajudá-la a buscar cura de suas enfermidades físicas, emocionais e espirituais. E tudo isso, na alegria. Nós temos condição de fazer isto, porque tanto a força como a alegria vêm do Senhor.

A Palavra de Deus nos ajuda, ao dizer: “qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos” - Marcos 10:44. Quem quiser ser cabeça, seja servo. E: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados” - 16:17-18. E mais: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas” - Mateus 6:14-15.

Amados, eu quero dar um testemunho. Se eu ainda estou com a família. Se ainda sou pastor. Se ainda estou aqui, eu devo isto a duas pessoas: primeiro a Deus que me amou com amor eterno e, segundo, à minha esposa que sempre me amou com o amor ágape. Ela tinha todo o direito de me expulsar de casa. De me expulsar de sua vida, porque foi machucada no mais profundo de seu íntimo. Eu era um marido imaturo e inconseqüente.

Quem a conhece sabe o que estou dizendo. Foi uma mulher experimentada por tribulações fortes: um marido que morreu afogado. Ela que rodopiou por vinte quilômetros nas águas do Rio Araguari, enquanto o marido desaparecia nas águas. Casou comigo, despreparado para a vida conjugal. Um filho preso por tráfico de droga. Uma filha morta em um acidente de carro, quando voltava da visita ao irmão na cadeia. Um filho morto por um tiro de um assaltante. Mas, jamais perdeu a fé, a alegria, a disposição e o gosto pela vida. É ela que monta a mesa da comunhão na família. Ela é amante de uma mesa. Um outro nome lhe cabe bem: relacionamento. Ela, sim, é uma mulher de Deus! E eu estou aprendendo..

SEXTO DEVER – verso 5: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda”.

É dever do marido-pastor ter o maior cuidado com a mesa de sua casa. Um móvel que, jamais, pode faltar em uma casa de pastor é a mesa. E, evidente, também não pode faltar a cama... Mas, a cama só tem sentido se houver mesa. Mesa é comunhão. É o encontro da família. É lugar de refeição. Não é lugar para “choranças”, cobranças e discussões. É lugar para conversas alegres, para compartilhar o cálice com o vinho das alegrias e vitórias e o óleo da palavra de ânimo. Problemas se tratam em outros lugares da casa.

A mesa é lugar de se experienciar a sexualidade da família. Não estou falando sexo, mas, sexualidade. Limitando o significado de sexo, entendemos encontro de órgãos genitais. E quando falamos de sexualidade da família, estamos querendo dizer de toda manifestação que fortalece o relacionamento e a comunhão: abraços, beijos, carinhos, afetos e outros.

Cada refeição é uma celebração profética de todas as expressões afetivas. Lembrem-se: tudo bem na mesa, tudo bem na cama. Quando tudo bem na cama, a unção corre solta. Não quero nem pensar que aqui haja pastores que tenham medo de cama. Da cama de sua casa, bem entendido!

Muitas casas de pastores estão em ruínas porque ou a mesa não existe, ou a mesa caiu. E diabo nenhum pode contra uma mesa! Cuidado, amado! Porque se na sua casa a mesa cair, em sua igreja o altar vai cair. Assim, entre tantas funções do marido-pastor está a de sempre preparar uma mesa para a família perante os inimigos. É outra forma de viver o amor eros.

SÉTIMO DEVER. Verso 6 – “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.

É também dever do marido-pastor ser lembrado como bom marido e bom pai. A Palavra de Deus diz que é muito triste a pessoa não ser lembrada. É terrível um marido e pai ir-se, sem ter sido significativo na vida de sua casa. Ir embora devendo a qualidade de vida à sua família. O marido-pastor amigo, companheiro, amoroso, bom como Jesus, misericordioso como Jesus, é sempre lembrado. Sua presença é forte em todos os dias e em todos os momentos da vida da esposa e dos filhos. Chego a pensar que quando o pastor morre e chega diante do trono do Altíssimo, Deus diz: “Bem vindo!” E pergunta: “Mas, como ficou sua família?”

Ainda que, por circunstâncias, fisicamente, mulher e filhos estejam sós, ou estejam longe, sentem sua lembrança, sua presença. Sentem um contínuo desejo de estarem em contato com ele por telefone, por bilhetes, por flores. Eles têm a consciência segura e a lembrança prazerosa de que, com eles, estão o amor, a amizade e o companheirismo do esposo e pai.

Ou seja, a casa onde está o marido-pastor e pai é aí que toda a família quer estar, até que circunstâncias gratificantes ou pesarosas os afastem. Que nós pastores, que somos maridos, possamos, sempre, dizer o mesmo que o Senhor nos fala: eu amo vocês com amor eterno.

CONCLUSÃO

E termino com uma declaração de amor de cônjuge para cônjuge que se encontra no livro “Amar Pode Dar Certo” de Roberto T. Shinyashiki

Neste momento, penso em você
e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora
como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta
e me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
e embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora... neste momento,
em pensamento... no vento.

Amados, disse Deus: “não é bom que o homem seja só”. E, hoje, ele nos diz: “não é bom que o pastor seja só, sem a companheira idônea que fiz para ele”.

Por Pr Euler P. Campos

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