28/10/2010

Módulo- 02 -Trindade - A Auto-Revelação De Um Só Deus

Módulo Ministrado na Escola de Profetas- Igreja Sal da Terra: Bairro Jardim das Palmeiras

O conhecimento que podemos ter de Deus é conforme sua auto-revelação expressa na pessoa do seu Filho Jesus, e na orientação do Espírito Santo sobre a sua Palavra, a Bíblia. Não nos cabe ir além, e não podemos nos conformar em ficar aquém.

Deus é UM. Além dele não existe outro. Existe apenas UM Deus Verdadeiro e Vivo, Infinito em seu ser e perfeição. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, bondoso e perdoa a iniquidade, transgressão e pecado de modo verdadeiro e eficaz. Fazendo tudo por sua pópria vontade, que é reta e imutável. Em Is 44:6, Deus é categórico: Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. (Cf Jo 14:7-9; 1Co 2:9-12.8:4-6; Dt 6:1-4; Tg 1:17).


Deus nunca esteve só. Deus é trino. Há uma relação de três pessoas na divindade, onde, no entanto, cada uma está sumamente consciente das outras. Antes que fossem criadas quaisquer criaturas finitas, na Trindade, havia uma comunhão. Ou seja, há a relação de três pessoas na divinidade; absolutamente iguais em essência, e sendo um só Deus. As pessoas da Trindade são: Pai, Filho e Espírito Santo, sendo que o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus.

É uma questão difícil, porque se trata de entender a vida íntima do Deus Todo Poderoso. A doutrina da Trindade é claramente uma doutrina revelada, e não uma doutrina concebida pela razão humana. Só podemos aprender acerca da natureza íntima da Divindade pela revelação. Paulo tem conciência disso e o afirma em 1 Co 2:16:- “Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”.

A palavra “Trindade” não aparece no Novo Testamento. É uma expressão teológica que surgiu no segundo século para descrever a Divindade. Assim como o planeta Júpiter existiu antes de ter este nome, a doutrina da Trindade encontra-se na Bíblia antes que fosse, tecnicamente, chamada de Trindade.

Vamos adiante. Não são Três Deuses independentes e de existência própria. Os Três cooperam unidos e com um mesmo propósito. Assim, verdadeiramente são “UM”. O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito Santo santifica. Em cada uma dessas operações divinas, os três estão envolvidos. O Pai é preeminentemente o Criador, mas o Filho e o Espírito Santo são cooperadores na mesma obra. O Filho é o Redentor, mas o Pai e o Espírito Santo são considerados como Pessoas que enviam o Filho a redimir. O Espírito Santo é o Santificador, mas o Pai e o Filho cooperam nessa obra. Mt 11:25:- “Por esse tempo, disse Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”. (Cf Jo 1:1.18; 16:13-14; 17:18-23; 20:26-28; At 5:3-4; Rm 9:5; 1Co 2:10-11; 8: 6; Gl 1:1-4; Ef 2:22; Cl 2:9; Fp 2:6; 2Pe 1:1).

Visto que a doutrina da Trindade concerne à natureza íntima da Trindade, não poderia ser conhecida, exceto por meio de revelação. Essa revelação encontra-se nas Escrituras.

No Antigo Testamento

O Antigo Testamento não ensina clara e diretamente sobre a Trindade; e a razão é evidente. Num mundo onde o culto de muitos deuses era comum, tornava-se necessário acentuar esta verdade em Israel de que Deus é UM, e de que não havia outro além dele. Se, no princípio, a doutrina da Trindade fosse ensinada diretamente, poderia ter sido mal entendida e mal interpretada. Todavia sempre que um hebreu pronunciava o nome de Deus – Elohim – ele estava realmente dizendo “Deuses”, pois a palavra é plural, e, às vezes, se usa em hebraico acompanhada de adjetivo plural e com verbo no plural. – Js 24:18-19:- “E o Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, mesmo os amorreus, que moravam na terra. Nós também serviremos ao Senhor, porquanto ele é nosso Deus. 19 Então Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porque é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados”. (cf Gn 35:7)

Todos os membros da Trindade são mencionados no Antigo Testamento: o Pai – Is 63:16: - “Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antigüidade é o teu nome”. (cf Ml 2:10). O Filho de Jeová – Sl 45:6-7:- “Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. 7 O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”- e 2:6-7.12: - Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte. 7 Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei”. E v. 12 - “Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam”. (Cf Pv 30) - O Espírito Santo – Gn 1:2: - “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.(cf Is 11:2-3.48:16.61:1.63:10).

E prenúncios da Trindade podem ser vistos na tríplice bênção do livro de Números 6:24-26: - “O Senhor te abençoe e te guarde; 25 o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; 26 o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz. - e na tríplice doxologia de Isaías”. (Cf Is 6:3.

No Novo Testamento
No Novo Testamento, os cristãos primitvos mantinham como um dos fundamentos da fé o fato da UNIDADE de Deus. Mas, ao mesmo tempo eles tinham as palavras claras de Jesus para provar que ele arrogou a si uma posição e uma autoridade que seriam blasfemas se não fosse ele Deus. Os escritores do Novo Testamento, ao referirem-se a Jesus, usaram uma linguagem que indicava reconhecer a Jesus como sendo “sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre” (Rm 9:5). E a experiência espiritual dos cristãos apoiava estas afirmações. Ao conhecer a Jesus, conheciam-no como Deus.

O mesmo se verifica em relação a Deus e ao Espírito Santo. Os primitivos cristãos criam que o Espírito Santo, que morava neles, ensinando-os, guiando-os, e inspirando-os a andar em novidade de vida, não era meramente uma influência ou um sentimento, mas um ser ao qual poderiam conhecer e com o qual suas almas poderiam ter verdadeira comunhão. E, ao examinarem o Novo Testamento, ali acharam que ele era descrito como possuindo os atributos de uma personalidade.

A igreja primitiva se defrontava com estes dois fatos: que Deus é UM, e que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. E estes dois grandes fatos concernentes a Deus constituem a doutrina da Trindade. Deus, o Pai, era para eles uma realidade; o Filho era para eles uma realidade; e da mesma forma, o Espírito Santo. E, diante desses fatos, a única conclusão a que se podia chegar era a seguinte: que havia na Divindade uma verdadeira, embora misteriosa, distinção de personalidades, distinção que se tornou manifesta na obra divina para redimir o homem.

Várias passagens do Novo Testamento mencionam as três Pessoas Divinas: Mt 3:16-17: - “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; 17 e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. – 28:19: - “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Cf Jo 14:16-17.26; 2 Co 13:13 ; Gl 4:6; Ef 1:3.13; 1 Pe 1:2; Hb 9:14).

Há algumas evidências marcantes na operação da Trindade: No batismo de Jesus descrito em Mt 3:16-17:- “Assim que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Nesse instante abriram-se-lhe os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. 17 E uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Cf Lc 3:21-22).

Na ordenança do Batismo, conforme Mt 28:18-20:- “Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.19 Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até a consumação do século”.

Na Bênção Apostólica que Paulo declara na segunda carta aos Coríntios 13:13: - “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.

No livro primeiro de Crônicas 29:11-12 é afirmado que todo poder e glória pertencem a Deus, e só a Ele, a capacidade de criação, bem como a manutenção da vida e das coisas criadas: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, pois teu é tudo o que há nos céus e na terra. Teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. 12 Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engradecer e dar força a tudo”. (Cf Ne 9:6; Sl 62:11; 90:2; Is 40:18. 42:5-6; Je 10:12; Lc 1:37).

Por Pr. Euler P. Campos

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